4 de outubro de 2024

Corpo de Cid Moreira será velado em cerimônia aberta ao público e enterrado em Taubaté, SP

Jornalista morreu nesta quinta-feira (3) aos 97 anos. Bonner, que sucedeu a Moreira em 1996, na reformulação do JN, lembrou da voz marcante do veterano que imortalizou com os bordões ‘Mister M’ e ‘Jabulani’. Cid Moreira na capa do disco ‘Salmos vol. 3’
Reprodução / Capa de disco
O corpo do apresentador e locutor Cid Moreira deve chegar, em Taubaté (SP), na noite desta sexta-feira (4) para uma cerimônia de velório aberto ao público. O sepultamento está previsto para ser realizado no início da manhã de sábado, às 8h, no cemitério do Convento Santa Clara.
O velório em Taubaté será realizado no Memoria Sagrada Família, que fica próximo à CTI. A previsão é de que a cerimônia tenha início às 19h de sexta-feira e siga durante toda a madrugada.
Antes de Taubaté, o corpo de Cid será velado em dois locais no Rio de Janeiro. O primeiro deles, já iniciado no Parque Municipal Prefeito Paulo Rattes, em Itaipava, na Região Serrana do Rio. O jornalista morreu aos 97 anos, nesta manhã, em Petrópolis, após falência múltipla dos órgãos.
Nesta sexta (4), haverá uma segunda cerimônia de despedida no Palácio Guanabara, em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio. O salão nobre estará aberto das 8h30 às 10h para a família e das 10h às 13h para o público.
Cid nasceu e cresceu em Taubaté. A casa onde ele morava atualmente é a sede da pró-reitoria da Universidade de Taubaté e fica na mesma rua onde Cid conseguiu seu primeiro emprego como estagiário de contabilidade em uma rádio.
Homenagem de apresentadores
Os apresentadores do Jornal Nacional, William Bonner e Renata Vasconcellos, lembraram das características e qualidades do colega Cid Moreira, de 97 anos.
Bonner, que sucedeu a Moreira em 1996, na reformulação do JN, lembrou da voz marcante do veterano que imortalizou com os bordões ‘Mister M’ e ‘Jabulani’. Por sua vez, Vasconcellos destacou a capacidade de conciliar quem tinha ideias opostas.
Em 2010, Jabulani deixou de ser apenas o nome da bola oficial do Mundial da África do Sul e caiu na boca do povo. O termo, que em zulu significa ‘celebrar’, virou febre graças à vinheta gravada pela voz inconfundível de Cid Moreira para as reportagens do “Fantástico” e as transmissões da TV Globo. O sucesso foi imediato.
“Quem não lembra do Cid falando: ‘Jabulaaaani!'”, lembrou o atual editor-chefe do JN, durante entrevista ao RJ1.
‘O rosto do telejornalismo brasileiro’, diz Bonner sobre Cid Moreira
“O Cid, depois que saiu do Jornal Nacional, conseguiu ser marcante de outras formas, até com certo humor. Como participação no Fantástico. A voz do quadro do Mister M, quem não lembra? (Ele foi) A voz que imortalizou o nome de uma bola de futebol, durante a Copa do Mundo, em 2010, na África, do Sul”, lembra Bonner.
“Esse é o profissional que chegava às casas das pessoas. O profissional que eu tive a honra e a felicidade de trabalhar, algumas vezes, era uma pessoa de extremo bom humor, embora tivesse mais idade que deu, que adorava brincadeiras”, destaca o atual editor-chefe do JN.
Cid apresentou Jornal Nacional por 26 anos — e, daquela bancada, imortalizou o “Boa noite” no imaginário do público.
Renata Vasconcellos salientou que o veterano no JN passava uma formalidade e ao mesmo tempo um sorriso de garoto.
“Eu gostaria de destacar uma qualidade do Cid que é muito rara e maravilhosa: a capacidade de conciliar características opostas. Ele tinha toda a formalidade, o peso que o cargo de apresentador do Jornal Nacional exige, a sobriedade, a seriedade”, destaca Renata.
“Mas, ao mesmo tempo com um olhar carinhoso, um sorriso quase maroto, de garoto, uma alma leve. E ele conseguia passar isso, ao mesmo tempo. Isso fazia com que os brasileiros se identificassem e se sentissem seguros na imagem de uma pessoa íntegra e ao mesmo tempo humana”, emenda ela.
William Bonner, Cid Moreira, Sérgio Chapelin e Renata Vasconcellos
Reprodução/TV Globo

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