Trecho foi liberado para motoristas em 21 de maio como alternativa para saída da capital. Desde 1º de junho, todos as vias que ligam a cidade à Região Metropolitana foram liberadas. Trecho do ‘corredor humanitário’ começa a ser demolido
Arildo Palermo/RBS TV
A Prefeitura de Porto Alegre começou a remover, na noite desta terça-feira (4), a estrutura de um “corredor humanitário” em frente à Rodoviária da capital, que fica no Centro Histórico. O trecho foi construído sobre uma área alagada com a proposta de ser uma alternativa para veículos saírem da cidade.
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A via está localizada na área onde os táxis recebiam passageiros do terminal de ônibus e permitia a passagem de veículos no sentido capital/interior. De acordo com o prefeito Sebastião Melo (MDB), o espaço será liberado até a noite de quinta-feira (6) para o retorno das operações da rodoviária no dia seguinte.
Prefeito Sebastião Melo confirmou em uma rede social retirada de estrutura.
Reprodução/X
O fluxo de veículos na região permanecerá inalterado, pois os automóveis que circularem pelo local usarão o sentido correto da via, que já está seca, segundo a Empresa Pública de Transporte Coletivo (EPTC).
A remoção da estrutura só é possível porque o nível do Guaíba segue baixando. Até as 19h15 desta terça-feira (4), a régua localizada na Usina do Gasômetro registrava 3,44 metros – 16 centímetros a menos que a cota de inundação.
Estrada aberta na região da Rodoviária de Porto Alegre
Giulian Serafim/PMPA
Este “corredor humanitário” foi o segundo a ser construído pela Prefeitura de Porto Alegre durante as cheias e os temporais no estado, que deixaram 172 mortos. No primeiro dia de circulação, 42 mil veículos atravessaram o trecho.
As vias são pavimentadas sobre rachão (pedras maiores), brita (pedras menores) e fresa de asfalto, passando por um nivelamento com caminhões. Os insumos retirados serão usados em áreas onde ocorrem o descarte de lixo, para auxiliar nas manobras dos caminhões.
‘Corredores humanitários’ em operação
Veículos de emergência transitam por corredor humanitário
Julio Ferreira/PMPA
O primeiro “corredor humanitário” segue em operação desde 10 de maio, entre a Rua da Conceição e a Avenida Castelo Branco, ao lado da rodoviária. O caminho, inicialmente de 400 metros, foi construído de forma emergencial para o tráfego exclusivo de caminhões-pipa, carretas com doações, ambulâncias e viaturas.
Uma semana após o anúncio, a prefeitura liberou progressivamente o trânsito para veículos de passeio.
Passarela foi destruída para construção do ‘corredor humanitário’ em Porto Alegre
Julio Ferreira/PMPA
Para a construção do trecho sobre a água, a passarela que ficava sobre a via precisou ser demolida, viabilizando o trânsito de veículos de grande porte. Segundo a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (SMOI), ainda não há prazo para a realocação de uma nova estrutura.
Já o terceiro “corredor humanitário” se localiza na Zona Norte de Porto Alegre. O caminho de aproximadamente 300 metros foi liberado na madrugada de 28 de maio e liga a a Avenida Assis Brasil, entre a sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) e a BR-290 (Freeway).
Terceiro ‘corredor humanitário’ em Porto Alegre, na Zona Norte
Alex Rocha/PMPA
Mobilidade urbana
O último levantamento da EPTC aponta que o transporte coletivo da cidade opera com uma demanda de 70% para uma capacidade de 90%, por força das inundações. Cerca de 15 bloqueios por acúmulo de água eram registrados até segunda-feira (3). Na Zona Sul, a avenida Guaíba e ruas dos bairros Serraria e Guarujá ainda têm pontos de alagamento.
Na Zona Norte da cidade, ainda há bloqueios na região das Ilhas e no trecho da Rua Voluntários da Pátria com a Rua Adelino Machado de Souza. No Centro Histórico, o principal ponto com acúmulo de água é a Avenida Aureliano de Figueiredo Pinto.
Ruas alagadas na Região Sul de Porto Alegre
Lucas Abati/GZH
Ainda sim, todos os pontos de entrada e saída para a Capital estão liberados desde sábado (1º), quando foram reabertos trechos da Rua Ramiro Barcellos à Avenida Castelo Branco e a Avenida Zaida Jarros às rodovias BR-116 e BR-290 (Freeway).
“Estamos com todos os principais acessos a Porto Alegre, tanto de entrada quanto de saída, liberados. Alguns pontos ainda passam por limpeza e, por isso, reforçamos a importância do respeito à sinalização e o limite de velocidade da via para a segurança de todos no trânsito”, disse o diretor-presidente da EPTC, Pedro Bisch Neto.
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