5 de novembro de 2024

Corte de gastos: governo faz nova série de reuniões nesta terça para tentar fechar pacote

Área econômica elabora medidas de contenção de despesas, que devem ser apresentadas nesta semana. Ações são necessárias para frear dívida e juros, que penalizam investimentos. O governo federal faz nesta terça-feira (5) nova série de reuniões para tentar fechar um pacote de corte de gastos.
Segundo o Ministério da Fazenda, a Casa Civil vai chamar ministérios para discutir a situação fiscal do país e as propostas de corte de despesas. O governo não indicou quais pastas serão convocadas.
Também nesta terça, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve se reunir à tarde com atores diretamente envolvidos no debate: o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e a secretária-executiva da pasta, Miriam Belchior; a ministra da Gestão, Esther Dweck, e o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
Na segunda (4), terminou sem anúncios uma reunião entre Lula e ministros para tentar concluir o pacote para cortar gastos públicos e garantir o respeito às metas fiscais nos próximos anos.
A reunião da segunda durou será de três horas. Além de Lula, estavam presentes os ministros:
Fernando Haddad (Fazenda);
Simone Tebet (Planejamento e Orçamento);
Rui Costa (Casa Civil);
Esther Dweck (Gestão e Inovação em Serviços Públicos);
Luiz Marinho (Trabalho);
Camilo Santana (Educação);
Nísia Trindade (Saúde).
Presidente Lula se reúne com ministros pra tratar de medidas de corte de gastos públicos
Segundo o Ministério da Fazenda, “o quadro fiscal do País foi apresentado e compreendido, assim como as propostas em discussão”.
“Nesta terça (5), outros ministérios serão chamados pela Casa Civil para que também possam opinar e contribuir no âmbito das mesmas informações”, informou o Ministério da Fazenda.
Pela manhã, Haddad tinha dito a jornalistas que acreditava que o governo estava na “reta final” de elaboração das medidas.
O que deve estar no pacote
Segundo o colunista do g1 Valdo Cruz, no encontro com Lula, a equipe econômica pretendia propor um limite para despesas obrigatórias para preservar as regras previstas no arcabouço fiscal.
Ficariam de fora do teto o aumento real do salário mínimo e a vinculação da aposentadoria ao mínimo.
Estariam na mesa, ainda, mudanças na vinculação de gastos de áreas como saúde e educação.
Miriam Leitão: Corte de gastos: Casa Civil e Fazenda chegaram a entendimento
Cortes de gastos
A equipe econômica do governo tem se debruçado nas últimas semanas sobre uma agenda que vem sendo cobrada por investidores e setores da política desde o começo do governo do presidente Lula: o corte de gastos públicos.
Por enquanto, as medidas em estudo ainda não foram detalhadas, o que tem gerado nervosismo no mercado financeiro — com pressão sobre o dólar, queda da Bolsa de Valores e alta dos juros futuros.
Nos últimos dias, Haddad defendeu que entende a “inquietação” do mercado, mas acrescentou que o governo apresentará propostas para manter o arcabouço fiscal operante. A expectativa é que as medidas sejam apresentadas nas próximas semanas.
Surgiram notícias de que o governo estaria considerando mudanças no seguro desemprego e na multa de 40% de demissão sem justa causa, algo que foi negado pelo Ministério do Trabalho.
O ministro Luiz Marinho ameaçou até deixar o cargo caso se sinta agredido, ou seja, na hipótese de mudanças serem encaminhadas sem discussão prévia com ele.

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