Iniciativa arrecadou 10 mil metros de lã e contou com profissionais que transformaram linhas em gesto de esperança. ‘A gente se uniu pra poder fazer um carinho pra essas pessoas’, diz voluntária. Costureiras de Ribeirão Preto se unem para fazer gorros e meias para vítimas do RS
Crocheteiras e tricoteiras de Ribeirão Preto (SP) se reuniram na tarde deste sábado (1º) para confeccionar gorros e meias que serão doados para vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. A iniciativa é de Roberta Ribeiro, dona de uma loja de aviamentos da cidade, que deu início à campanha de doação de um novelo a cada cinco vendidos.
Após 12 dias, são pelo 10 mil metros de lã que vão ser transformados em esperança, conta a empresária.
Siga o canal do g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp
“A melhor parte é saber que não vai aquecer só eles e sim o coração. Eles estão precisando, em um momento tão difícil, eles estão precisando desse aconchego”.
Desde o fim de abril, quando fortes chuvas começaram a atingir o estado do Rio Grande do Sul, 169 pessoas morreram e 2,3 milhões foram afetadas, de acordo com o governo do estado. Desse total, 626,7 mil seguem foram de casa, recebendo acolhimento de amigos, parentes e em abrigos.
Mulheres se reúnem em Ribeirão Preto para confeccionar gorros e meias para vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul
Reprodução/EPTV
União em cada ponto
Para transformar os fios de lã em meia e gorros e aquecer quem tanto precisa, um grupo de mulheres se juntou e passou a tarde de sábado colocando amor em cada ponto da costura, com a certeza que de estão fazendo o bem.
Patrícia Vianna é assistente administrativa e trabalha perto da loja que desenvolveu a campanha. Ela comenta que sempre compra no local e quando viu a iniciativa não pensou duas vezes.
“Eles precisam nesse momento de todo tipo de ajuda e como lá é um lugar muito mais frio, que tem uma necessidade maior das pessoas estarem aquecidas, essa é a forma que a gente tem, que é mais simples, cheia de amor e de carinho pra gente mandar para as pessoas.”
Mulheres em Ribeirão Preto, SP, costuram meias e gorros apra vítimas do RS
Reprodução/EPTV
Cada gorro demora em média três horas para ficar pronto, mas para as costureiras o tempo não é um problema. Segundo elas, tecer é uma terapia e dessa vez é uma oportunidade de fazer o bem para elas e para o próximo.
A dona de casa Julici Vanzela aprendeu a arte do tricô com a mãe e a tia, mas os ensinamentos não pararam na linha e na agulha. Julice compartilha que a mãe, antes de morrer, sempre ajudou as pessoas.
“Ela já teria comprado as linhas por ela mesmo, já estaria fazendo e doando para esse pessoal. Ela deixou vários cachecóis prontos, que ela fez com muito amor, ela não parava, nem de dia nem de noite, ela não conseguia dormir. Como aqui é muito quente, a gente quase não usa, lá eu tenho certeza que eles vão usar e ela vai ficar muito feliz.”
Mulheres fazem gorros e meias para ajudar vítimas do Rio Grande do Sul
Reprodução/EPTV
Ajudar com as próprias mãos
Acostumada a ajudar as pessoas nas salas dos hospitais, a técnica de enfermagem, Kalen Scarpino é também professora de crochê e viu no mutirão uma forma de praticar o cuidado com o próximo.
“Eu já aqueço as pessoas com o cuidado da minha mão e com o crochê eu ajudo a dar um carinho que passa fronteiras, eles estão esperando por um acalento. Eles têm a importância que a gente dá para eles, eles não são só um e a gente se uniu pra poder fazer um carinho pra essas pessoas.”
Gorros e meias confeccionadas por mulheres em Ribeirão Preto, SP, serão doadas para vítimas do Rio Grande do Sul
Reprodução/EPTV
Segundo as profissionais, a costura pode parecer difícil no começo, mas depois de se pegar o jeito e entender cada ponto de linha, o trabalho fica prazeroso e se torna ainda uma forma de ajudar o próximo.
A professora aposentada Renata Bizzi diz que, quando começa alguma peça de crochê, termina no mesmo dia e nem vê mais a hora passar. Nesse sábado, a boa ação deixou tudo ainda mais fácil.
“Eu estou fazendo um gorrinho de crochê, de lã, é muito bom, é prazeroso, Você tem que prestara tenção onde coloca a agulha, quantos pontos você tem que contar para poder dar o formato do gorrinho”.
Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca
VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região