A alta tem a ver com a tensão geopolítica mundial, como as guerras no Oriente Médio. Outra explicação está no corte da taxa de juros dos principais bancos centrais. Cotação do ouro bate recorde histórico
Em outubro, a cotação do ouro bateu recorde histórico.
Um investimento que remete aos primórdios da civilização e que atualmente pode ser comprado ou vendido até por aplicativo. O ouro é uma espécie de porto seguro para os investidores, considerado um refúgio em tempos de crise. E, em 2024, a cotação do metal registrou recorde atrás de recorde.
No dia 1º de outubro, a medida padrão de 31,1 gramas, a chamada onça-troy, chegou à maior cotação da história: US$ 2.690, o que naquele dia correspondeu a quase R$ 14, 7 mil – aumento de 45% em um ano. A alta tem a ver com a tensão geopolítica mundial, como as guerras no Oriente Médio.
“Toda vez que você está em um período de guerra, o ouro acaba sendo o porto seguro dos investidores, por ter a questão da liquidez imediata e a questão da segurança também”, afirma Elson Gusmão, diretor da Ourominas.
Outra explicação está no corte da taxa de juros dos principais bancos centrais.
“Está tendo corte no Banco Central europeu, corte no Banco Central Americano. Toda vez que há um corte de juros, os rendimentos dos títulos públicos caem, e os investidores acabam optando por novas opções de produtos, buscando maior rentabilidade”, explica Elson.
Segundo os especialistas, os bancos centrais estão comprando quantidades recordes de ouro para compor suas reservas. A maior demanda vem especialmente dos bancos centrais da China e Índia, que buscam se proteger de flutuações do dólar. Na China, o aumento anual das reservas de ouro foi de quase 29%. N a Índia, superior a 45%.
Embora ainda tenha um peso pequeno, o Banco Central do Brasil , por exemplo, também vem ampliando a participação do ouro em suas reservas. O metal representava 0,66% em 2015 e chegou a 2,60% no fim de 2023.
Cotação do ouro bate recorte histórico
Reprodução/TV Globo
O aumento no preço do ouro também é visto nas lojas. O empresário Thiago Ferreira precisou mudar a estratégia de venda. Como o custo para comprar a matéria-prima está alto demais, agora ele reforma joias usadas.
“Quando chega uma joia pronta, eu dou uma repaginada nela, deixo ela nova, como se tivesse acabado de ser produzida, e consigo revender como peça”, conta.
Cotação do ouro bate recorte histórico
Reprodução/TV Globo
“Acabei de ver ali uma aliança R$ 6 mil. Está muito caro”, diz a advogada, Marlene Geraldo.
Repórter: vocês já chegaram a comprar uma aliança? Liliane Neris, empresária: Já e eu joguei fora, em uma briga. E a gente não comprou ainda de novo.
Repórter: E era de ouro?
Liliane: Era.
Lucas Istoco: Foi parcelado em várias prestações, o famoso em 10 vezes. Liliane: o importante é o amor. Depois vamos comprar de novo.
Cotação do ouro bate recorte histórico
Reprodução/TV Globo