Plano dos criminosos foi traçado enquanto eles comiam uma pizza que a própria vítima pediu. Os dois chegaram a levar uma fritadeira, uma airfryer e relógios da casa da vítima. Na esquerda, Guilherme Henrique Alves, de 20 anos, e namorado de Pâmela; na direita Igor Alves, de 23 anos, o cunhado.
Reprodução/Arquivo pessoal
O cunhado e o namorado da técnica de enfermagem Pâmela Nunes Valadares afirmaram para a Polícia Civil que, depois de matá-la, retornaram para a casa da vítima e planejaram um plano de fuga, que tinha como uma das ações a mudança de cidade e mobiliar a casa nova com os pertences dela.
A técnica de enfermagem estava desaparecida desde a manhã de quarta-feira (19), em Frutal, no Triângulo Mineiro. O plano foi elaborado pelo cunhado dela, Igor Alves, de 23 anos, e o namorado, Guilherme Henrique Alves, de 20, enquanto comiam uma pizza pedida por Pâmela.
“Ao todo eles pegaram uma fritadeira, uma airfryer e relógios”, afirmou o delegado da Polícia Civil, Fabrício Altemar.
De acordo com o delegado, os criminosos podem responder por ocultação de cadáver, furto e falsa identidade, além dos agravantes de crueldade. A pena para o crime de feminicídio é de 20 a 40 anos, a depender dos atenuantes.
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Convidados para comer pizza
Pâmela Nunes Valadares, de 28 anos, era natural do estado de Tocantins
Redes Sociais/Reprodução
No dia do crime, a técnica de enfermagem convidou os próprios assassinos para comer uma pizza em casa. Igor e Guilherme disseram à polícia que bebiam juntos quando a vítima brincou de dar tapas no cunhado. Ele não gostou e exigiu que Pâmela pedisse desculpas.
“A vítima deu um segundo tapa no cunhado, que disse que a vontade dele era matá-la. Ele esperou que a pizza fosse entregue e exigiu novamente que ela pedisse desculpas. Quando ela negou, ele partiu para cima dela, a agrediu com socos e começou a enforcá-la”, afirmou o delegado para Polícia Civil, Fabrício Altemar.
Ao ver a namorada ser enforcada pelo irmão, o namorado de Pâmela disse que o ajudou e terminaram de matá-la. Após deixarem o corpo na zona rural, os suspeitos ainda retornaram para a casa da vítima e comeram a pizza.
O crime
Natural de Tocantins, Pâmela era mulher trans e trabalhava em dois hospitais de Frutal, sendo um deles da rede pública.
Após a confraternização que terminou com o feminicídio da técnica de enfermagem, os suspeitos jogaram o corpo da mulher em uma fossa na zona rural da cidade.
“Quando o cunhado da Pâmela viu que ela não iria pedir desculpas, passou a agredi-la com socos. Ele contou em depoimento que um dos golpes chegou a quebrar um dente da vítima. Iremos aguardar o resultado da perícia para ver se realmente isso ocorreu. Em seguida a Pâmela partiu para cima dele e é quando ele a joga contra uma pilastra e começa a esganar”, disse o delegado.
Em seguida, o cunhado e o namorado de Pâmela pegaram uma corda e a enforcaram até a morte.
O corpo da vítima foi colocado pelos criminosos em um carrinho de mão, levado até uma chácara onde Guilherme já morou e jogado em uma fossa.
“Eles enrolaram o corpo em um cobertor e usaram a mesma corda que a enforcaram para amarrar os braços e pernas. Depois de se livrarem do corpo, os dois homens voltaram para a casa da Pâmela e comeram a pizza, enquanto pensavam no que fariam. O plano que eles traçaram era fugir e, inclusive, iriam mobiliar a casa nova com os móveis da vítima”.
Segundo a PM, uma equipe foi acionada para checar a casa da vítima após ela não aparecer para trabalhar no hospital. As amigas de Pâmela teriam mandado mensagens para a vítima, que respondeu, mas se recusou a mandar áudios quando solicitada.
As amigas chegaram a dizer para os militares que a vítima dizia que, se ela sumisse, seria culpa do namorado. Ela ainda relatava ser vítima de agressões cometidas pelo companheiro.
Corpo jogado em fossa
A PM foi até a casa de Pâmela, mas a encontrou vazia. Horas depois, foram até a casa do namorado dela, que confessou o feminicídio. Ele indicou onde estava o corpo e entregou ainda a participação do irmão.
Bombeiros retiram corpo de técnica de enfermagem morta por namorado de fossa em Frutal
Os militares apreenderam a moto elétrica da vítima. Foi apurado que eles levaram o corpo da técnica de enfermagem para o local e depois o esconderam com um carrinho de reciclagem, que também estava na residência.
O Corpo de Bombeiros foi acionado para dar apoio à ocorrência e resgatar o corpo de Pâmela, que estava dentro de uma fossa. Os trabalhos ocorreram ainda durante a noite. Veja vídeo acima.
Técnica de enfermagem é assassinada pelo namorado e jogada em fossa rural
Técnica de enfermagem convidou o namorado e o cunhado para comer pizza em casa antes de ser morta por eles em MG
Após a perícia, foi identificado que a vítima foi enforcada. Também foi encontrada na casa de Pâmela uma poça de sangue no lado de fora, onde as investigações apontam que os suspeitos podem tê-la matado. O sangue foi levado para análise.
Nota de pesar
A Prefeitura de Frutal publicou, ainda na quarta-feira, uma nota de pesar pela morte de Pamela.
“É com tristeza e consternação que o Hospital Frei Gabriel recebeu a notícia da trágica morte da nossa colaboradora Pâmela Valadares Nunes. Nesse momento de profunda dor, prestamos nossas sinceras condolências à família, aos amigos e aos companheiros de trabalho de Pâmela”, disse a nota.
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