12 de fevereiro de 2025

Cúpula de IA revela divergências sobre o tema entre as maiores potências mundiais


O Reino Unido e os Estados Unidos não assinaram a declaração final do encontro. O documento pedia, em linhas gerais, uma inteligência artificial ética, segura e sustentável. Representantes das maiores potências do planeta estão reunidos em Paris para debater um assunto delicado e urgente: a inteligência artificial. E essa reunião de cúpula deixou muito claras as divergências entre os participantes.
Essa revolução que a gente vive, da inteligência artificial, naturalmente mexe com muitos interesses: políticos e econômicos também. Pois nos últimos dois dias esses interesses todos desfilaram em Paris. Estavam lá representantes de 100 países e os diretores das maiores empresas do setor. Um deles, o executivo da OpenAI, criadora do ChatGPT, ferramenta de inteligência artificial que responde às perguntas dos usuários como se fosse uma conversa.
Na segunda-feira (10), um consórcio liderado pelo bilionário Elon Musk disse que ofereceu quase US$ 100 bilhões para comprar a empresa. Musk é dono da rede social X, o antigo Twitter, e também chefe do Departamento de Eficiência Governamental dos Estados Unidos. O executivo da OpenAI falou em Paris que a empresa não está à venda, não, e que a tentativa de compra é “ridícula”.
Cúpula de IA revela divergências sobre o tema entre as maiores potências mundiais
Jornal Nacional/ Reprodução
É a terceira reunião de cúpula dessa. O anfitrião da vez, o presidente francês, Emmanuel Macron, falou que a inteligência artificial tem muito potencial para promover diálogo e progresso coletivo. A Índia também patrocinou o encontro – o país é referência em tecnologia. A União Europeia anunciou um total de 200 bilhões de euros em investimentos no setor para reforçar a ambição do bloco.
“Ouço muitas vezes que a Europa está atrasada na corrida pela inteligência artificial, que Estados Unidos e China estão mais avançados. Discordo. Até porque essa corrida só está no começo. A liderança global está em disputa”, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen.
Tudo ia bem até a hora mais importante: o texto final. Dois peixes grandes não concordaram com o que estava escrito. O Reino Unido e também os Estados Unidos não assinaram a declaração final. O documento pedia, em linhas gerais, uma inteligência artificial ética, segura e sustentável. Os britânicos argumentaram falta de clareza no texto. Já os americanos criticaram o que chamam de “regulamentação excessiva”.
Quem disse isso foi o vice-presidente americano, J.D. Vance. Ele falou que é preciso incentivar a inovação, não reprimi-la; e que os Estados Unidos pretendem continuar sendo a força dominante da inteligência artificial. Ele não participou da foto de encerramento.
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