Valor corresponde ao custo de um prato principal, uma bebida não alcóolica, uma sobremesa e um café. Apesar da alta, preço da refeição fora de casa na metrópole é inferior às médias do estado e do Brasil. Foto de arquivo: Custo da refeição fora de casa aumenta no estado de SP
Reprodução/EPTV
Comer fora de casa está pesando mais no bolso do trabalhador. Uma pesquisa da Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT) apontou que o custo médio da refeição em Campinas (SP) aumentou 11% nos últimos 12 meses ano e chegou a R$ 47,78.
O valor médio corresponde ao custo de um prato principal, uma bebida não alcóolica, uma sobremesa e um café.
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Apesar do crescimento, o custo médio da refeição fora de casa na metrópole é menor que o da capital (R$59,67) e de outras cidades paulistas de grande porte, como Sorocaba (R$ 49,52) e Jundiaí (R$ 53,01). Apenas Ribeirão Preto (SP) apresenta um valor médio menor, de R$ 45,74.
Considerando todo o Estado de São Paulo, o valor médio ficou em R$ 57,09.
Já a média nacional da refeição completa ficou em R$ 51,61 – para chegar nesse valor, a pesquisa levou em consideração os custos da quatro categorias mais comuns na alimentação fora de casa no Brasil (comercial completo, self service/autosserviço, executivo e a la carte).
O estudo foi realizado de março a maio de 2024, em 4.502 estabelecimentos comerciais, divididos nas cinco regiões, em 22 estados e no Distrito Federal.
Alimentação fora de casa
Uma pesquisa do IPC Maps (Índice de Potencial de Consumo) mostrou que os gastos com alimentação fora do domicílio devem movimentar R$ 6,3 bilhões na economia da Região Metropolitana de Campinas (RMC) em 2024.
Isso representa alta de 8,2% em relação ao ano anterior. O volume é metade do consumo esperado com alimentação em casa, de R$ 12,6 bilhões.
De acordo com a pesquisa, os moradores das classes A e B, apesar de representarem 35% dos domicílios na RMC, serão responsáveis por 68,8% desse consumo.
Ou seja, de cada R$ 10 gastos com refeições fora de casa, R$ 6,8 serão de famílias cuja renda média domiciliar supera R$ 10,3 mil ao mês.
Classe econômica pelo IPC-Maps – renda média domiciliar/mês
A – R$ 21.826,74
B1 – R$ 10.361,48
B2 – R$ 5.755,23
C1 – R$ 3.276,76
C2 – R$ 1.965,87
D/E – R$ 900,60
De acordo com Marcos Pazzini, responsável pelo IPC Maps, os números atuais mostram uma volta à normalidade para os setores de bares e restaurantes, principalmente entre os que atendem as classes econômicas mais altas.
“Há essa observação de que classes mais altas, após a pandemia, estão tendo mais prazer em sair, e percebemos que além do aumento do gasto, houve aumento dos preços nesse segmento. Mas é importante frisar que há mercado para todas as classes. Os negócios menores, de fato, sentiram maior impacto durante a pandemia, mas com a retomada, esse aquecimento, há a possibilidade de se levantarem mais rápido, principalmente quem entende seu público”, avalia Pazzini.
André Mandetta, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) Regional Campinas, destaca a projeção do IPC Maps como positiva para o setor.
“O aumento do consumo na região é importante para trazer esperança para o empresário equilibrar o caixa, já em ainda temos 20% dos estabelecimentos em prejuízo, segundo a última pesquisa da Abrasel, além do alto nível de endividamento, de 32% em abril”.
Essa recuperação apontada pelo responsável da pesquisa pode ser traduzida em números da Abrasel, de que a RMC conta atualmente com 1.778 novos estabelecimentos, chegando a 32.577 nos 20 municípios, o que representa aumento de 5,8% nos novos empreendimentos em relação a 2023.
Gastos por cidade
Maior cidade da região, com 1,1 milhão de habitantes, Campinas concentra a maior fatia dessa projeção de gastos com alimentação fora de casa, com R$ 2,3 bilhões, alta de 5,4% em relação ao ano anterior. Indaiatuba (SP) e Americana (SP) aparecem na sequência – veja dados abaixo:
Marcos Pazzini destaca o crescimento dessas cidades no entorno de Campinas, que foi de 12% em Indaiatuba, e 10,8% em Americana, em relação ao ano anterior, demonstrando a expansão do setor de bares e restaurantes pela RMC.
“Com base nos dados que disponibilizamos, é possível também que os investidores, empresários saibam onde colocar as fichas. São cidades com potencial elevado de crescimento, opção além de Campinas, que possui uma concorrência enorme”, destaca Pazzini.
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