Ele ficou afastado das funções por suspeita de fraude e corrupção. O conselheiro foi preso na Operação Quinto do Ouro, da Lava Jato. Da morte de Marielle até a prisão, Domingos Brazão recebeu mais de R$ 2,4 milhões em salários
Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), preso neste domingo (24) por suspeita de ser o mandante da morte da vereadora Marielle Franco,e do motorista Anderson Gomes, recebeu mais de R$ 2,4 milhões em pagamentos dos cofres públicos desde o crime, em março de 2018.
Brazão tem um salário médio de R$ 39 mil por mês, mais uma variável de auxílios saúde, transporte e educação.
No entanto, a maior parte desses seis anos após os assassinatos de Marielle e Anderson Gomes, Brazão ficou afastado. Em abril de 2017, ele ficou afastado das funções por suspeita de fraude e corrupção. Ele foi preso na Operação Quinto do Ouro, da Lava Jato.
Brazão foi reconduzido ao cargo no ano passado. No período em que ficou longe, ele recebeu R$ 2.767.685,43.
A permanência de Domingos Brazão no cargo de conselheiro do TCE-RJ é questionada. O deputado estadual Flávio Serafini (PSOL-RJ) afirmou nesta segunda (25) que vai entrar com uma ação no Superior Tribunal de Justiça (STJ) pedindo o impeachment do cargo de conselheiro do TCE-RJ.
Domingos Brazão, em entrevista ao documentário “Marielle”
TV Globo/Reprodução
Crime
No domingo, Domingos Brazão e o irmão Chiquinho Brazão, que é deputado federal, foram presos pela Polícia Federal (PF) como mandantes das mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018.
O delegado Rivaldo Barbosa, que era o chefe de Polícia Civil na época do crime, também foi preso. Ele é apontado como suspeito de ajudar a planejar o crime e de atrapalhar as investigações.
Os três foram alvos de mandados de prisão preventiva expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A Operação Murder, Inc. foi deflagrada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e pela Polícia Federal (PF). O caso era investigado pela PF desde fevereiro do ano passado.