17 de janeiro de 2025

Das 106 cidades da Zona da Mata e Vertentes, apenas 5 têm prefeitas mulheres, aponta análise da UFMG

Além disso, região soma apenas 10% das vereadoras eleitas em municípios de Minas Gerais. Pesquisadora disse que número regional reflete problema nacional da democracia brasileira. Apenas 5 municípios da Zona da Mata e Campo das Vertentes possuem mulheres no executivo.
g1 Zona da Mata
Em 106 cidades da Zona da Mata e Campo das Vertentes, apenas 5 têm prefeitas mulheres. São elas: Juiz de Fora, Lima Duarte, Guidoval, Aracitaba e Divinésia.
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Os dados divulgados pelo Núcleo de Estudos e Pesquisa sobre a Mulher da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFMG) ao g1 Zona da Mata analisam somente os municípios de cobertura do portal.
Além disso, as cidades registram:
apenas 10,65% das vereadoras eleitas em municípios de Minas Gerais;
Na Zona da Mata, são 65 cidades e 111 legisladoras;
Já no Campo das Vertentes, 15 mulheres atuam na Câmara de 10 municípios;
Percentualmente, isso significa que das 1.182 vereadoras de Minas Gerais, 9,39% são da Zona da Mata e 1,26% do Campo das Vertentes;
Em relação ao número de prefeitas em Minas, são 64, sendo que a Zona da Mata e Vertentes têm apenas 7% delas.
Os dados foram coletados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e tratados pelo NEPEM UFMG, em uma pesquisa chamada “Representação, processos de inclusão e violência política: Construindo Redes de Mulheres na Política”, financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). As análises são feitas baseadas em candidatas eleitas em 2021.
Dados locais que refletem o nacional
Segundo a subcoordenadora de pesquisa de análise de dados do NEPEM e Doutora em Ciências Polícias da UFMG, Alessandra Costa, os números da Zona da Mata e Vertentes refletem um diagnóstico que é também estadual e nacional.
“É um problema na democracia brasileira. É um paradoxo, já que as mulheres são maioria da população e são sub-representadas, quando não excluídas, em todas as esferas”, disse.
A pesquisadora ainda chama atenção para a quantidade de municípios mineiros que não têm mulheres no Legislativo e Executivo. “Das 854 cidades de Minas, somente 64 são governadas por mulheres. E olhando para o Legislativo, 22% dos municípios não tem nenhuma vereadora”.
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Outro dado analisado pelo NEPEM chama ainda mais atenção: Minas Gerais possui tem uma prefeita autodeclarada preta.
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Elza Fiuza/Agência Brasil
Quando eleitas, mulheres também enfrentam desafios
Os dados obtidos e produzidos pelo NEPEM foram apresentados na Assembleia Legislativa de Minas Gerais na última semana de maio e, além de demonstrar a exclusão de mulheres na política mineira, também alertam para desafios enfrentados durante os mandatos.
“A mulher já enfrenta desafios para se candidatar. E, mesmo eleita, o que nós temos percebido é que a taxa de sucesso nos mandatos femininos é muito inferior aos masculinos.”, afirma Alessandra.
Outro ponto importante que deve ser considerado é a violência contra mulheres na política. “A gente tem percebido por meio das pesquisas do NEPEM que as pessoas do sexo feminino que assumem cargos nas esferas de poder têm sofrido muita violência. Tudo isso é muito preocupante para a nossa democracia.”
Ou seja, para além dos desafios para se candidatar, a baixa representação e candidaturas pouco exitosas, as mulheres eleitas para cargos executivos e legislativos em Minas Gerais ainda enfrentam casos de violência política.
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*estagiária sob supervisão da editora Juliana Netto.
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