24 de dezembro de 2024

De enchente à seca: militares que atuaram no RS ajudam a combater os incêndios no Pantanal

Quase 700 mil hectares do bioma foram queimados neste ano, o que representa 5% de todo o bioma. Equipe da Força Nacional reforça combate aos focos de incêndio no Pantanal neste domingo (30)
Saul Schramm
Militares da Força Nacional que atuam no combate aos incêndios no Pantanal vieram de outra missão causada por uma situação climática extrema: as chuvas no Rio Grande do Sul. De enchente à seca, os brigadistas lutam contra o fogo que já devastou quase 700 mil hectares do bioma neste ano.
De acordo com o subtenente Edraudino Pereira Lúcio, o reforço foi bem-vindo neste momento em que o bioma enfrenta uma situação de seca severa, que torna o ambiente mais suscetível às queimadas descontroladas.
“Todas as forças que estão chegando para cá fazem uma grande diferença. Esse efetivo da Força Nacional, mais o investimento que está sendo feito na parte das aeronaves para ajudar no combate, só vem a agregar e fortalecer a capacidade que nós teremos de controlar esses incêndios”, disse.
🔥👨🏽‍🚒Os números de incêndios já superam os registrados no mesmo período de 2020, quando houve recorde de devastação no bioma. Mais de 3 mil focos de incêndio foram registrados no bioma entre 1º de janeiro e 29 de junho deste ano.
Especialistas explicam que o aumento exponencial dos focos de incêndio no Pantanal ainda em junho é causado pela antecipação da temporada do fogo, que chegaria só entre o fim de julho e agosto, e a exposição do solo seco.
Da enchente à seca, militares atuam contra o fogo no Pantanal
Saul Schramm
Na segunda-feira (24), o estado de Mato Grosso do Sul decretou estado de emergência nas cidades atingidas pelos incêndios. Para ajudar a conter a situação, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) enviou 82 agentes da Força Nacional para auxiliar no combate ao fogo.
De acordo com o tenente piauiense Luiz Moraes Nunes, alguns militares da Força Nacional já cumpriram missões no Pantanal. Mais de 15 brigadistas que estão em Mato Grosso do Sul, também atuaram no combate às enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul.
“São brigadistas de vários estados. Temos militares do Nordeste, temos militares da parte Centro-Oeste, Norte e de vários estados do Brasil. Alguns militares já vieram a combater o incêndio aqui no Pantanal, mas, no meu caso, é a primeira vez que estou fazendo esse tipo de trabalho aqui”.
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O maior avião produzido na América Latina, KC-390, foi utilizado pela primeira vez contra incêndios, na sexta-feira (28), no Pantanal. A aeronave, da Força Aérea Brasileira, é equipada com sistema de combate a incêndio e tem capacidade para carregar quase 12 mil litros de água.
Essa é a primeira vez que a FAB usa essa aeronave em operação no Pantanal.
✈️💦O KC-390 Millenium é operado pelo Primeiro Grupo de Transporte de Tropa (1º GTT) – Esquadrão Zeus, sediado na Base Aérea de Anápolis (BAAN). Com uma espécie de caixa d’água gigante e um compartimento modular, os militares conseguem fazer sobrevoos baixos e lançar rajadas de água sobre o fogo.
KC-390 Millennium da Força Aérea Brasileira (FAB)
Reprodução/GloboNews
A caixa d’água gigante é chamada tecnicamente de Sistema Modular Aerotransportável de Combate a Incêndios (MAFFS). Com um tubo que projeta água pela porta traseira, cerca de 12 mil litros podem ser despejados contra a área afetada pelo fogo.
O sistema oferece maior precisão e aumenta significativamente a eficácia das operações de combate aos incêndios. Todo o processo operacional dos militares da FAB leva em consideração três barreiras:
🛬um voo a baixa altitude;
✈️baixa velocidade;
🔥elevadas temperaturas.
O cargueiro é voltado para missões como transporte e lançamento de cargas e tropas, reabastecimento em voo, busca e salvamento e combate a incêndios florestais.
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