18 de outubro de 2024

De pedaços de madeira a obras de arte: voluntário ensina pirografia para alunos em situação de vulnerabilidade social

Para ajudar na renda, o professor Jairson Nilsen ainda estimula o lado empreendedor nos alunos. Hoje, ele tem 25 pirógrafos e atende cerca de 60 crianças, em cinco projetos diferentes na cidade de Rio Preto (SP). Professor ensina arte de pirografia para adolescentes e jovens de bairros da periferia
Transformando pedaços de madeira em obras de arte, um professor de São José do Rio Preto (SP) ensina pirografia para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade em associações e projetos sociais. Para ajudar na renda, o voluntário ainda estimula o lado empreendedor nos alunos.
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O nome da arte, pirografia, vem do grego e quer dizer escrita a fogo. Na sala de casa, transformada em ateliê, Jairson Nilsen passa boa parte do dia se dedicando ao trabalho.
Voluntário ensina pirografia para alunos em situação de vulnerabilidade em Rio Preto (SP)
Rogério Pedrozo/TV TEM
A inspiração para começar na arte veio da esposa, que descobriu sobre a forma de ilustração na internet e propôs que ele aprendesse. Da ideia despretensiosa surgiu um interesse pela ancestralidade. Jairson, então, começou a aperfeiçoar a técnica enquanto enfrentava momentos difíceis.
“Minha esposa comprou um pirógrafo para mim. É muito caro. Eu comecei a fazer umas plaquinhas com nomes e comecei a pegar amor. Minha esposa teve câncer e eu comecei a lutar”, explica Jairson.
Em meio à luta para tornar a rotina da esposa mais leve e buscar melhores condições de vida para ela, Jairson depositou todas as energias na pirografia.
Professor ensina pirografia a crianças em Rio Preto (SP)
Rogério Pedrozo/TV TEM
Para tornar possível esse sonho de ensinar a arte da pirografia a crianças, Jairson começou a vender os quadros dele e, com o dinheiro, aos poucos foi comprando os equipamentos necessários para dar aulas. Hoje, ele tem 25 pirógrafos e atende cerca de 60 crianças em cinco projetos diferentes na cidade.
“Todos os trabalhos que eles fazem são para vender, para ter como ajudar dentro de casa. É isso que me cativa cada vez mais a ensinar as crianças. A minha intenção é que elas aprendam a ter coordenação, a fazer um desenho e ter um futuro pela frente”, comenta o voluntário.
Jairson Nielsen ensina pirografia para crianças em situação de vulnerabilidade em Rio Preto (SP)
Rogério Pedrozo/TV TEM
O Educandário Espírita, no bairro João Paulo II, é uma das instituições onde Jairson trabalha como voluntário. As crianças, segundo ele, são dedicadas a aprender. César Adriano, de nove anos, é uma delas. O pequeno conseguiu vender os quadrinhos e usa o dinheiro para ajudar em casa.
“Eu vendi por R$ 30. Comprei arroz e feijão para meu pai e minha mãe”, conta César.
Maria Estela Vitoria da Silva Leite é uma das alunas do professor voluntário em Rio Preto (SP)
Rogério Pedrozo/TV TEM
Maria Estela Vitoria da Silva Leite, de 14 anos, é uma das primeiras alunas da turma e também está entre as mais dedicadas. O traço preciso dela na madeira é resultado de quase um ano de treino.
“Eu me sinto inspirada, porque é uma coisa que a gente relaxa. Esse aqui [leão] estou desde semana passada fazendo, mas, na verdade, é uma encomenda”, conta Maria.
Para participar das aulas, a criança precisa ter mais de sete anos. O professor acompanha cada passo do aluno e o orienta sobre o jeito correto de usar o equipamento.
Alunos aprendem pirografia em Rio Preto (SP)
Rogério Pedrozo/TV TEM
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