Mauá é a terceira cidade na série de debates do g1 neste segundo turno. Participaram os candidatos Marcelo Oliveira (PT) e Atila (União). Debate em Mauá, com os candidatos Marcelo Oliveira e Atlia e a mediadora, a jornalista Ana Paula Campos
Fábio Tito/g1
Os candidatos à Prefeitura de Mauá, na Grande São Paulo, Marcelo Oliveira (PT) e Atila (União), participaram de debate de segundo turno promovido pelo g1 nesta quarta-feira (16) e foi marcado por troca de acusações entre eles, sobre investigações, além de propostas sobre segurança pública, saúde e creches.
O evento foi transmitido ao vivo, de São Paulo, pelo site, pelo YouTube e pelo TikTok, e a mediação foi feita pela jornalista Ana Paula Campos.
O prefeito Marcelo, que concorre à reeleição, teve 45,13% dos votos válidos no primeiro turno e Atila, 35,56%.
As regras foram apresentadas e aceitas por representantes dos candidatos em reuniões realizadas na sede da TV Globo em São Paulo. O debate será dividido em três blocos: no primeiro, os candidatos vão ter 10 min cada um para debater sobre temas definidos, no segundo, cada um terá 15 min para debater com tema livre e, no terceiro, terão 1 min cada um para fazer suas considerações finais.
Logo no início, Atila foi repreendido por ter usado uma expressão de baixo calão ao se referir ao adversário.
Um sorteio realizado momentos antes do debate definiu que Atila seria o primeiro a falar no primeiro bloco e nas considerações finais. Marcelo abriu o segundo bloco e encerrou as considerações finais.
Nesta quinta (17), às 13h30, acontece o debate com os candidatos a prefeito de São Bernardo do Campo. Na sexta (18), com os que disputam o comando de Guarulhos.
Primeiro bloco – tema determinado
Debate Mauá: Atila (União) e Marcelo Oliveira (PT) trocam acusações sobre campanha
Marcelo comentou que a candidatura de Atila está sub judice. “Entregando material na cidade o dia inteiro para se explicar. Está disputando as eleições através de liminar e já está pacificado no Tribunal Superior Federal e também no TSE que não pode disputar as eleições”, afirmou. Atila rebateu, dizendo que “minha candidatura está deferida”. “Você sabe quem é o Régis Castilho? É o relator do processo. Ele estudou o processo.”
Os candidatos também trocaram acusações sobre investigações passadas. Atila acusou Marcelo de ter acobertado um vereador investigado por suposta prática de crime sexual. O caso, no entanto, foi arquivado por não terem sido encontrados indícios nem vítimas.
Sobre segurança pública, o atual prefeito disse que contratou 96 guardas-civis. “A cidade de Mauá tinha 212, fui o prefeito que mais contratou a Guarda Municipal. Nós retomamos a base fixa no Vila Vitória, nós compramos viaturas, nós renovamos viaturas, nós renovamos os equipamentos, criamos a Patrulha Maria da Penha”, disse Marcelo. “Nós trabalhamos para a segurança, criamos também essa parceria da Polícia Civil, Militar e a Guarda Municipal, e a Operação Delegada.”
Atila rebateu que “quem instalou as bases móveis na alça do Rodoanel está aqui na sua frente, foi Atila Jacomussi. Você retirou as bases móveis, inclusive no Jardim Oratório. Você desativou no Jardim Zaíra, né? Além de tudo isso, quem chamou o concurso público da GCM fui eu, na minha última gestão. Nós vamos transformar DDM, que vai funcionar 24 horas por dia e também no final de semana, além de tudo isso, nós vamos trazer o Detecta, ampliar o Muralha Paulista.”
Sobre saúde, Marcelo se comprometeu a criar um quarteirão da segurança, “onde nós teremos a Polícia Civil, a Polícia Militar e a Guarda Municipal, já temos o terreno ali no centro da cidade. Temos dialogado e recurso para poder fazer, mas vamos também aumentar o monitoramento onde nós já temos, nas escolas e alguns locais na cidade e ampliar esse Monitoramento nos locais onde tem mais movimento. Outra coisa, o candidato está falando detecta, a cidade já tem o Detecta. A cidade já tem o Muralha.”
Debate Mauá: Atila (União) e Marcelo Oliveira (PT) debatem sobre guarda civil municipal
Segundo bloco – tema livre
Marcelo afirmou ter construído duas creches e ter reformado 38 das 44 existentes, e acusou ter havido “só escândalo” no governo de Atila. “Quando eu cheguei, tava as escolas chovendo mais dentro do que fora, as nossas crianças pedindo socorro junto com os pais. Foi isso que eu encontrei na cidade, R$ 165 milhões de dívida de curto prazo. Digo mais: não pagou e nenhum fornecedor queria entregar mais produtos para nossa cidade. Eu resgatei a credibilidade os contratos. De dia e resgatei a dignidade do nosso povo. O que você pretende fazer na educação?”, questionou.
Debate Mauá: Atila (União) e Marcelo Oliveira (PT) debatem sobre escândalos políticos
Atila afirmou quem foi ele quem mais investiu em educação. “Quando você fala que entregou material escolar e uniforme no tempo certo, foi no terceiro ano do seu mandato, você entregou primeiro uniforme ainda de tamanho errado, viu?”
E propôs “construir cinco novas creches. Pelo menos vamos trazer o Fiec lá no Jardim Zaíra.” E disse que irá criar “convênio com as creches particulares”.
A criação de uma Secretaria da Pessoa com Deficiência foi sugerida por Marcelo “para que a gente possa dialogar junto com as pessoas que têm TEA. Em Mauá, mais ou menos 30 mil pessoas, para que a gente possa junto criar as políticas públicas que são necessárias”.
Atila (União Brasil) e Marcelo Oliveira (PT) em debate realizado pelo g1 com candidatos que disputam o segundo turno em Mauá
Fábio Tito/g1
Quem é Marcelo Oliveira
Atual prefeito de Mauá, Francisco Marcelo de Oliveira já foi vereador da cidade por três mandatos (2008-2020) e chegou a presidir o Legislativo municipal por dois anos.
Ele também já atuou como presidente do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC.
Aos 52 anos, ele volta a disputar a Prefeitura de Mauá com Atila Jacomussi (União), a quem venceu no segundo turno de 2020, com menos de dois pontos percentuais de diferença.
Nas eleições deste ano, recebeu 93.374 votos no primeiro turno (45,13%), ficando à frente do adversário.
Quem é Atila
Deputado estadual de São Paulo, Atila Cesar Monteiro Jacomussi é ex-prefeito de Mauá (2017-2020) e teve gestão marcada por prisões e impeachment na Câmara. Por decisão da Justiça, ele retomou o posto no Executivo e permaneceu até o fim do mandato.
Entre 2004 e 2012, ele atuou como vereador do município.
Aos 51 anos, Atila concorre à Prefeitura de Mauá pela quarta vez. Em 2020, chegou ao segundo turno, mas foi derrotado por Marcelo Oliveira (PT), por menos de dois pontos percentuais de diferença.
Nas eleições deste ano, recebeu 73.558 votos no primeiro turno (35,56%), ficando em segundo lugar na disputa.