21 de outubro de 2024

Debate dos candidatos de Franca tem provocações e propostas para população de rua, cirurgias eletivas e transporte público

Alexandre Ferreira (MDB) e João Rocha (PL) participaram do confronto promovido pela EPTV e que se estendeu até a madrugada desta segunda-feira (21). Os candidatos Alexandre Ferreira (MDB) e João Rocha (PL) são orientados por Guilherme Nali antes do início do debate de Franca (SP) no segundo turno
Érico Andrade/g1
Os candidatos à Prefeitura de Franca (SP), Alexandre Ferreira (MDB) e João Rocha (PL), participaram neste domingo (20) do debate do segundo turno das eleições 2024 promovido pela EPTV, afiliada da TV Globo. O confronto foi marcado por provocações, principalmente envolvendo o problema da população em situação de rua e da fila para cirurgias eletivas, acusações sobre mentiras dos dois lados, e propostas para o transporte público, a educação e a habitação.
O g1 transmitiu o debate ao vivo. A mediação foi feita pelo jornalista Guilherme Nali.
No primeiro turno, Alexandre Ferreira, que concorre à reeleição, recebeu 73.496 votos – 47,17% do total -, e João Rocha teve 44.545 votos – 28,59% do total.
Os candidatos se enfrentaram em quatro blocos de 20 minutos cada. No 1º e no 3º blocos, eles fizeram perguntas de terma livre, já no 2º e no 4º blocos, as perguntas foram de tema determinado. Na última etapa, Alexandre e Rocha ainda tiveram tempo para fazer as considerações finais.
1º bloco
Veja o primeiro bloco do debate entre os candidatos à prefeitura de Franca (SP)
Alexandre Ferreira começou falando sobre o problema da população em situação de rua em Franca. Ele disse que o problema cresceu no pós-pandemia e disse que a prefeitura precisa garantir que essas pessoas saiam da rua e da dependência das drogas. Ele perguntou o que o oponente pretende fazer.
João Rocha disse que o programa implantado em Franca aumentou a criminalidade e vai ser alterado. Ele disse que vai interromper o programa firmado com o governo federal e criar um programa da cidade para assistir às pessoas. “A criminalidade não vai continuar. A tolerância vai ser zero a partir de janeiro”, disse.
Alexandre disse que o oponente não explicou o que vai mudar e insistiu na pergunta para saber o que ele vai fazer para melhorar as condições de quem vive na rua. Rocha afirmou que o oponente assumiu um programa que prejudica a cidade. Citou um comerciante que foi assaltado pela 8ª vez e reforçou que Franca terá um programa com assistência, frentes de trabalho e recolocação social.
Alexandre disse que não tem cabimento falar que vai aumentar um serviço que está funcionando, que está ajustado à necessidade de Franca. Ele disse que implementou o consultório na rua, criou a possibilidade de um grupo acompanhar as pessoas para receber os serviços da prefeitura, se elas quiserem sair da rua, fez o acolhimento de famílias que estavam na rua.
Rocha afirmou que a cidade reclama do serviço considerado por Alexandre como de excelência. Ele disse que as pessoas aumentaram e que o problema está em todos os lugares, Praça das Bandeiras, na Estação, no Centro-Pop. Rocha também disse que vai instalar bases da PM e da GCM, que inclusive será equipada.
Alexandre disse que o desafio é grande na cidade, mas que a gestão dele vem trabalhando no acolhimento e criando frentes como o CAPS, internações e possibilidade de comunidades terapêuticas, reestabelecimento dos vínculos dessa população com as famílias. Ele prometeu melhorar a iluminação púbica, principalmente em áreas mais vulneráveis, e também perguntou o que João Rocha vai fazer para reduzir a criminalidade entre a população de rua.
Rocha rebateu dizendo que equipes da Guarda Civil Municipal não foram ampliadas na gestão dele, o que fortalece o crime. Segundo o candidato, moradores reclamam da atual política da gestão de Alexandre e que disse que a PM e a GCM darão apoio às ações da prefeitura para combater ilícitos.
2º bloco
Saúde
Alexandre Ferreira (MDB) pergunta a João Rocha (PL) sobre saúde
Alexandre Ferreira (MDB) escolheu saúde na abertura do bloco de tema determinado. Ele disse que há demora na fila de cirurgias eletivas e que os procedimentos têm que ser solicitados ao estado, mas o gestor precisa conseguir soluções.
Rocha disse que o oponente foi secretário de saúde por duas vezes e que a imprensa diz que a fila é de 26 mil pessoas. Segundo ele, só agora, com deputada Dra Graciela conseguiu R$ 3 milhões para sanar o problema. Ele disse que em sua gestão terá um programa de compra de cirurgias eletivas. Rocha afirmou que Alexandre está comprando cirurgias em outras cidades para pessoas que não têm condições de sair do município.
O candidato do MDB provocou Rocha dizendo que ele falava alto e não sabia o que dizer. Ele disse que o AME foi feito quando ele era secretário de Saúde e que o último andar do prédio é para fazer cirurgias eletivas. Foi montado o serviço de pequenas cirurgias dentro do NGA. Alexandre disse que um hospital é prioridade em Franca. Foram feitas várias parcerias, não só com a Dra Graciela, mas também com outros recursos, e que afirmou que a Santa Casa não tem condição de fazer. Alexandre disse que Rocha faz uma campanha bagunçada e que chegou a dizer que a fila tinha 300 mil pessoas.
Rocha disse que Alexandre afirma ter conseguido cirurgias, mas questionou o motivo de as filas continuarem aumentando. Ele disse que o hospital que está sendo construído precisa ser administrado pela gestão municipal. Afirmou que uma paciente foi fazer uma cirurgia eletiva em uma cidade menor e que o médico disse a ela que não faria o procedimento por falta de UTI no município.
Alexandre chamou Rocha de mentiroso e propagador de fake News. O candidato afirmou que entende o processo da saúde e que as cirurgias eletivas precisaram ser suspensas no período da pandemia para atender a demanda de Covid.
Habitação
João Rocha (PL) pergunta a Alexandre Ferreira (MDB) sobre habitação
Ainda no segundo bloco, João Rocha disse que Franca tem 20 alqueires de áreas desocupadas e o prefeito não entregou nenhuma casa popular em sua gestão. Ele disse que após mudança na legislação aprovada pela Alesp é possível mudar a destinação de áreas públicas e construir núcleos habitacionais. “O que o senhor tem a dizer para a população?”
Alexandre disse que fez 1,2 mil moradias no Copacabana e no Rubi e que tem dois projetos no Portinari e no santa cruz para sair do papel casa paulista e CDHU. É um processo longo, demorado e que estamos trabalhando para entregar casas espetaculares. Onde estão esses 20 mil alqueires de terra para fazer casas?
Rocha disse que o Alexandre mentiu porque disse que vai fazer um Cepel na Santa Cruz durante um anúncio. Ele afirmou que quando esteve na prefeitura mandou 12 áreas para fazer casas populares. Segundo ele, o atual prefeito não cuida dessas áreas disponíveis, não limpa os terrenos.
Alexandre disse que Rocha não conhece as áreas e não sabe onde elas estão. O candidato disse que onde ele fez casa quem resolveu o problema das casas em áreas irregulares foi o ex-prefeito Sidney Rocha. Não dá pra aceitar mais isso, a campanha do senhor é bagunçada. Não tem controle, gerenciamento, vai inventando as coisas. De novo, onde tem uma área pra fazer casa, onde estão os 20 alqueires?
Rocha disse que o Alexandre está igual o Barrichelo, chegando sempre atrasado o senhor te uma gestão desorganizada. Faz propaganda ostensiva, engana o povo. Foi votada na assembleia uma mudança de destinação de área. Se a área foi destinada para escola, mas não existe a demanda, vai o plano para construir casas.
3º bloco
Veja o terceiro bloco do debate entre os candidatos á prefeitura de Franca (SP)
João Rocha perguntou se Alexandre Ferreira vai retomar a Casa da Saúde da Mulher e voltou a insistir na fila das cirurgias eletivas. O candidato disse que o concorrente não comprou cirurgias na Santa Casa e que inaugura unidades de saúde sem pediatra e ginecologista.
Alexandre disse que quando se fala de saúde tem a atenção básica, oferecimento de clínicos, pediatra, depois a atenção especializada, e, por fim, a internação. Hierarquicamente, o prefeito não consegue fazer tratamentos de alta tecnologia. Segundo ele, UBS, pronto-socorro e UPAs são atenção primária, são competência do município. Mas serviços como oncologia são de outra esfera. Alexandre disse que o oponente está com Gilson [ex-prefeito], e que criou a Casa da Saúde da Mulher, mas que eram feitos apenas 17 atendimentos por dia. “Aquilo foi criado porque era um engodo”. O candidato citou que ao fechar a Casa da Mulher, levou a Saúde Auditiva para o prédio e atendeu 7 mil pessoas. Sobre ginecologistas, disse que foram feitos 12 concursos, mas que só cinco foram contratados. Por isso, foi feita compra de consultas, mamografias e outros exames.
Alexandre perguntou como Rocha pretende resolver a marcação de consultas no AME para especialidades. Ao rebater alianças citadas pelo oponente, Rocha disse quem fez parceria no segundo turno foi Alexandre com Dr. Ubiali, ex-candidato, e o acusou de já ter negociado cargos. Rocha disse que não é possível conferir os números apresentados por Alexandre e que ele fechou a Casa de Saúde da Mulher com a promessa de reabri-la com melhor atendimento, o que não aconteceu. “O ginecologista e o pediatra não estão nas unidades de saúde”. Rocha também chamou o oponente de mentiroso. Ele afirmou que, hoje, Franca tem duas UPAs, no Anita e no Aeroporto, mas que vai criar uma UPA no Leporace, no Portinari, e outra no Paulistano e no Brasilândia. “Precisamos desafogar as que existem, e vamos ter profissionais, não é só prédio.”
Alexandre disse que criou o ambulatório de clínica e ginecologia junto com a Facef e melhorou muito o atendimento. Disse que a Santa Casa pediu o credenciamento para reforçar a oferta no município. Ele acusou João Rocha de prometer, mas não conhecer as regras da administração pública. “Não vão ser abertas UPAs porque o Ministério [da Saúde] não vai autorizar e você vai colocar a culpa no ministério. Como o senhor vai resolver as consultas?”
Rocha disse que a Santa Casa aprimorou o trabalho, mas que o oponente elogia o hospital atualmente porque a Santa casa não quer que ele esteja à frente da prefeitura. Nós vamos fazer uma parceria com a santa casa, o hospital do coração e do câncer. a santa casa tem um serviço de excelência que o atual prefeito não usou ao longo de 4 anos, não comprou vagas e deixou o povo esperando. Rocha disse que vai fazer parcerias com todos os serviços de saúde para melhorar o atendimento.
4º bloco
Educação
João Rocha diz que tem ouvido relatos de problemas na educação por toda a comunidade escolar. Alexandre afirmou que na pandemia teve um grande desafio com a escola remota pra crianças. A gestão dele entendeu a deficiência no pós-pandemia e mudou todo o mobiliário das escolas, melhorou a qualidade da merenda, com a contratação de mais profissionais, criaram a escola digital, todos os professores e estudantes, têm notebook. Segundo ele, a capacitação continuada foi implantada e as reuniões pedagógicas mostram o resultado. O contra-turno de atividades logo após as aulas facilitaram a vida dos pais e aumentou o rendimento dos estudantes. Foram criadas 9 escolas de ensino integral. As crianças que têm um rendimento maior e as que estão em atraso recebem atendimento especializado. Franca foi premiada com um laboratório porque 100% das crianças foram alfabetizadas na idade correta.
Rocha afirmou que visitou creches e que o mobiliário das escolas está um lixo, ao contrário do que diz o adversário. O candidato disse que Alexandre faz propaganda e tira de pontos que precisam, e não está cuidando da educação. Ele disse que os pais reclamaram da merenda, que só é entregue uma fruta e um iogurte para as crianças passarem a tarde toda na escola. Rocha voltou a chamar o oponente de mentiroso. Segundo o candidato, a secretária de Educação não recebe a população para ouvir as demandas. Os prédios estão mofados, não há segurança, professores são atacados, não há plano de carreira, afirmou Rocha.
Transporte público
Em 2019, deveria ter sido feita uma renovação do contrato do transporte urbano. Oje o serviço funciona com as regras estabelecidas em 2009 e pediu um prazo para realização de audiências públicas e elaboração do novo contrato. Como ele pensa que tem ser o contrato do transporte?
Rocha afirmou que não era necessário pedir a prorrogação. Se é obrigatório, essencial, e a empresa pode manter a prestação. Ele disse que o numero de linhas não e adequado, a frota não é adequada, o preço não é o ideal ara a população.
Alexandre disse que não vai manter o contrato. A gratuidade hoje quem financia é o próprio usuário, não temos ônibus suficientes, a empresa entrou na Justiça pra cobrar R$ 18 milhões da prefeitura. A gente tem que financiar o sistema, é necessário fazer um sistema que atenda as demandas.
O preço é caro, a gratuidade está sendo mantida. O prefeito disse que está fazendo reuniões, mas ele sabe o que precisa ser feito. Por que não corrigiu isso, prefeito, novas linhas, ar-condicionado, horários para que o trabalhador possa chegar ao trabalho. A empresa está com menos ônibus, o senhor não cumpre o que precisa. Ele disse que foi judicializado.
Alexandre disse que o oponente não tem proposta para o transporte público. Quando foi colocado o QR code para a população pinar, foram entregues várias sugestões. Alexandre poderia ter discutido com o tribunal de contas, mas preferiu fazer uma nova licitação. As pessoas participam do processo com as audiências públicas.
Rocha voltou a dizer que o prefeito tinha conhecimento sobre as melhorias necessárias e já sabia que o contrato não poderia ser prorrogado. Segundo o candidato, o transporte público será resolvido na gestão dele em janeiro do ano que vem.

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