26 de outubro de 2024

Debate dos candidatos de Ribeirão Preto tem acusações, jogo de documentos nas redes sociais e propostas sobre saúde e segurança pública

Ricardo Silva (PSD) e Marco Aurélio (Novo) participaram do confronto promovido pela EPTV na noite desta sexta-feira (25). Ricardo Silva (PSD) e Marco Aurélio (Novo) disputam o 2º turno das eleições 2024 para a prefeitura de Ribeirão Preto, SP
Érico Andrade/g1
Os candidatos à Prefeitura de Ribeirão Preto (SP) Ricardo Silva (PSD) e Marco Aurélio (Novo) participaram nesta sexta-feira (25) do debate do segundo turno das eleições 2024 promovido pela EPTV, afiliada da TV Globo. O confronto foi marcado por provocações e propostas para as áreas de saúde, saneamento, segurança pública e habitação.
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O g1 transmitiu o debate ao vivo. A mediação foi feita pelo jornalista Guilherme Nali.
No primeiro turno, Ricardo Silva recebeu 128.466 votos – 48,45% do total – e Marco Aurélio teve 66.136 votos – 24,94% do total.
Os candidatos se enfrentaram em quatro blocos de 20 minutos cada. No 1º e no 3º blocos, eles fizeram perguntas de tema livre, já no 2º e no 4º blocos, as perguntas foram de tema determinado. Na última etapa, Ricardo Silva e Marco Aurélio tiveram tempo para as considerações finais.
1º bloco
Marco Aurélio começou dizendo que a disputa coloca em contraste duas histórias. Referindo-se ao adversário, disse que uma delas é a do passado, de um grupo político que causou um rombo bilionário no maior escândalo de corrupção da história de Ribeirão Preto, apontado pela Operação Sevandija. Também questionou Ricardo, mencionando que ele foi alvo de uma condenação por recebimento ilegal de verbas.
Ricardo Silva respondeu que a campanha tem dois projetos diferentes e disse que Marco é o que mente e foi condenado por isso no processo eleitoral. O candidato do PSD também negou ter relação com a velha política citada pelo adversário, alegando que entrou para a atual legenda por influência do governador Tarcísio de Freitas, e apontou que o oponente está sozinho, não tem projeto e começou o debate agredindo. Sobre a condenação citada por Marco Aurélio, pediu para sua assessoria subir nas redes sociais um documento que mostra que ele não recebeu nenhum valor e questionou o candidato do Novo sobre o que ele pretende fazer pela saúde mental em Ribeirão Preto.
Marco Aurélio rebateu dizendo que quem está promovendo mentiras para conquistar votos é Ricardo Silva e que, por conta disso, obteve um direito de resposta durante a campanha. Também disse que só é possível fazer uma boa gestão se for tirada a corrupção da gestão pública. “Não dá pra fazer nada diferente mantendo as mesmas pessoas.”
Ricardo insistiu que, quando foi vereador, não aceitou nenhum tipo de aumento e foi oposição à ex-prefeita Dárcy Vera, então do PSD, e condenada pela Operação Sevandija, e que inclusive foi autor do pedido de afastamento dela que o Ministério Público acolheu. Também disse que a rede pública não tem psiquiatria infantil, “porque o atual governo abandonou isso”, e citou propostas como a reabertura da UBDS Central e concluir obras como no Ribeirão Verde. Além disso, sugeriu que Marco Aurélio, crítico da velha política, teve conversas com o atual prefeito para um suposto “acordo.” No fim, insistiu sobre o que Marco Aurélio pretende fazer com relação à saúde mental.
O candidato do Novo disse que tem uma boa reputação, não precisa da política e entrou para ela para “fazer de coração” para o eleitor. Insistiu que Ricardo não tem uma boa reputação e que mentiu quando disse que Marco tinha uma dívida de R$ 6 milhões. Também afirmou que o vice de Ricardo, Maraca (MDB), foi secretário na gestão de Dárcy Vera.
Ricardo disse que o desrespeito de Marco Aurélio não o atingiria e insistiu que foi ele quem denunciou os erros da ex-prefeita. Também sugeriu que Marco Aurélio desconhece a cidade, é um forasteiro e não conseguiu nem ser eleito como síndico. “Se soltar esse sujeito no Simioni, ele só vai de GPS.” Ao voltar a falar da questão da saúde, prometeu criar uma central de agendamento de consultas e contratar mais médicos.
Marco Aurélio disse que síndicos fazem um trabalho nobre e, diante da alegação de que era um forasteiro, afirmou ter nascido em Serrana, mas que veio cedo para Ribeirão Preto, onde fez toda sua vida e prosperou como empresário, e que só tirou sua empresa da cidade no período de “desgoverno” que o partido de Ricardo representa. Também alegou que a dívida de R$ 6 milhões que ele teria foi uma mentira contada pelo adversário por má-fé para tentar descontruí-lo.
Ricardo voltou a dizer que Marco Aurélio mentiu sobre a Operação Sevandija, destacando que a Polícia Federal fez um ótimo trabalho, que não foi alvo de nenhum processo da força-tarefa e que subiria em suas redes sociais a certidão criminal que prova isso. Também voltou a questionar o adversário sobre a saúde, no caso, sobre as filhas para cirurgias, e sugeriu que ele nunca havia pisado em uma Apae. “Em quatro anos eu fiz muito mais que você em uma vida inteira.”
Também disse que tem orgulho do vice, destacando o currículo político dele, inclusive como presidente da Câmara, por duas vezes, e mencionou que o vice de Marco Aurélio, antes de ser do Novo, foi filiado ao PT, o que seria uma “incongruência.”
2º bloco
No segundo bloco do debate, os candidatos começaram debatendo o tema saúde. Marco Aurélio disse que a saúde de Rbeirão Preto está doente e que precisa passar por uma reestruturação nas unidades básicas de saúde. Ele prometeu entregar a UPA do Ribeirão Verde, com equipes completas de profissionais, e transformar as unidades de saúde de Bonfim Paulista e do Jardim Cristo Redentor em UPAs. Prometeu reforçar as unidades de saúde de família e ampliar o CAPS. Segundo ele, os recursos de R$ 30 milhões destinados pelo adversário à construção da nova unidade do Hospital das Clínicas não são suficientes para colocar a unidade em funcionamento.
Ricardo Silva perguntou a Marco Aurélio como ele pretende viabilizar tantas UPAs na cidade se não tem diálogo com os governos federal e estadual. Segundo o candidato, Marco Aurélio não tem conhecimento sobre saúde e os quatro deputados do partido Novo no Congresso Nacional fazem parte de um grupo isolado. De acordo com Ricardo Silva, o novo HC em Ribeirão Preto é realidade, inclusive com a licitação assinada, e o governador Tarcisio de Freitas (Republicanos), que apoia sua candidatura, vai investir mais R$ 50 milhões além dos R$ 30 milhões que ele destinou por meio de emendas parlamentares. Ricardo Silva disse que destinou R$ 5,8 milhões à Mater para a saúde da mulher. Ele questionou o adversário sobre o número de equipes de saúde da família em Ribeirão Preto e de UPAS.
Marco Aurélio respondeu à provocação dizendo que são 4 UPAs e 47 unidades no total. Mais uma vez, ele prometeu concluir a UPA que já foi empenhada no Ribeirão Verde e transformar as unidades básicas em unidades 24 h no Cristo Redentor e em Bonfim. Também disse que fará mutirões de saúde.
Ricardo Silva defendeu a reabertura da UBDS Central e classificou como erro o fechamento para transformar o prédio em unidade de saúde mental. Segundo ele, o tratamento de saúde mental precisa de um espaço amplo. Ricardo também disse que vai comprar um aparelho novo de raio-x para a unidade de Bonfim com verbas do gabinete de deputado.
O tema saneamento foi o segundo a ser abordado entre os candidatos.
Ricardo Silva começou questionando Marco Aurélio sobre como funcionará a implantação de duas bombas nos poços de água em Ribeirão Preto.
Marco Aurélio respondeu que é preciso ampliar os reservatórios, fazer a substituição das redes precárias, sendo que a cada dois litros, um se perde pelo caminho. Ele explicou que a ideia de instalar duas bombas se deve à falta de um sistema de redundância, porque quando há problema no equipamento, é preciso parar o abastecimento para a substituição. Ele disse que o sistema de abastecimento em Ribeirão Preto é complexo e que a troca da rede deve ser feita com método não destrutivo, para não atrapalhar o trânsito.
Ricardo Silva disse que R$ 130 milhões já foram liberados pela Caixa Econômica Federal (CEF) para investimentos na rede de abastecimento de Ribeirão Preto. Ele criticou o plano de marco Aurélio para instalar duas bombas nos poços e que isso é motivo de chacota entre especialistas. O candidato disse que Ribeirão Preto tem 120 poços, 115 reservatórios, sendo que só 40 poços são usados para reservar água, o que é muito pouco. Ele prometeu corrigir a falta d’água, problema que nenhum prefeito teve coragem de resolver.
Ricardo pediu a Marco Aurélio que explicasse o projeto para captar agua do Rio pardo para abastecer Ribeirão Preto.
Marco Aurélio negou que exista essa promessa, mas que há um estudo já feito pela prefeitura para avaliar a viabilidade da atividade. O candidato disse que além da água do Aquífero, Ribeirão Preto precisa de outras fontes do recurso para usos diversos, como a agua de reuso.
Ricardo Silva disse que vai reativar o Departamento de Água e Esgoto (Daerp), porque considera um erro da atual gestão e disse que a mudança foi feita pra a prefeitura não pagar a dívida que tinha com o Daerp. Ele perguntou a Marco Aurélio se ele pretende manter a Secretaria de Água e Esgoto (Saerp). Marco Aurélio respondeu que se a secretaria está dando certo, não tem motivo para voltar atrás na decisão da atual gestão. Ele afirmou que vai ouvir as pessoas envolvidas para tomar uma decisão sem imediatismo.
Esta matéria está em atualização
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