11 de janeiro de 2025

Dengue em Campinas: nº de casos em 2024 já é o maior da série histórica para um 1º trimestre

Balanço de janeiro a março na cidade é o maior no intervalo desde 1998, quando a prefeitura começou a contabilizar os registro da doença. Se considerar o total de confirmações, epidemia deste ano é a terceira maior da história. O Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue, visto através de microscópio eletrônico na Fiocruz Pernambuco, no Recife.
AP Photo/Felipe Dana
O número de casos de dengue registrados em Campinas (SP) de janeiro a março já é o maior da história do município para um primeiro trimestre, de acordo com dados do Departamento de Vigilância Epidemiológica (Devisa). Se considerar o total de infecções, a epidemia deste ano é a terceira maior da série histórica na cidade, que começou a ser contabilizada desde 1998.
Segundo o painel de arboviroses da metrópole, que é atualizado diariamente, Campinas soma, até esta segunda-feira (25), 27,9 mil casos. O índice ainda está abaixo dos números registrados em 2014 (42,4 mil) e 2015 (65,7 mil), quando o município teve as duas piores epidemias da história.
Até agora, quatro pessoas já morreram pela doença este ano no município. No sábado (23), a metrópole superou os números de 2019, quando foram 26.341 confirmações. Veja detalhes:

Em relação apenas aos dados contabilizados no período de janeiro a março, os registros deste ano já são os maiores da série histórica, superando inclusive as epidemias de 2014 e 2015, que, nos números totais, ainda estão à frente.
O governo municipal não tem os dados separados por trimestre no intervalo de 1998 a 2011. No entanto, a administração confirmou que, em nenhum destes anos, o número de janeiro a março ultrapassou 11 mil casos. Veja abaixo um levantamento do período a partir de 2012:

O balanço do primeiro trimestre, mesmo ainda faltando seis dias para acabar março, indica a possibilidade de que, neste ano, Campinas atinja o recorde de casos, superando 2015, e tenha o pior cenário de dengue da história. A projeção da própria prefeitura é que a cidade chegue ou supere a marca de 100 mil infectados.
Estado de emergência
No início de março, a Prefeitura de Campinas decretou estado de emergência para dengue. A medida permite a adoção de ações necessárias à contenção do aumento de casos com maior flexibilidade, ou seja, sem necessidade de licitação.
Entre as ações, estão direcionamento de recursos financeiros e agilidade na compra de insumos, soro e materiais para nebulização, além de pagamento de horas extras e eventual contratação de efetivo para reforçar a assistência.
Quando procurar atendimento?
Em fevereiro a cidade já havia anunciado mudanças nos protocolos de atendimento. Desde então, a orientação é de que pacientes com febre busquem atendimento no centro de saúde mais próximo.
Antes, a recomendação da prefeitura era que os moradores procurassem atendimento médico quando o paciente apresentasse febre e mais dois sintomas associados, como dor de cabeça, dor no corpo, náusea, vômito, manchas no corpo, dor articular e dor atrás dos olhos.
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Já os pacientes que, além da febre, apresentarem tontura, dor abdominal intensa, vômitos frequentes, suor frio e sangramentos devem recorrer a um pronto-socorro ou Unidade de Pronto Atendimento (UPA). A Secretaria de Saúde destaca que os moradores não devem subestimar os sintomas.
Orientações à população
🌡️ A dengue causa febre alta e repentina, dores no corpo, manchas vermelhas na pele, vômito e diarreia, resultando em desidratação. Veja algumas das medidas de prevenção:
Utilize telas de proteção com buracos de, no máximo, 1,5 milímetros nas janelas de casa;
Deixe as portas e janelas fechadas, principalmente nos períodos do nascer e do pôr do sol;
Mantenha o terreno limpo e livre de materiais ou entulhos que possam ser criadouros;
Tampe os tonéis e caixas d’água;
Mantenha as calhas limpas;
Deixe garrafas sempre viradas com a boca para baixo;
Mantenha lixeiras bem tampadas;
deixe ralos limpos e com aplicação de tela;
Limpe semanalmente ou preencha pratos de vasos de plantas com areia;
Limpe com escova ou bucha os potes de água para animais;
Limpe todos os acessórios de decoração que ficam fora de casa e evite o acúmulo de água em pneus e calhas;
Coloque repelentes elétricos próximos às janelas (o uso é contraindicado para pessoas alérgicas);
Velas ou difusores de essência de citronela também podem ser usados;
Evite produtos de higiene com perfume porque podem atrair insetos;
Retire água acumulada na área de serviço, atrás da máquina de lavar roupa.
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