Citadas por Rivaldo, as duas foram depor espontaneamente e disseram que ele mentiu; entenda. Delegado está preso suspeito de participar da morte de Marielle Franco. Uma desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio e uma policial civil prestaram depoimento à Polícia Federal na quinta-feira (6). Em seus relatos, anexados ao processo no Supremo Tribunal Federal (STF), elas contradisseram o depoimento do delegado Rivaldo Barbosa à PF.
O delegado falou à polícia na segunda-feira (3), em Brasília (relembre na reportagem abaixo).
Rivaldo está preso apontado como um dos mandantes da morte da vereadora Marielle Franco, em 14 de março de 2018.
Em seu depoimento, Rivaldo Barbosa disse que dois delegados federais Fábio Galvão e Jaime Cândido foram até a desembargadora Gilzelda Leitão e a informaram que o delegado deixaria o cargo: “Que antes do dia 13 de julho de 2018, soube que delegados foram até a desembargadora Gizelda Leitão e a informaram que o declarante cairia do cargo.”
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Na quinta-feira (6), a desembargadora foi espontaneamente à PF. Gilzelda Leitão disse que “jamais tratou com os dois delegados acerca de qualquer assunto que não envolvesse investigação”.
A inspetora Marcela Ribas também procurou a PF para se contrapor à declaração de Rivaldo à PF.
Em seu depoimento, Rivaldo disse que a policial foi informada durante um almoço que haveria a intenção dos delegados em prejudicá-lo “naquele negócio das empresas”.
A inspetora disse que a história foi outra: “Em nenhum momento falou com Rivaldo acerca de tal assunto”, diz trecho da transcrição do depoimento, obtida pelo g1.
Segundo a inspetora, Rivaldo deixou a Subsecretaria de Inteligência ocorreu por ele resistir a desencadear a operação Guilhotina, que apurou suspeitas de corrupção contra policiais no RJ. Entre os citados na investigação, estava Ronnie Lessa.
Em sua delação, homologada pelo Supremo Tribunal Federal, Lessa, assassino confesso da parlamentar, disse que Rivaldo atuou para tentar proteger ele e os irmãos Brazão da investigação depois do assassinato.
O delegado sempre negou qualquer envolvimento com os crimes. O g1 tentou contato com a defesa dele para um posicionamento sobre os novos depoimentos e aguarda resposta.