19 de janeiro de 2025

Detentos utilizaram canivete e punhal artesanal para assassinar presos acusados de planejar morte de Sergio Moro

As movimentações dos envolvidos e das vítimas no momento dos crimes foram registradas por câmeras de monitoramento do local e estão descritas no boletim de ocorrência registrado pela Polícia Civil. Janeferson Aparecido Mariano, o Nefo, e Reginaldo Oliveira de Sousa, o Re, foram mortos em Presidente Venceslau (SP)
Reprodução
Os quatro detentos suspeitos de assassinar os presos Janeferson Aparecido Mariano Gomes, o Nefo, e Reginaldo Oliveira de Sousa, o Rê, utilizaram um short, um canivete e um punhal artesanal para executá-los na Penitenciária Maurício Henrique Guimarães Pereira, a P2, em Presidente Venceslau (SP).
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Nefo e Rê, ambos de 48 anos, haviam sido presos em março de 2023, durante a Operação Sequaz, que investigou o plano elaborado pela facção criminosa contra os agentes públicos, como o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e outras autoridades de segurança pública no Brasil.
Segundo o Boletim de Ocorrência registrado pela Polícia Civil, as movimentações dos envolvidos e das vítimas na segunda-feira (17) no momento dos crimes foram registradas por câmeras de monitoramento do local.
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1º vídeo: Rê assassinado no banheiro
O primeiro vídeo de uma câmera que filmava a porta do banheiro mostra a movimentação dos detentos Jaime Paulino de Oliveira, Luís Fernando Baron Versalli, Ronaldo Arquimedes Marinho e Elidan Silva Ceu, além da vítima Reginaldo Oliveira de Sousa, o Rê.
Todos entram no sanitário do pátio do Pavilhão I, que é usado pelos presos como uma barbearia. Depois de um tempo, Jaime, Luís, Ronaldo e Elidan deixam o ambiente, exceto Rê.
2º vídeo: Nefo assassinado no pátio
O segundo vídeo da câmera de monitoramento que filma o pátio do pavilhão onde os detentos permanecem durante o banho de sol mostra Jaime, Luís e Ronaldo perseguindo e atacando Janeferson Aparecido Mariano Gomes, o Nefo.
Durante o ação, Elidan permanece próximo a uma ala conhecida como “gaiola” para evitar que a vítima alcançasse e sobrevivesse, caso conseguisse se desvencilhar dos outros três, de acordo com a descrição do Boletim de Ocorrência.
Segundo a Polícia Civil, os vídeos corroboram com a versão apresentada pelo policial penal que prestou esclarecimento como testemunha sobre a dinâmica dos crimes.
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Penitenciária 2 de Presidente Venceslau
Reprodução/TV Fronteira
Encontrados de bruços e com perfurações
Rê foi encontrado no banheiro deitado de bruços, com diversas perfurações na barriga e na cabeça (à esquerda), e um corte no pescoço (à direita), além de lesões aparentemente ocasionadas por luta corporal.
Nefo, por sua vez, foi encontrado no pátio também de bruços e com diversas perfurações no abdômen e no peito e um corte no pescoço, além de marcas de luta corporal.
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Short, canivete e punhal apreendidos
A Polícia Civil identificou os presos suspeitos de envolvimento nas mortes de Nefo e Re. São eles:
Elidan Silva Ceu, vulgo Alemão e Talibam, de 45 anos;
Jaime Paulino de Oliveira, vulgo Japonês, de 47 anos;
Luis Fernando Baron Versalli, vulgo Teo, VV, Barão e Barom, de 53 anos; e
Ronaldo Arquimedes Marinho, vulgo Saponga, de 53 anos.
Após o crime, o delegado de Polícia Civil responsável pelo caso, Marcelo Magalhães, e a equipe de investigação compareceram ao local dos fatos. Na Penitenciária 2, os policiais encontraram e apreenderam dois instrumentos utilizados nos crimes, sendo um canivete e um punhal, ambos de produção artesanal.
Segundo o Boletim de Ocorrência, um short roxo também foi apreendido, pois teria sido usado por Saponga durante as execuções. Os outros itens foram entregues por Japonês aos policiais penais logo em seguida.
Homicídios duplamente qualificados
Segundo o delegado, todos os quatro suspeitos foram interrogados, mas nenhum deles confessou ou prestou informações úteis sobre os crimes. Ronaldo e Elidan negaram as acusações e Jaime e Luís ficaram em silêncio.
Ao final, o delegado determinou a prisão em flagrante dos quatro homens por homicídios duplamente qualificados “pelo motivo torpe e pelo emprego de recurso que dificultou a defesa dos ofendidos”.
Os quatro suspeitos permanecem presos na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, onde todos cumpriam penas por homicídios.
O Instituto Médico Legal (IML) realizou exames necroscópicos nas vítimas e de corpo de delito de forma cautelar nos detentos acusados. Agentes da perícia criminalística também realizaram entrevistas e exames na penitenciária.
O caso continuará sendo investigado pela Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Presidente Venceslau.
Nesta terça-feira (18), a Secretaria da Administração Penitenciária do Estado de São Paulo (SAP-SP) informou ao g1 que irá pedir à Justiça a remoção dos quatro presos ao Regime Disciplinar Diferenciado (RDD).
O RDD, que é adotado no Centro de Readaptação Penitenciária (CRP), em Presidente Bernardes (SP), é o regime de prisão mais rígido permitido pela legislação brasileira.
Dois presos foram executados dentro da Penitenciária 2, em Presidente Venceslau (SP)
g1
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