Evento teve como encerramento um desfile especial de Lino Villaventura, brasileiro com trabalho reconhecido internacionalmente por profissionais das áreas de design e artes plásticas. Trabalho especial de Lino Villaventura encerrou a edição 2024 do DFB
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Foi encerrada neste domingo (28) a 25ª edição do DFB Festival, o Dragão Fashion Brasil, festival considerado o maior de moda autoral da América Latina. Treze estilistas desfilaram suas coleções e mais de 400 peças trouxeram o futuro da moda autoral.
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O formato de 2024 teve como posicionamento o compromisso com a moda consciente e a valorização do “handmade” trazendo técnicas como macramê e fios de lã e algodão tecidos por meio do crochê.
DFB Festival 2024 destaca moda autoral
Renata Santiago, mestra e professora de Design de Moda da Unifor, explica que o tema da edição que encerrou uniu o design, a moda e o artesanato.
“O fazer a mão é a reta final de um pensamento visual. Então a gente olha, imagina, sente com o coração e a mão vai executar. A mão é essa execução final, é esse fazer, eu acho que o Nordeste cada vez mais tem se destacado por esse fazer a mão, pela moda autoral.”
Desfilando em 23 edições e presente em todos os dias do DFB 2024, Lindeberg Fernandes faz parte da história do evento e explica um dos conceitos da moda que foi apresentado em seu desfile.
“Nada é eterno, a moda não é eterna. Pra mim, eu acho que o que fica é a arte. O artista pode ir, mas a arte dele sempre vai estar representando, sempre vai estar viva nas pessoas.”
Lindeberg foi descoberto no Concurso dos Novos Talentos, criado por Cláudio Silveira, diretor do festival. O projeto seleciona 10 instituições de ensino de todo o país para apresentar coleções. As equipes escolhidas desfilam suas criações em uma competição que entrega conceitos e tendências ousadas, idealizadas pela juventude que acredita em uma moda autoral, feita à mão, que reafirma a história da região que representam.
Alunos da UFC vencem concurso de Novos Talentos do DFB 2024
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Este ano, o vencedor do concurso foi a UFC, que conquistou o prêmio dobrado no valor de R$ 20 mil. O segundo colocado foi o Centro Universitário UniAteneu e o terceiro, fechando o pódio, a Universidade Federal do Cariri (UFCA).
Cláudio reafirma que a moda local precisa de investimento, e luta por uma política pública que apoie e dê aos estilistas locais a possibilidade de entregar a perfeição em seus trabalhos que já são criativos e feitos por apaixonados por uma moda que é pungente.
“Você vê trabalhos lindos, mas mal-acabados, vou lançar um projeto para dar R$ 50 mil para cada um porque eu quero desfiles de ponta para estar aqui dentro sendo respeitado pelo trabalho que eles têm.”
Além dos desfiles, o festival também contou com atrações para diversos eixos de atuação da cultura, por meio de desfiles, shows e exposições. No Summit, foram 15 palestras na programação. O encerramento foi com um painel do Istituto Europeo di Design — IED, com o tema “Ancestralidade na moda”. Rodrigo Tremembé, Sofia Gama e Julia Vidal discutiram sobre a influência das tradições na moda contemporânea.
Rodrigo Tremembé, ativista indígena, presente na 25ª edição do DFB
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Rodrigo Tremembé, ativista, estilista e indígena de uma das 15 etnias do Ceará, fala como é desafiador estar participando de um espaço, segundo ele, elitizado, que tem muita presença das pessoas não indígenas.
“E eu acredito que estar aqui enquanto indígena, trazer esse protagonismo, falar das nossas visões, da nossa resistência, da nossa luta, é de suma importância. Eu não venho sozinho, eu venho acompanhado dos meus, das minhas lideranças, dos meus mais velhos. Então eu trago todo um contexto junto comigo. E o que eu sinto, o que eu espero para o futuro nas próximas edições é que a gente possa cada vez mais ter a presença de indígenas aqui.”
O desfile de encerramento foi um especial de Lino Villaventura. O trabalho de Lino é reconhecido internacionalmente também pelos profissionais das áreas de design e artes plásticas. Trouxe o futuro da moda para o Ceará em tendências, conceitos, cores e técnicas. O estilista não pôde estar presente no evento por questões de saúde, mas em depoimento agradeceu a todos e à organização do evento.
Na cultura, o evento apresentou sete shows gratuitos, de artistas locais e nacionais. Silvero Pereira encerrou o primeiro dia de evento e Johnny Hooker encerrou o último dia.
Johnny Hooker encerrou a última noite de programação cultural do DFB 2024
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