29 de dezembro de 2024

Dia de Finados: Conheça 12 personalidades históricas sepultadas no Cemitério São João Batista, em Presidente Prudente


Local, na Vila Liberdade, foi fundado em 1947 para ampliar o espaço de sepultamentos. Cemitério Municipal São João Batista em Presidente Prudente (SP)
Leonardo Bosisio/g1
O Dia de Finados é celebrado neste sábado (2) como uma data para relembrar aqueles familiares já falecidos. O g1 preparou uma lista com informações sobre 12 personalidades históricas de Presidente Prudente (SP) que estão sepultadas no Cemitério Municipal São João Batista, na Vila Liberdade.
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Mudança de endereço
Segundo o historiador Benjamin Resende, o primeiro cemitério de Presidente Prudente estava localizado onde, atualmente, ficam a Praça dos Pioneiros e o Terminal Rodoviário, na Vila São Jorge.
“O cemitério permaneceu no local, cedido pelo Coronel Goulart, nos anos de 1920, 1930 e parte dos anos 1940”, afirmou Resende ao g1.
Devido à falta de espaço para novos sepultamentos, o cemitério foi transferido para o atual endereço e inaugurado em 1947.
“Os restos mortais do antigo cemitério foram transferidos para o Cemitério São João Batista gradualmente ao longo do tempo”, disse o historiador.
Conforme a Prefeitura, o Cemitério São João Batista possui cerca de 19,5 mil sepulturas.
Cemitério Municipal São João Batista em Presidente Prudente (SP)
Leonardo Bosisio/g1
‘Louvores a Marcondes e a Goulart’
Ao entrar pelo portão principal do cemitério, localizado na Rua José Bongiovani, os túmulos de Francisco de Paula Goulart e José Soares Marcondes, coronéis pioneiros na fundação de Presidente Prudente, podem ser vistos. Apesar da rivalidade histórica entre as duas figuras, apenas cinco lotes dividem os dois.
Conforme a Câmara Municipal, o coronel Goulart era herdeiro da fazenda Pirapó-Santo Anastácio e, em 1917, decidiu fundar um núcleo urbano. No dia 14 de setembro daquele ano, ele ordenou a construção de um rancho na margem do Córrego do Veado, que é o símbolo da fundação de Presidente Prudente, que, a princípio, recebeu o nome de Veado e depois de Vila Goulart.
Dois anos mais tarde, em 1919, o coronel Marcondes chegou à Vila Goulart e fundou a Companhia Marcondes de Colonização, Indústria e Comércio e a Vila Marcondes.
“Ele chegou em Presidente Prudente em 1919 e comprou umas terras além da Estrada de Ferro Sorocabana. Ali ele fundou a Vila Marcondes, vendendo os lotes”, explicou Resende ao g1.
Túmulo do coronel Francisco de Paula Goulart e Isabel Dias Goulart
Leonardo Bosisio/g1
O coronel Francisco de Paula Goulart nasceu no dia 5 de fevereiro de 1879 e morreu aos 89 anos, no dia 28 de dezembro de 1968. Em setembro de 2014, os restos mortais dele foram retirados do Cemitério da Consolação, em São Paulo (SP), e trazidos para serem sepultados no Cemitério São João Batista.
Já o coronel José Soares Marcondes nasceu no dia 14 de fevereiro de 1878 e morreu aos 58 anos, no dia 10 de setembro de 1936. Além disso, apesar do jazigo no cemitério prudentino, a secretária municipal de Cultura, Valentina Romeiro, informou ao g1 que os restos mortais do pioneiro não estão por lá, sendo apenas uma homenagem feita pela Prefeitura.
Túmulo do coronel José Soares Marcondes
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Dona Bela
Isabel Dias Goulart, conhecida como Dona Bela, era esposa do coronel Francisco de Paula Goulart e considerada fundamental para a realização dos feitos do marido. Os dois se casaram no dia 19 de dezembro de 1909 e tiveram 19 filhos.
Conforme o historiador Benjamin Resende, a esposa do coronel insistia no investimento nas áreas da saúde e educação do município recém-fundado.
“Ela corria atrás e insistia, para que o Coronel Goulart fosse até São Paulo, falasse com o pessoal para fazer as escolinhas aqui em Prudente. Depois disso, nesse período de 1921, houve uma febre amarela aqui em Presidente Prudente e precisava de hospital, não tinha hospital. Ela insistia: vamos abrir uma casa de saúde para recuperar as pessoas. Então, a importância de Dona Bela para Presidente Prudente, nesta parte de ensino e saúde, foi, praticamente, a primeira mulher que insistiu e deu assistência”, explicou Resende ao g1.
Túmulo do coronel Francisco de Paula Goulart e Isabel Dias Goulart
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Dona Bela nasceu no dia 10 de julho de 1893 e morreu aos 75 anos, no dia 28 de abril de 1969. Os restos mortais dela também foram retirados do Cemitério da Consolação, na capital paulista, e trazidos para serem sepultados no Cemitério São João Batista em setembro de 2014.
Além disso, na lápide do casal existe a seguinte frase que ressalta a importância dela: “No sertão bruto fundaste Presidente Prudente, joia da Alta Sorocabana, e por ela lutaste quase um quarto de século. Contrariedade nenhuma jamais te abateu. Venceste. Homem plenamente realizado, te orgulhavas assim: se alguma coisa fiz, devo à coragem da Bela, minha fiel e amada esposa”.
Prefeito médico
O médico Domingos Leonardo Cerávolo nasceu no Estado de Minas Gerais e chegou a Presidente Prudente no ano de 1928. Ele comprou terras na cidade, abriu um consultório médico e também foi bastante atuante na política local.
Cerávolo foi prefeito de Presidente Prudente por três mandatos e o primeiro deputado estadual eleito pela região.
Túmulo do ex-prefeito Domingos Leonardo Cerávolo
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O médico nasceu no dia 3 de setembro de 1899 e morreu aos 79 anos, no dia 17 de maio de 1979. Após a morte, sua família doou todo o material médico de Cerávolo ao Museu e Arquivo Histórico (MAH) de Presidente Prudente.
Além disso, o Hospital Regional (HR) recebe o nome de “Doutor Domingos Leonardo Cerávolo” em homenagem a ele.
Túmulo do ex-prefeito Domingos Leonardo Cerávolo
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Prefeito prudentino
Conforme Resende, Florivaldo Leal foi o primeiro prefeito que nasceu em Presidente Prudente. Ele ficou no cargo de chefe do Poder Executivo por menos de dois anos, pois, no dia 21 de dezembro de 1965, foi atacado por um funcionário da Prefeitura.
Leal se dirigia para a cerimônia de inauguração do Cine Ouro Branco, quando foi atingido por golpes com o cabo de madeira de uma picareta. Ele foi socorrido, porém, não resistiu aos ferimentos e morreu no dia seguinte.
Túmulo do ex-prefeito Florivaldo Leal
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“Foi o primeiro grande prefeito e empresário que nós tivemos. Foi uma pena ele ter falecido, mas ele deixou tudo engrenado para que o substituto dele executasse, fazendo a nova Prefeitura de Presidente Prudente, abrindo estradas, construindo creches. Foi, em dois anos de vida dele como prefeito, extraordinário”, salientou Resende ao g1.
Florivaldo Leal nasceu no dia 18 de agosto de 1928 e morreu aos 37 anos, no dia 22 de dezembro de 1965. Em sua homenagem, a sede da Prefeitura recebe o nome de “Paço Municipal Florivaldo Leal” e possui uma estátua do ex-prefeito na esquina entre a Rua Tenente Nicolau Maffei e a Avenida Coronel José Soares Marcondes, no Centro.
Túmulo do ex-prefeito Florivaldo Leal
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Hospital psiquiátrico
Amélia Gasques Bazan foi uma das fundadoras da Associação Assistencial “Adolpho Bezerra de Menezes”, no dia 30 de agosto de 1963, com objetivo de construir creche, hospital e abrigo para idosos para atender pessoas carentes.
Conforme a instituição, a sede dos trabalhos assistenciais permaneceu na Vila Dubus até 1972, quando em uma reunião na casa de Amélia foi decidido pela construção do hospital psiquiátrico e do lar de idosos.
Túmulo da Amélia Gasques Bazan
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O Recanto dos Velhinhos foi inaugurado em novembro de 1973 com capacidade para 100 idosos e, em 1975, houve a inauguração do Hospital Psiquiátrico Espírita “Bezerra de Menezes”, que tem, atualmente, capacidade para 240 leitos.
Amélia nasceu no dia 6 de maio de 1926 e morreu aos 73 anos, no dia 13 de março de 2000.
Túmulo da Amélia Gasques Bazan
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‘Cuidava das pessoas’
De origem libanesa, o comendador Tannel Abbud era comerciante e chegou a Presidente Prudente na década de 1940. Segundo o historiador Benjamin Resende, ele construiu um prédio na Vila Marcondes, que pode ser visto até os dias atuais na esquina entre as ruas Marechal Floriano Peixoto e Rio Grande do Sul.
Túmulo do comendador Tannel Abbud
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“A importância maior dele é que como cerealista, ele ajudava muito a Santa Casa e os pobres. Ele levava mercadoria para a Santa Casa, para a Igreja. Ele deu para a Igreja Matriz o relógio da época, que foi um dos principais relógios que existiam no Brasil. Ele cuidava das pessoas. Era uma pessoa magnífica”, reforçou Resende ao g1.
Abbud nasceu no dia 27 de fevereiro de 1905 e morreu aos 53 anos, no dia 25 de setembro de 1958. Em sua homenagem, uma escola estadual na Vila Furquim e um viaduto na Vila Marcondes carregam seu nome.
Túmulo do comendador Tannel Abbud
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Preservação da história local
O professor e historiador Dióres Santos Abreu chegou a Presidente Prudente no início da década de 1960, onde atuou como professor efetivo de história da rede pública estadual de Regente Feijó (SP).
Conforme a Universidade Estadual Paulista (Unesp), ele se formou na Universidade de São Paulo (USP), em 1965, foi o primeiro professor a alcançar o cargo de titular por concurso e também foi pioneiro no programa de pós-graduação em Geografia, ministrando a aula inaugural.
Túmulo do professor e historiador Dióres Santos Abreu
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A universidade ressaltou ainda que os livros “Formação Histórica de uma Cidade Pioneira Paulista: Presidente Prudente” e “Poder Político Local no Populismo” tornaram-se referências para estudos sobre a história do maior município do Oeste Paulista.
Além disso, a biblioteca do campus de Presidente Prudente recebe o nome de “Professor Dióres Santos Abreu” em sua homenagem, levando em consideração o papel central dele na preservação da história local e também por ter doado mais de 3 mil livros para o acervo.
Abreu nasceu no dia 7 de agosto de 1936 e morreu aos 84 anos, no dia 26 de setembro de 2020.
Túmulo do professor e historiador Dióres Santos Abreu
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Primeira vereadora
A professora Amélia Barreto Cervato foi a primeira mulher a ocupar uma cadeira na Câmara Municipal de Presidente Prudente. Conforme a Casa de Leis, ela havia ficado como suplente de vereador na 8ª Legislatura, que correspondeu ao período de 1977 a 1983, e tomou posse no cargo no início da década de 1980.
O médico e vereador Enio Luiz Tenório Perrone (PSD) relembrou que Amélia era a “torcedora símbolo” do antigo Corinthians de Presidente Prudente, conhecido como Corinthinha.
Túmulo da professora Amélia Barreto Cervato
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“Estava sempre no alambrado, sempre comandando a torcida. Isso eu me lembro bem. Era a fiel torcedora do Corinthinha”, disse Perrone ao g1.
Amélia nasceu no dia 28 de maio de 1916 e morreu aos 86 anos, no dia 16 de dezembro de 2002.
Túmulo da professora Amélia Barreto Cervato
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Dramaturgo prudentino
Timochenco Wehbi nasceu em Presidente Prudente e era o filho caçula de um comerciante libanês. Conforme a Revista Dramaturgia em Foco, da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), ele foi criado entre o armazém do pai e os circos que visitavam regularmente a cidade.
Túmulo do dramaturgo Timochenco Wehbi
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O prudentino foi professor, dramaturgo, crítico de cinema e diretor teatral. No ano de 1973, ele recebeu o prêmio de Cidadão Benemérito de Presidente Prudente.
Wehbi nasceu no dia 14 de março de 1943 e morreu aos 43 anos, no dia 22 de março de 1986. A morte foi em decorrência de um tumor cerebral, que havia sido diagnosticado 10 dias antes. Ele está sepultado juntamente com seu pai, Naih Wehbi, e sua mãe, Adelina Forti Wehbi.
Túmulo do dramaturgo Timochenco Wehbi
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‘Médica dos Pobres’
A yalorixá Lázara Bernardina de Jesus, conhecida como Dona Lazinha, foi a primeira mãe de santo de Presidente Prudente. Segundo o documentário “Sankofa: Quem foi Dona Lazinha?”, ela chegou à cidade em 1934 e estabeleceu-se na região onde, atualmente, encontra-se o Jardim Paulista.
Túmulo da yalorixá Lázara Bernardina de Jesus
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Dona Lazinha fundou a Tenda de Umbanda São Jorge Guerreiro, em 1939, com ações sociais e ficou conhecida por seus trabalhos com benzimento, que lhe renderam o título de “Médica dos Pobres”.
Ela faleceu no dia 29 de dezembro de 1978 em decorrência de um derrame cerebral.
Túmulo da yalorixá Lázara Bernardina de Jesus
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‘Santa prudentina’
Berta Lúcia nasceu em Cataguases (MG) no dia 15 de novembro de 1939 e, conforme o livro-reportagem “Berta Lúcia: A santa prudentina” (Unoeste, 2017), de autoria de Amanda Monteiro, Ana Caroline Nezi, André Esteves, Daniel Lucena, Itamar Batista e Tainá Cassiana, com supervisão de Tchiago Inague, veio para Presidente Prudente com a mãe, Ana Fonseca de Oliveira, após a morte do pai.
Capela da Berta Lúcia
Leonardo Bosisio/g1
Aos quatro anos de idade, a garota morreu em menos de 24 horas após apresentar os primeiros sintomas de meningite, no dia 16 de fevereiro de 1944. Os restos mortais dela estavam enterrados no primeiro cemitério da cidade, na atual Vila São Jorge, e após a mudança foram, primeiramente, enterrados no cruzeiro do Cemitério São João Batista, até serem deslocados para a capela atual.
De acordo com o livro-reportagem, acredita-se que a própria mãe de Berta Lúcia tenha contribuído para a “santidade” da menina. Ela realizava benzimentos e dizia sentir a presença da filha, que por intermédio da mãe benzia e curava as crianças. Além disso, estima-se que cerca de 5 mil pessoas visitam todos os anos a capela de Berta Lúcia no Dia de Finados.
Capela da Berta Lúcia
Leonardo Bosisio/g1
Capela da Berta Lúcia
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