21 de janeiro de 2025

Discurso de Trump foi mais duro e maior do que em 2017; compare


Com um discurso mais longo e agressivo, o presidente abordou temas como imigração, política externa e críticas ao governo Biden, marcando mudanças significativas em sua abordagem de 2017.
Trump discursa ao tomar posse nos EUA
SAUL LOEB / POOL / AFP
O discurso de posse de Donald Trump para o seu segundo mandato como presidente dos EUA, realizado nesta segunda-feira (20), foi mais longo e agressivo do que o de 2017.
Com mais do que o dobro do tempo, Trump foi mais a fundo em questões envolvendo políticas anti-imigração, protecionismo, política externa, gênero e críticas ao seu sucessor, que na fala anterior.
Em 2017, Trump discursou por cerca de 16 minutos e, em 2025, por aproximadamente 33 minutos.
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Confira as principais mudanças:
Endurecimento da política anti-imigração e protecionista
No discurso de posse de 2017, Trump falou muito em patriotismo e na ideia de passar de volta “o poder para os americanos”.
“Vamos trazer de volta nossos empregos. Vamos trazer de volta nossas fronteiras. Vamos trazer de volta nossa riqueza, e vamos trazer de volta nossos sonhos”, disse.
Em 2025, o discurso protecionista, nacionalista e anti-imigração tomou proporções maiores, especialmente com o anúncio de novas medidas concretas.
Trump anunciou que declarará emergência nacional para deportar imigrantes não documentados e designará o Exército dos EUA para as fronteiras ao sul para “reverter a invasão desastrosa em nosso país”.
O republicano prometeu também focar na taxação de países estrangeiros, investir na extração e comercialização de energia nos EUA e “salvar a indústria automobilística” ao revogar o Green New Deal, conjunto de medidas que visam conter a crise climática, e os privilégios dados aos veículos elétricos.
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Críticas ao governo anterior
Apesar de Trump ter criticado a situação dos EUA antes de tomar posse em 2017, ele não falou diretamente as políticas de Barack Obama, seu antecessor na época, como fez com as de Joe Biden em seu novo discurso de posse.
“Temos agora um governo que não consegue gerir nem sequer uma simples crise a nível interno, ao mesmo tempo que se depara com um catálogo contínuo de acontecimentos catastróficos no estrangeiro”, disse.
O novo presidente dos EUA alegou que o governo anterior “fornece santuário e proteção para criminosos perigosos” e “se recusa a defender as fronteiras americanas”.
Biden esteve presente na posse de Trump, diferente do que aconteceu na sua posse, em 2020, quando Trump se recursou a reconhecer a sua vitória.
Política de raça e gênero
Em 2017, Trump não citou gênero, mas falou sobre união de raças em torno do patriotismo.
“É hora de lembrar daquele ditado que nossos soldados nunca esquecerão, de que não importa se somos, negros, de outra cor ou brancos, todo sangramos o mesmo sangue vermelho dos patriotas”, disse em 2017.
Já no discurso de 2025, Trump prometeu a extinção de programas de diversidade e voltou a reiterar que alterará políticas federais sobre gênero nos Estados Unidos.
“Será política oficial dos EUA que existam apenas dois gêneros, masculino e feminino”, afirmou.
Política externa agressiva
Em seu discurso de 2017, Trump prometeu unir o “mundo civilizado” para erradicar o “terrorismo radical islâmico”. Na ocasião, a ameaça era o grupo Estado Islâmico, que ao final
Já em 2025, o republicano reafirmou que retomará o Canal do Panamá, alegando que o estreito foi tomado pela China.
Autoridades no Panamá negaram as alegações de Trump e o presidente do Panamá reagiu à fala do presidente, dizendo que o Canal continuará a pertencer ao país e a sua administração continuará sob o controle panamenho.
Trump disse também que mudará o nome do Golfo do México para “Golfo da América”, em referência aos EUA. Nada disso foi citado em 2017.
Militares e censura
No discurso de 2025, Trump falou sobre outros temas que também não foram mencionados em sua primeira fala como presidente dos EUA em 2017.
O republicano anunciou a reintegração dos membros das Forças Armadas expulsos por não tomar vacina contra a Covid-19.
O presidente citou que os Estados Unidos viveram “anos e anos de esforços federais ilegais e inconstitucionais para restringir a liberdade de expressão”. Diante disso, disse que assinará uma “ordem executiva para interromper imediatamente toda a censura governamental e trazer de volta a liberdade de expressão aos Estados Unidos”.
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