18 de novembro de 2024

Documentário registra a vida ribeirinha na Ilha das Onças


“Esse Rio é Minha Rua” destaca a importância da valorização dos povos ribeirinhos como guardiões da floresta. “Esse Rio é Minha Rua” destaca a importância da valorização dos povos ribeirinhos como guardiões da floresta.
Divulgação
Ao apresentar a vida em uma das áreas mais preservadas da Amazônia, o documentário “Esse Rio é Minha Rua” lança luz sobre a luta diária das populações ribeirinhas da Ilha das Onças, em Barcarena, que vivem sem energia elétrica e saneamento básico, e a necessidade urgente de preservar o meio ambiente. Ao contar essa história, o filme, que está em produção, busca inspirar reflexões sobre a convivência harmoniosa com a natureza e o papel vital que essas comunidades desempenham na manutenção dos ecossistemas florestais.
“O filme serve como uma ferramenta audiovisual para educar e sensibilizar o público sobre a importância das comunidades ribeirinhas e da conservação da floresta amazônica. Além de documentar e preservar a memória cultural, o conhecimento tradicional, a cultura e os modos de vida das comunidades ribeirinhas, garantindo que esses saberes ancestrais sejam registrados e transmitidos para as futuras gerações”, pontua Zena Gorayeb, diretora e roteirista.
Turismo de Base Sustentável
De madeira, estilo palafita, a “Casa Iguatu” é uma casa tipicamente ribeirinha, um local turístico e preservado em plena Amazônia. O abastecimento de água é feito por um sistema de captação de água da chuva, os banheiros são ecológicos, a energia elétrica é garantida apenas por meio de placas solares, porém ainda de forma reduzida. Tanto no interior da casa quanto na varanda, o aconchego e o colorido se fazem presentes.
A “Casa Iguatu”, antiga “Casa do Celso” está localizada na baía do Guajará no município de Barcarena (PA), no entanto, está ligada geograficamente e economicamente ao município de Belém (PA). De barco, saindo de alguns portos do centro da capital, a viagem pode durar em média de 20 a 30 minutos.
A pesquisadora da Universidade Federal do Pará, Natália Costa, estuda Comunicação, Cultura e Socialidades na Amazônia. Em sua pesquisa, Natália discute sobre a Casa Iguatu como espaço de valorização e manifestação da cultura amazônica.
“Eu vejo a Casa Iguatu como uma referência de casa, não somente ribeirinha pelos costumes que se tem lá, mas pela visão que o núcleo familiar tem. O que me chamou atenção na Casa, era que que a Universidade Rural da Amazônia UFRA, desenvolvia projetos de tecnologia sustentável, além disso; é um projeto visionário e que serve de referência para outros lugares nas ilhas”, destaca Natália.
Além de ajudar a preservar e difundir as tradições amazônicas, fortalecendo a identidade cultural das populações ribeirinhas e mostrando ao mundo o valor de seus conhecimentos ancestrais, o filme “Esse Rio é Minha Rua” chega em um momento em que o mundo volta o olhar para a Amazônia e suas populações, e no caso, sendo Belém, como palco mundial das discussões climáticas na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas COP 30, em novembro de 2025.
“Além de retratar os conhecimentos científicos aplicados por educadores e ambientalistas sobre a utilização dos diversos recursos naturais renováveis que contribuem com a conservação dos ecossistemas, também vamos destacar o turismo ecológico que é muito presente na Ilha das Onças. As belezas naturais da floresta amazônica, o artesanato, a culinária regional e o extrativismo em abundância como a principal fonte de renda dos ribeirinhos” contextualiza Zena.
O filme documentário “Esse Rio é Minha Rua” foi contemplado no edital da Lei Paulo Gustavo, na categoria Desenvolvimento de Longa-metragem, realizado pela Fundação Cultural do Município de Belém FUMBEL, Prefeitura Municipal de Belém, Ministério da Cultura MINC e com apoio da Fundação Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa FADESP.

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