15 de janeiro de 2025

Dólar comercial volta a subir e atinge maior valor desde 4 de janeiro de 2023

Olhando para as principais economias do mundo, apenas as moedas da Argentina e do Japão perderam mais valor do que o real em 2024 – que acumula quase 10% de desvalorização. Dólar comercial volta a subir e se mantém na maior cotação desde 04 de janeiro de 2023
A cotação do dólar comercial voltou a subir nesta terça-feira (11) e se manteve no maior valor desde 4 de janeiro de 2023.
Para saber como anda a saúde da economia, os analistas também olham para gráficos. E os registros de um deles acenderam um alerta: o do dólar. Nesta terça-feira (11), por exemplo, a cotação atingiu o pico do ano: R$ 5,38. Depois, desceu, subiu de novo – mas sempre acima dos R$ 5,34. E fechou em R$ 5,36.
Uma explicação é que os Estados Unidos estão pagando juros altos para quem coloca dinheiro no país. A taxa é uma tentativa de segurar o consumo e, consequentemente, a inflação que anda persistente por lá. Os outros países brigam pelos investidores que topam correr mais risco e, por isso, o dólar está mais caro no mundo todo.
Só que, no Brasil, um pouco mais.
Imagine o dólar como um produto: o preço sobe ou desce dependendo da quantidade disponível no mercado. Se a moeda americana está encarecendo no Brasil, é porque a oferta tem diminuído. Ou seja, os dólares estão saindo daqui por alguma razão. E quando essa trajetória de alta dura dias, como agora, os economistas investigam o porquê.
Olhando para as principais economias do mundo, apenas as moedas da Argentina e do Japão perderam mais valor do que o real em 2024 – que acumula quase 10% de desvalorização.
O economista Celso Toledo diz que a diferença se deve ao que acontece dentro do Brasil – não lá fora.
“A gente observa o real junto com moedas que costumam andar juntas e percebe se nós estamos ou não andando junto com o grupo. E o que aconteceu recentemente que o real está se distanciando do grupo. Existe alguma coisa relevante que é particular ao Brasil que está fazendo a nossa moeda perder força. Com certeza tem a ver com a maior dúvida do mercado com relação à capacidade do governo de fazer o arcabouço fiscal funcionar”, explica o economista Celso Toledo.
O economista Sérgio Vale diz que o dólar variando lá no topo dos gráficos manda esse recado.
“A gente tem uma balança comercial que está em US$ 100 bilhões agora. O resultado em contas correntes está caminhando para ficar próximo de zero. A gente tem reservas internacionais extremamente elevadas, é uma economia que desse lado ela está sólida, ela está forte. O que esse câmbio que está variando com essa intensidade está sinalizando para a gente? O fiscal não está bem equilibrado ainda”, afirma Sérgio Valle, economista chefe da MB Associados.

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