9 de janeiro de 2025

Dólar opera em alta, com mercado de olho em dados internacionais, em dia de agenda vazia no Brasil


No dia anterior, a moeda norte-americana caiu 0,28%, cotada a R$ 6,1624. O principal índice de ações da bolsa de valores fechou em queda de 0,13%, aos 120.125 pontos. Dólar
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O dólar opera em alta nesta sexta-feira (3), depois de negociar em baixa nos primeiros minutos do pregão. Por volta das 9h20, a moeda era negociada a R$ 6,19.
O dia é marcado por uma agenda econômica ainda mais vazia no Brasil e no mundo, com os investidores repercutindo alguns dados novos da economia dos Estados Unidos.
A maior economia do mundo divulgou nesta quinta-feira (2) que o número de pedidos iniciais por seguro-desemprego na última semana vieram abaixo do previsto e também representando uma queda em relação à semana anterior, o que mostra que a atividade no país segue aquecida.
Neste pregão, também haverá divulgação, mais tarde, de novos dados do mercado de trabalho e da expectativa com o setor industrial americano.
Além desses dados, os investidores continuam refletindo sobre o cenário econômico no Brasil, principalmente a questão fiscal. No fim de 2024, o Congresso Nacional aprovou o pacote de cortes de gastos do Governo Federal e as medidas já passaram a valer, mas o mercado ainda desconfia que isso não seja o suficiente para equilibrar as contas públicas.
Com as medidas propostas pelo governo, a ideia era economizar R$ 71,9 bilhões em 2025 e 2026, e um total de R$ 375 bilhões até 2030. As mudanças no texto aprovado pelo Congresso, no entanto, devem ter um impacto de R$ 2,1 bilhões, reduzindo a economia para R$ 69,8 bilhões, segundo estimativas do Ministério da Fazenda.
O mercado acredita, porém, que a economia pode ser menor e que o governo pode não conseguir alcançar sua meta de zera o déficit público (ou seja, gastar o mesmo que ganha) neste ano. Investidores e especialistas esperam ver novas medidas para a redução de gastos e equilíbrio das contas anunciadas pelo governo.
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Veja abaixo o resumo dos mercados.
Dólar acumula alta de quase 28% em 2024
Dólar
Às 09h23, o dólar subia 0,46%, cotado a R$ 6,1907. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda norte-americana fechou em baixa de 0,28%, cotada a R$ 6,1624.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,50% na semana.

Ibovespa
O Ibovespa começa a operar às 10h.
Na véspera, o índice encerrou em baixa de 0,13%, aos 120.125 pontos.
Com o resultado, acumulou:
perda de 0,12% na semana.

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O que está mexendo com os mercados?
No mercado internacional, seguem repercutindo os últimos dados de emprego dos Estados Unidos, em dias ainda com agenda vazia por conta da virada do ano.
O número de pedidos iniciais de seguro-desemprego no país recuou de 220 mil na semana passada para 211 mil nesta semana. O resultado veio abaixo das expectativas, de 222 mil.
Dados relacionados ao mercado de trabalho são monitorados de perto pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) porque dão pistas sobre a atividade econômica. São, portanto, levados em conta para decisões sobre as taxas de juros no país.
Segundo especialistas, os números que indicam um mercado de trabalho forte mostram que a economia americana segue aquecida. O Fed olha com atenção para esses dados porque a aceleração da economia pode impactar a inflação, em um momento em que a instituição vem promovendo uma política monetária de corte de juros.
Uma inflação mais acelerada pode interromper o ciclo de cortes e até levar o Fed a voltar a elevar suas taxas, o que tende a valorizar os títulos públicos americanos — considerados os mais seguros do mundo — e o dólar.
No Brasil, em mais um dia de agenda esvaziada, destaque para a divulgação do fluxo cambial, que ficou negativo em US$ 15,918 bilhões no acumulado de 1º de janeiro a 27 de dezembro de 2024, conforme dados do Banco Central.
Essa já é a terceira maior saída líquida anual de dólares da série histórica do BC, iniciada em 2008. Segundo a instituição, o resultado é fruto da saída de US$ 84,396 bilhões na conta financeira e da entrada de US$ 68,478 bilhões na conta comercial.
No cenário interno, o mercado continua desconfiando da área fiscal brasileira. A XP Investimentos projeta que, com o pacote de cortes de gastos aprovado pelo Congresso, a economia do governo será de R$ 44 bilhões, contra os mais de R$ 70 bilhões esperados.
“Apesar da direção correta, vemos o pacote como insuficiente para garantir o atingimento das metas de resultado primário e, principalmente, a manutenção do limite de despesas do arcabouço fiscal nos próximos anos”, diz um relatório da empresa.
O governo precisa reduzir os gastos para atingir a meta de zerar o déficit público. O arcabouço também estipula que o governo deve começar a arrecadar mais do que gasta a partir de 2026, para controlar o endividamento público.
Mas os agentes financeiros já não esperam grande eficácia das medidas para controlar o endividamento público, e declarações recentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Fantástico reforçaram a percepção de que o governo não pretende avançar muito na contenção de despesas.
O mercado tinha a expectativa de que o governo mexesse em gastos estruturais nesse pacote de corte de gastos — como a Previdência, benefícios reajustados pelo salário mínimo e os pisos de investimento em saúde e educação. Mas isso não aconteceu.
Segundo os analistas, essas despesas tendem a subir em velocidade acelerada e têm potencial de anular esse esforço do pacote em pouco tempo. O governo, contudo, é avesso às medidas, que mexeriam com políticas públicas e com promessas de campanha do presidente Lula.

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