20 de setembro de 2024

Domo de Ferro, A Seta e Viga de Ferro: quais são os sistemas de defesa de Israel e como eles funcionam

Grupo libanês Hezbollah lançou 150 foguetes em direção ao norte de Israel em retaliação às explosões de dispositivos eletrônicos no início da semana. Nesta sexta (20), Domo de Ferro impediu boa parte dos artefatos de atingirem o solo. Israel não assumiu autoria dos ataques a pagers e walkie-talkies. Domo de Ferro em ação nas colinas de Golã nesta sexta, 20 de setembro
Jim Urquhart/Reuters
O Domo de Ferro, sistema de defesa de Israel contra ataques de curto alcance, foi colocado à prova novamente nesta sexta-feira (20), num momento em que o país e o Hezbollah voltam a trocar ataques.
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O Hezbollah lançou 150 foguetes conhecidos como “Katyusha” contra Israel. Grande parte dos artefatos foram detonados ainda no ar pelo sistema de defesa aérea israelense.
O Domo de Ferro detecta o foguete inimigo, calcula se ele coloca em risco alguma área urbana e, se for o caso, lança um míssil automaticamente para interceptá-lo.
Os foguetes Katyusha lançados pelo grupo extremista libanês foram desenvolvidos inicialmente na antiga União Soviética durante a Segunda Guerra Mundial. De acordo com o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS, na sigla em inglês), os foguetes são disparados a partir de lançadores e não são guiados.
Os Katyusha eram difíceis de ser abatidos antes da instalação do Domo, já que eles voam a uma baixa altitude e percorrem trajetos curtos.
Desde o início da guerra em Gaza, o Exército israelense e o Hezbollah têm trocado ataques quase diários da fronteira de Israel com o Líbano. O grupo extremista apoia o Hamas, alvo de Israel na Faixa de Gaza. Ambos os grupos são financiados pelo Irã.
Veja, abaixo, detalhes de 5 instrumentos de defesa de Israel:
▶️ A Seta
▶️ Domo de Ferro
▶️ Estilingue de David
▶️ Viga de Ferro
▶️ Patriota
A Seta (The Arrow)
Veja como funciona o Seta 2, mais um sistema de defesa de Israel
Desenvolvido com os EUA e projetado para interceptar mísseis de longo alcance, o sistema The Arrow (A Seta ou A Flecha, em português), tem sido usada para interceptar mísseis de longo alcance lançados por militantes Houthi, no Iémen.
De acordo com o Ministério da Defesa de Israel, o equipamento é composto por duas frentes:
Seta-2 (Arrow-2, em inglês) – que intercepta mísseis de médio a longo alcance
Seta-3 (Arrow-3, em inglês) – que intercepta mísseis de longo alcance
“Esse é um dos sistemas de defesa aérea e antimísseis mais avançados do mundo para a interceptação de mísseis balísticos”, afirmou o Ministério da Defesa.
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Domo de Ferro (Iron Dome)
Entenda como funciona o “domo de ferro” de Israel
Este sistema, desenvolvido por Israel com o apoio dos EUA, é usado para abater foguetes de curto alcance. O equipamento interceptou milhares de foguetes desde que foi ativado no início da década passada – incluindo os lançados durante o conflito com o Hamas. Israel afirma que o equipamento tem uma taxa de sucesso superior a 90%.
Quando um ataque é identificado, a tecnologia calcula a trajetória do foguete inimigo e verifica se uma área urbana será bombardeada. O sistema, então, lança um míssil interceptor que explode o artefato inimigo ainda no ar.
E, diferente do David’s Sling, a ferramenta é móvel, podendo funcionar e ser instalada em qualquer lugar do país. Além disso, as baterias com os mísseis interceptores podem ser instaladas em veículos militares.
Em entrevista à Globonews em abril, o professor do Instituto de estudos estratégicos da UFF, Vitelio Brustoli, explicou que o Domo de Ferro é utilizado “apenas contra foguetes e também poderia ser usado contra drones”.
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Estilingue de David (David’s Sling)
Veja como funciona “David’s Sling”, um dos sistemas de defesa de Israel
Desenvolvido com os EUA, o David’s Sling (Estilingue de David, em português) é usado para interceptar mísseis de médio alcance, como os do Hezbollah. Ao ser anunciado, em 2017, a FDI informou que o equipamento iria fornecer apoio à Seta e ao Domo de Ferro.
O equipamento fica estacionado em alguma região do país, sendo acionado para disparar um míssil que visa atacar equipamentos de inimigos de curto alcance.
“O sistema de defesa David’s Sling fortalecerá os esforços de defesa de Israel com sua capacidade de interceptar mísseis de alta qualidade. Tenho certeza de que todos os nossos sistemas de defesa aérea juntos fortalecerão nossa eficácia”, disse a FDI na ocasião.
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Viga de Ferro (Iron Beam)
Exército de Israel usa “Viga de Ferro”, equipamento de defesa do país
Israel está desenvolvendo um novo sistema para interceptar ameaças: um laser e um GPS. A tecnologia foi projetada para que nuvens mais densas, por exemplo, não impactem o trajeto do equipamento.
Ou seja, o laser atravessará a nuvem. Ao mesmo tempo que, caso perca sinal com a base de Israel, o GPS ainda garantirá que o equipamento chegará no destino. As Forças de Defesa de Israel afirmaram que a criação de uma ferramenta tão avançada foi muito complexa e levou quase 10 anos para ser desenvolvida e operacionalizada.
Israel também informou que o sistema será um divisor de águas porque é muito mais barato para operar do que os sistemas já existentes.
Em nota, a FDI disse ainda que o sistema permite que as tropas atinjam células e veículos terroristas com precisão cirúrgica. “O que pode minimizar os dados àqueles que não estão envolvidos nos conflitos, como os civis”.
O equipamento é usado para alvos terrestres imóveis com localização conhecida. Ou seja, postos de lançamento de foguetes, células terroristas, veículos blindados, etc.
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Patriota (Patriot)
Veja lançamento teste do equipamento “Patriota”, realizado em novembro de 2012
A arma, fabricada pelos Estados Unidos, é o equipamento mais antigo do sistema de defesa antimísseis de Israel. O equipamento foi utilizado, por exemplo, durante a Guerra do Golfo, em 1991, para interceptar mísseis Scud, disparados pelo então líder do Iraque, Saddam Hussein.
O sistema agora é usado para abater aeronaves, incluindo drones, a uma distância de 160 km. Quando uma aeronave inimiga ameaça a segurança de Israel, a Força Aérea do país decide como reagir e qual sistema de defesa usar. Se optar pelo Patriota, um grupo militar chamado “Sheinav” assume o controle da operação e ativa o equipamento.
“Embora o sistema Patriot seja um sistema tecnologicamente avançado, ele não pode funcionar sem os seus soldados”, informou a FDI, em nota. “É necessário um ser humano para ativar o sistema, por mais inteligente que seja.”
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