10 de janeiro de 2025

Donald Trump Jr. visita Groelândia após pai dizer que ‘propriedade e controle’ do país pelos EUA são ‘necessidade absoluta’


O filho do presidente americano eleito disse, no entanto, que estava no local apenas como ‘turista’. Segundo a Reuters, a visita à capital do país, Nuuk, deve durar de quatro a cinco horas, e nenhuma reunião foi agendada com autoridades governamentais. Donald Trump Jr na Groelândia
RITZAU via REUTERS
Donald Trump Jr., o filho mais velho do presidente eleito dos Estados Unidos, foi à capital da Groenlândia, Nuuk, para uma visita privada nesta terça-feira (7).
A bordo do avião particular do pai, o “Trump Force One”, ele falou com jornalistas assim que aterrissou e afirmou que estava no local apenas como “turista”, apesar de, há pouco mais de duas semanas, Donald Trump ter declarado que “a propriedade e o controle da Groenlândia são uma necessidade absoluta” em seu perfil na rede social Truth Social.
“Estamos um pouco pressionados pelo tempo, porque só temos algumas horas de luz do dia para conseguir ver tudo, mas estamos muito animados por estar aqui. Só estamos aqui como turistas, parece ser um lugar incrível. Estamos falando sobre vir há um tempo”, afirmou o primogênito de Trump.
De acordo com à agência de notícias Reuters, a visita a Nuuk deve durar de quatro a cinco horas, e nenhuma reunião foi agendada com autoridades governamentais.
Em seu perfil na Truth Social, Donald Trump Jr. postou um vídeo em que aparece sobrevoando a congelada capital, com um boneco do pai, segurando uma arma, no painel do piloto.
Durante participação em um podcast nesta segunda (6), Donald Trump Jr. falou sobre a visita que iria fazer e garantiu: “Não, não estou comprando a Groenlândia”.
No mesmo dia, em um post, o presidente eleito elogiou a ilha e prometeu “tornar a Groelândia grande novamente”, fazendo referência a seu slogan de campanha: “Make America Great Again”:
“A Groenlândia é um lugar incrível, e as pessoas se beneficiarão tremendamente, se e quando, ela se tornar parte da nossa nação”.
A Groenlândia, um território autônomo da Dinamarca, é geograficamente parte do continente norte-americano, e sua capital fica mais perto de Nova York do que da capital dinamarquesa, Copenhague. Também ostenta riqueza em minerais, petróleo e gás natural.
Ainda em dezembro, logo após as declarações de Trump, o primeiro-ministro da ilha, Mute Egede, afirmou que ela não estava “à venda”.
“A Groenlândia é nossa. Não estamos à venda e nunca estaremos à venda. Não devemos perder nossa longa luta pela liberdade”, declarou o premiê em comunicado.
Com sua base aérea de Pituffik, a Groenlândia é estrategicamente importante para os militares dos EUA e seu sistema de alerta precoce de mísseis balísticos, já que a rota mais curta da Europa para a América do Norte passa pela ilha.
Durante seu mandato anterior, em 2019, Trump já havia expressado interesse em comprar a Groenlândia, mas a proposta foi prontamente rejeitada pela Dinamarca e pelas próprias autoridades da ilha antes que qualquer discussão formal pudesse ocorrer.
Na época, a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, que segue no cargo, classificou a oferta de Trump como “absurda”, levando-o a classificar a rejeição da ideia como “desagradável” e, posteriormente, cancelar uma visita a Copenhague.

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