Consultora de produtos de beleza, perfumes e dermocosméticos denunciou seu antigo gerente por fazer críticas em relação a sua aparência. Decisão tomada pelo Tribunal Regional do Trabalho e ainda cabe recurso. Tribunal Regional do Trabalho da 2ª região
Paula Paiva Paulo/G1
Uma drogaria foi condenada a pagar uma indenização no valor de R$ 30 mil para uma ex-funcionária que foi vítima de gordofobia. A decisão foi confirmada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região de São Paulo nesta quinta-feira (7).
À Justiça, a consultora de produtos de beleza, perfumes e dermocosméticos denunciou seu antigo gerente local por fazer críticas em relação a sua aparência.
Conforme o processo, logo na primeira semana em que assumiu a filial, o homem disse que a funcionária era inadequada para a atividade por ser “velha, gorda e feia”. O Tribunal do Trabalho não informou a cidade onde o caso ocorreu.
A consultora, que há 11 anos exercia o cargo, chegou a dizer que não precisava ter a aparência idealizada por ele. O chefe, porém, respondeu a comparando com a funcionária de outra unidade, que era “nova, bonita, magra, parecia uma bailarina”.
Como na cidade onde atuava só existia a função de consultora naquela loja, a ex-funcionária não conseguiu pedir remoção ou transferência. Com receio de represálias, ela também não fez reclamações pelos canais de denúncia da firma.
Em nota, o Tribunal do Trabalho afirmou ainda que as críticas eram cometidas na frente a outros funcionários da drogaria.
Para o desembargador-relator Benedito Valentini, ficou comprovada a prática de “tratamento ofensivo, constrangedor, vexatório e humilhante”.
Ele pontuou que os fatos são gravíssimos e a empresa foi negligente, permitindo um ambiente impróprio ao trabalho. Vale ressaltar que a decisão ainda cabe recurso.
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