São Paulo é o terceiro estado que mais planta uva no País. Práticas como a ‘pisa’ viraram atração para turistas e o setor investe em inovação para alcançar maior qualidade. O consumo de vinho disparou no Brasil nos últimos cinco anos. Especialistas afirmam que cada pessoa bebe, em média, pouco mais de 2,5 litros por ano. Consequentemente, puxada pelo consumo, a plantação de uva para vinho também aumentou. Em 2022, eram quase 8 mil pés de uva plantados em São Paulo. Hoje, são 64 mil, o que faz do estado o terceiro que mais planta uva no País.
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Assim como o hábito de consumo, a forma de produzir vinho também foi mudando ao longo dos anos. Algumas práticas, como a pisa da uva, ficaram no passado e viraram atração e diversão para turistas.
“Pisa” da uva hoje é uma tradição preservada para os turistas
Reprodução/TV TEM
O cenário atual é de uma revolução tecnológica. No campo, drones monitoram as plantações: se os pés estão precisando de adubo, o crescimento das uvas e a colheita. Na indústria, maquinário de ponta e novas tecnologias transformaram o jeito de fazer vinho.
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Drones ajudam a monitorar plantações de uva
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Em Jundiaí, a quinta geração de uma mesma família administra uma empresa de bebidas com 400 funcionários. Os Cereser chegaram ao Brasil em 1887 com 40 mudas de uva e o sonho de transformar a fruta em vinho e tornar a bebida mais conhecida no Brasil.
A empresa tem mais de 30 produtos nas prateleiras dos supermercados do Brasil e de 30 países. Mas são os 500 barris de carvalho que remetem à nostalgia daquilo que fez aquele complexo industrial nascer.
Humberto Cereser, representante da família que construiu fábrica de bebidas em Jundiaí
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“Meu bisavô quem começou a parte da indústria, a vinificar e vender a todo o Estado, e dali para frente para outros estados do Brasil. A produção de uva já não dava mais para ele, ele precisou comprar até dos vizinhos. É um legado que recebemos da família e que queremos que continue”, conta Humberto Cereser, representante da família.
🍇🍷 Do pé à taça
A uva madura tem de ser colhida no ponto certo. O que determina isso é o grau de açúcar da fruta, medido pelos especialistas por intermédio de um método chamado brix: uma escala numérica usada em todas as vinícolas.
O engenheiro florestal André Santana Vieira mede o brix da uva
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“Depois de debulhar os cachos, eu macero a uva e a deixo descansar por um tempo. Novamente faço a maceração para extrair o brix, espremendo a uva e aproveitando o suco e também o suco da casca, porque a casca contém propriedades que farão parte do vinho”, detalha o engenheiro florestal André Santana Vieira.
Com a uva no ponto, começa o processo de vinificação. Primeiro, a uva é separada do cacho em uma máquina chamada desengaçadeira. Depois, é levemente amassada. Casca e líquido formam uma mistura chamada mosto, que vai para os tanques de fermentação. É nessa hora que o açúcar natural da uva vai se transformar em álcool. O tempo desse processo pode levar até 45 dias.
Armazenamento do vinho em barricas é o último estágio antes do envase
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Em outro tanque, o líquido é separado da casca e fica descansando por mais um tempo, até receber a levedura que fermenta a bebida. Dali, o vinho vai para as barricas de carvalho ou os tanques de inox, para depois ser engarrafado.
🎥🍷 Vinhos SP
Reportagem e apresentação: Thiago Ariosi
Produção: Carla de Campos
Imagens: Fernando Bellon e Witter Veloso
Edição de mídia audiovisual e finalização: Sergio Camargo
Edição de texto: Mateus Soares
Edição de texto web: Eric Mantuan
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