17 de outubro de 2024

‘É controlado, não temos outro hospital em Minas Gerais com este fungo’, diz secretário de Saúde sobre superfungo

De acordo com Fábio Baccheretti, casos de Candida auris estão concentrados no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, onde foram confirmadas quatro infecções; 27 pessoas aguardam resultados de exames. De acordo com Fábio Baccheretti, casos de Candida auris estão concentrados no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte.
TV Globo/Reprodução
Quatro casos de infecção pelo superfungo Candida auris foram confirmados no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte. Dois pacientes já tiveram alta, um permanece internado e um quarto infectado morreu, mas o óbito não tem relação com o fungo. Outras 27 pessoas aguardam resultado de exames.
Em entrevista à TV Globo, o secretário estadual de Saúde, Fábio Baccheretti, afirmou que a situação está controlada e não há registro de contaminação em outras unidades hospitalares de MG.
“É controlado, não temos outro hospital em Minas Gerais com este fungo. A população em geral pode ficar tranquila, ele não é capaz de infectar pessoas sadias. Nossa preocupação é no paciente frágil, nos hospitais”, disse.
Secretário de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, em entrevista à TV Globo
Reprodução/TV Globo
Segundo o secretário, o primeiro caso confirmado foi de um paciente que ficou internado na Colômbia antes de dar entrada no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do hospital mineiro.
“Na Colômbia, esse superfungo é comum nos hospitais de lá, tem muito mais casos do que nós temos aqui no Brasil, e a partir daí nós tivemos a transmissão de outros três pacientes”, explicou.
Ainda conforme Baccheretti, um dos quatro infectados morreu, porém o óbito não tem relação com o fungo. O paciente já estava internado, em estado grave, com uma lesão de coluna causada por um acidente de moto.
“É um fungo resistente que não existia, mas a gente está fazendo todo o processo para que ele acabe nesse ciclo agora e não tenhamos ele mais no João XXIII, e, obviamente, nem em outro hospital mineiro”, completou.
O que é o superfungo e por que ele é considerado uma ameaça à saúde pública
Superfungo
O Candida auris foi identificado pela primeira vez em 2009, no ouvido de uma paciente internada no Japão. Em 2016, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicaram um alerta epidemiológico sobre relatos do microrganismo em serviços de saúde da América Latina, recomendando a adoção de medidas de prevenção e controle.
A primeira confirmação do superfungo no Brasil foi notificada à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em dezembro de 2020. O paciente infectado estava internado em um hospital de Salvador, na Bahia.
Segundo comunicado emitido pela Anvisa após a notificação do primeiro caso no país, o Candida auris representa uma “séria ameaça à saúde pública”, porque:
tem resistência a vários medicamentos antifúngicos comumente utilizados para tratar infecções por Candida. Algumas cepas de Candida auris são resistentes a todas as três principais classes de fármacos antifúngicos;
pode causar infecção em corrente sanguínea e outras infecções invasivas, sendo capaz de levar à morte, principalmente, pacientes imunodeprimidos ou com comorbidades;
a identificação desse fungo requer métodos laboratoriais específicos, já que a Candida auris pode ser facilmente confundida com outras espécies de leveduras;
pode permanecer viável por longos períodos no ambiente (semanas ou meses) e apresenta resistência a diversos desinfetantes;
é propenso a causar surtos devido à dificuldade de identificação por métodos laboratoriais rotineiros e de eliminação do ambiente contaminado.
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