5 de janeiro de 2025

É #FAKE que g1 publicou página recomendando Prostzol e que produto previna câncer de próstata


Não existe medicamento autorizado na Anvisa com o nome de Prostzol. Sociedade Brasileira de Urologia afirma que a publicação é totalmente falsa e contém uma série de informações enganosas. É #FAKE que g1 publicou página recomendando Prostzol e que produto previna câncer de próstata
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Circula nas redes sociais uma publicação que imita a página do g1 e recomenda um produto chamado Prostzol como se fosse eficaz para prevenir câncer de próstata. É #FAKE.

g1
A publicação falsa diz:
“Próstata inchada? Atuais ganhadores do prêmio Nobel de medicina de 2024 recebem o troféu após descobrir como restaurar a glândula prostática utilizando terapia de testosterona pulsátil, veja como fazer de casa”. (Este conteúdo está no título do post.)
Que dois ganhadores do Prêmio Nobel criaram uma terapia que trabalha na formação de testosterona para a próstata. O tratamento é baseado no uso de um produto chamado Prostzol, aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O Prostzol resulta da combinação de óleo de borragem, licopeno de tomate, extrato de semente de abóbora, extrato de semente de uva, cúrcuma, astaxantina e vitaminas do complexo B.
O “grupo G1” conseguiu contato com os médicos para obter mais um lote do produto.
▶️ A página tem um botão que leva a um formulário de compra. Lá, o produto é vendido a preços que variam de R$ 297 a R$ 657. O boleto gerado em uma simulação indica que o pagamento vai para a empresa P2 Brasil Ltda, localizada em Arcos (MG).
▶️ O texto falso usa armadilhas de convencimento: promete eficácia milagrosa e diz que a oferta é limitada, mas ao mesmo tempo oferece descontos para atrair consumidores; tem uma abordagem sensacionalista, com foco no medo e na urgência, com frases como: “Você está assinando seu próprio atestado de óbito”.
A publicação é fake porque:
O g1 jamais publicou uma reportagem com o título e o conteúdo mencionados.
Trata-se de uma montagem fraudulenta, envidenciada por erros de padrão visual e editorial.
O endereço da publicação é falso (https://intercaps.online/noticiaganhadoresnobel), completamente diferente do autêntico do g1 (https://g1.globo.com).
A imagem usada na publicação falsa mostra, no canto inferior direito, um selo que remete ao canal Aljazeera e mostra os cientistas Gary Ruvkun e Victor Ambros, que ganharam o Nobel de Medicina 2024 pela descoberta dos microRNAs (veja detalhes abaixo).
A Anvisa alerta que não existe qualquer medicamento autorizado por ela com o nome de Prostzol. “Assim, o produto não pode alegar propriedades terapêuticas e tal prática é ilegal”, informou a agência, em nota enviada ao g1.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), a publicação é totalmente falsa e contém uma série de informações enganosas, como a relação com o prêmio Nobel e o uso de testosterona pulsátil para “restaurar” a glândula prostática.
Esse tipo de desinformação pode colocar a saúde dos pacientes em risco e deve ser amplamente evitada, segundo a SBU.
Não existe nenhuma evidência científica confiável que comprove a capacidade de “restaurar” a glândula prostática de forma regenerativa ou curativa com terapias hormonais ou outros tratamentos (leia, mais abaixo nesta reportagem, o detalhamento do que diz a SBU).
A imagem usada na publicação falsa tem no canto inferior direito um selo que remete ao canal Aljazeera
Reprodução
O que diz Sociedade Brasileira de Urologia
Procurada pelo g1, a SBU detalhou por que a publicação é fake e recomendou cuidados.
O texto da sociedade Brasileira de Urologia diz que:
Tratamentos para problemas prostáticos precisam ser conduzidos por médicos especializados, com base em evidências científicas robustas e protocolos clínicos estabelecidos.
É preciso evitar produtos sem comprovação científica quanto à eficácia, além de promessas de curas milagrosas.
Ao se deparar com publicações duvidosas como esta, o público deve buscar fontes confiáveis e consultar sempre um médico especializado.
Pacientes precisam buscar informações de fontes científicas e médicas comprovadas, evitando o uso de terapias alternativas não regulamentadas.
A próstata, como qualquer outro órgão do corpo humano, pode sofrer alterações, como aumento benigno (HPB) ou câncer, mas a “restauração” não é um conceito reconhecido no campo médico.
Não é verdade que é possível restaurar a glândula prostática utilizando terapia de testosterona pulsátil. O uso de testosterona pulsátil não tem comprovação científica de eficácia para restaurar a glândula prostática ou tratar problemas prostáticos. Na verdade, o uso indiscriminado de testosterona pode agravar condições da próstata, como o aumento da próstata (HPB) ou potencialmente acelerar o crescimento de células cancerígenas em casos de câncer de próstata.
A terapia com testosterona deve ser conduzida somente sob orientação médica e em casos específicos.
Não há nenhuma referência científica ou regulamentação médica que comprove a existência de um tratamento chamado “Prostzol”. Além disso, tratamentos não regulamentados e produtos sem comprovação científica devem ser evitados, pois podem causar efeitos colaterais não previstos.
Alguns dos ingredientes mencionados (como óleo de borragem, licopeno e cúrcuma) são comumente utilizados como suplementos naturais, e há estudos que sugerem que eles podem ter efeitos benéficos na saúde da próstata, como propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes. No entanto, nenhum deles é uma solução comprovada para o tratamento de condições graves como Hiperplasia Prostática Benigna (HPB), prostatite ou câncer de próstata. O uso desses ingredientes deve ser sempre discutido com um médico.
Embora alguns estudos mostrem que compostos naturais – como o licopeno (presente no tomate), a cúrcuma (com propriedades anti-inflamatórias) e o óleo de borragem – podem ter efeitos positivos na saúde prostática, essas substâncias não substituem tratamentos médicos tradicionais. A saúde da próstata deve ser monitorada por um urologista, especialmente em pacientes com risco de HPB ou câncer.
A afirmação de 97,8% de eficácia em tratamentos para condições tão complexas como HPB, prostatite ou câncer de próstata é altamente exagerada e não tem respaldo científico.
Nenhum tratamento, seja natural ou farmacológico, pode garantir tais taxas de sucesso, especialmente sem rigorosos estudos clínicos que comprovem sua eficácia e segurança.
O Fato ou Fake enviou mensagem para o e-mail que aparece na publicação falsa, pedindo explicação sobre a autoria e a existência da página que imita a aparência do g1.
A empresa Capsul Brasil respondeu que não é responsável pela divulgação, promoção ou qualquer tipo de marketing relacionado aos produtos fabricados. Disse também que não autoriza ou endossa quaisquer práticas de marketing que possam comprometer a qualidade, a veracidade ou a reputação dos produtos.
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Fato ou Fake explica:
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