4 de março de 2025

‘É o gurufim que ele não teve, sei que ele está aqui’, diz viúva de Laíla sobre desfile da Beija-Flor


Para a família do carnavalesco Laíla, é como se a qualquer momento o diretor de carnaval fosse aparecer ao lado dos carros alegóricos. Família de Laíla
Stephanie Rodrigues/g1
Sete familiares do carnavalesco Laíla participam do desfile da Beija-Flor nesta segunda-feira. Para eles, a homenagem da escola com o enredo “Laíla de Todos os Santos” é o gurufim que ele não teve por conta da pandemia.
A viúva Marli Ribeiro disse que se sente como se ele fosse chegar a qualquer momento entre os carros alegóricos para comandar a comunidade.
“Ele tinha muito orgulho em dizer que essa era a comunidade dele. E a comunidade está respondendo com um desfile que está lindo. O povo nilopolitano está fazendo um grande agradecimento a Laíla. É o gurufim que ele não teve, sei que ele está aqui entre a gente e está feliz. Vamos pela vitória”, afirma a viúva.
Tradição trazida para o Brasil por africanos escravizados, o gurufim é uma cerimônia funerária com música e bebida, usadas para aliviar o luto.
“A sensação é que ele vai passar por aqui dando força para o povo nilopolitano. Esse desfile é uma comemoração de quem deu a vida pelo samba, viveu o samba desde muito pequeno”, destaca a neta Amanda Ribeiro.
Para a neta Caroline Ribeiro, não há Beija-Flor sem Laíla – o diretor participou de 13 dos 14 títulos da escola.
“Não existia Laíla sem a Beija-Flor, nem Beija-Flor sem Laíla. Vamos devolver a vitória para Nilópolis”, afirma a jovem.
O filho Luiz Cláudio Ribeiro comandará pela primeira vez o casal de mestre-sala e porta-bandeiras na avenida. Ele define a dupla como “uma das melhores do Brasil” e afirma que é uma honra assumir o cargo da harmonia do casal.
“Eu aprendi tudo que eu sei com meu pai. Eu digo que se eu souber 1% do que ele me ensinou eu já sei muito”, destaca o filho.
O neto Luiz Antonio Ribeiro, que traz os bisnetos gêmeos Luiz Pietro Ribeiro e Theodor na frente da comunidade, afirma que as pessoas conhecem o Laíla do carnaval, mas não o avô que ele era.
“Para mim, ele era um grande amigo. As pessoas sabem a fama dele no carnaval, mas poucos sabiam do coração generoso e atencioso que ele tinha. Eu desfilo desde 2011 ao lado do meu avô e quando perguntaram se eu queria ir no carro, eu contestei que queria estar onde eu me sentia bem com ele, como minha forma de homenagem”, destaca o jovem.
Laíla durante desfile da Beija-Flor de Nilópolis
Reprodução/ TV Globo

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