Dupla vai comemorar 30 anos de carreira com canções em inglês, espanhol e regravação de ‘Love Hurts’, da banda Nazareth. Com referências em outros estilos, irmãos criticam comentários que tentam manter a essência do sertanejo: ‘Músicos frustados’. Edson e Hudson anunciam carreira internacional em entrevista exclusiva ao g1
Edson e Hudson ostentam quase três décadas de trajetória e um legado gigante na música sertaneja. Em um dos melhores momentos da carreira, definido por eles mesmos depois de viverem algumas instabilidades, a dupla confirmou ao g1 que vai fazer um movimento inédito na história já cheia de sucesso: os irmãos darão início a uma carreira internacional com músicas em inglês e espanhol.
Em entrevista exclusiva ao g1 na Festa do Peão de Barretos, Edson e Hudson detalharam, pela primeira vez, o projeto internacional, que vai comemorar os 30 anos de carreira, e comentaram algumas críticas feitas à música sertaneja, principalmente na internet, em relação à perda da essência, com mistura de vários gêneros, muitas vezes se assemelhando mais ao pop.
A gente se mistura com tudo, rock, pagode, funk, você vê a influência de novos artistas, como Ana Castela, Luan Pereira, tem lá o beat da batida, temos que respeitar e saber que tem uma legião de fãs que ama essa garotada e está respeitando nossa música.
Eu vejo tanta gente falando que canta e na verdade não canta nada. Um monte falando que toca e não toca nada. Um monte de músico frustrado que não tem coragem de fazer um trabalho e mostrar pras pessoas. A gente sempre teve um pé fora do sertanejo, nunca fomos ao contrário do que somos hoje. No começo da carreira a gente tinha pessoas que escolhiam o que a gente gravava. A gravou muitas coisas maravilhosas, mas já gravou coisa que a gente gostaria de não ter gravado. Hoje, a gente sabe muito bem o que as pessoas querem de nós e o que a gente quer.
A defesa de Edson e Hudson para pisar em outros estilos musicais não é por acaso. Hudson tem um DNA totalmente voltado ao rock n roll desde muito criança e aplica isso em todo show da dupla, o que fez os artistas apresentarem, muitas vezes, uma roupagem diferente às músicas que gravavam.
Edson e Hudson fecharam a quarta noite da Festa do Peão de Barretos 2024
Érico Andrade/g1
Agora, com o projeto internacional de 30 anos – que será gravado no Brasil mesmo tendo músicas em inglês e espanhol – novamente os cantores vão sair da caixa. Eles já gravaram e devem lançar em breve uma versão de “Love Hurts”, clássico de 1974 da banda escocesa de hard rock “Nazareth”. A faixa também será um tributo aos dois anos de morte do vocalista Dan McCafferty.
“A gente tem um show que a gente canta todos nossos sucessos e sobraria para outros shows. Então isso ajuda muito a nossa trajetória e nos dá a liberdade de fazer outras coisas, como o que a gente vem fazendo agora, que é um DVD que que a gente vai gravar cinco músicas em inglês, algumas em espanhol. Tem muita surpresa boa, estamos vivendo um momento que a gente está cuidando da nossa carreira 100%. Então a gente trabalha muito mais pelo amor”, explicou Hudson.
Edson e Hudson embalaram arena da Festa do Peão de Barretos 2024 na madrugada desta segunda-feira (19)
Érico Andrade/g1
Devoção à Barretos
Edson e Hudson fizeram mais um show na Festa do Peão de Barretos, no domingo (18), e impactaram a arena com hits poderosos de todas as épocas da carreira, além de um verdadeiro “festival” com convidados. A dupla tem uma história próxima com o maior rodeio da América Latina desde quando lutavam para estourar.
“Eu lembro quando a gente veio para Barretos, em 1996, a gente vinha tentar, aí a gente conseguia cantar em alguns lugares. Depois, um empresário trouxe a gente em um ônibus e ele achou que gente ia cantar em Barretos de qualquer jeito. A gente não conseguiu tocar, a gente fez três musicas no playback. Isso em 2001. Poucos anos depois, a gente veio aqui e bateu o recorde da história: nós, Bruno e Marrone e Rionegro e Solimões, foi o maior show da história de Barretos”, lembrou Edson.
O cantor aproveitou para reforçar o tamanho da evento, maior templo sertanejo do mundo, e deixou claro que acredita que nenhum artista deve se considerar maior que a festa.
“Barretos tem que ser respeitado. E o artista precisa entender que Barretos não depende de artista. Barretos é independente. Todos os artistas que tentaram passar por aqui e de alguma maneira abandonou teve que voltar. E acaba voltando mesmo porque isso aqui é a maior festa do mundo. Então tem que respeitar”, finalizou.
Edson e Hudson levam romantismo à Festa do Peão de Barretos 2024
Érico Andrade/g1
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