11 de janeiro de 2025

Eleição municipal eleva troca-troca partidário na Câmara de SP; cinco vereadores já mudaram e seis conversam com novas siglas

Políticos têm até o dia 5 de abril, prazo final da janela partidária, para migrarem de legenda sem perder o mandato. PSDB é a sigla que mais deve reduzir na Casa, em virtude de decisão de não apoiar a reeleição de Ricardo Nunes (MDB). Os vereadores Adriano Santos, que saiu do PSB para o PT, Aurélio Nomura – que deixou o PSDB rumo ao PSD, e Jussara Basso, que saiu do PSOL e foi para o PSB.
Montagem/g1/Divulgação
A eleição municipal de outubro tem movimentado a Câmara Municipal de São Paulo neste trimestre semestre de 2024. Com a janela partidária prestes a se fechar em 5 de abril, pelo menos cinco vereadores já trocaram de partido no Poder Legislativo paulistano.
Segundo apuração do g1, outros seis vereadores devem mudar de legenda até a data final determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que os parlamentares não percam seus mandatos.
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A expectativa das bancadas é que, o início de abril, a Casa termine com uma nova configuração de forças partidárias, com 13 dos 55 vereadores da cidade eleitos em 2020 em novas legendas.
As mudanças ocorrem, sobretudo, por causa dos apoios aos principais candidatos à Prefeitura de SP em outubro: Guilherme Boulos (PSOL), Ricardo Nunes (MDB) e Tabata Amaral (PSB).
O partido do prefeito e o PSD de Kassab são as siglas que mais devem ganhar novos vereadores, enquanto o PSDB é o partido que mais deve perder parlamentares (entenda mais abaixo).
O vereador Adriano dos Santos, por exemplo, deixou o PSB de Tabata Amaral nos últimos dias rumo ao PT, que terá a veterana Marta Suplicy como vice na chapa de Guilherme Boulos (PSOL).
O pré-candidato Guilherme Boulos (PSOL) durante evendo de filiação do verador Dr. Adriano Santos, que saiu do PSB para o PT.
Divulgação
Boulos, inclusive, esteve no evento de filiação do neopetista à legenda de Lula.
No caminho contrário, a vereadora Jussara Basso – ex-coordenadora do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) liderado por Boulos – saiu do PSOL para o se filiar ao PSB e apoiar a candidatura da deputada federal Tabata Amaral.
A própria Tabata assinou a ficha de filiação da nova colega de partido, em cerimônia ocorrida em 11 de março.
Evento de filiação da vereadora Jussara Basso, que saiu do PSOL e foi para o PSB de Tabata Amaral.
Divulgação
Nunes x PSDB
O movimento mais forte é dos vereadores do PSDB, que prometem abandonar a legenda depois que a Executiva Municipal da sigla decidiu não apoiar a reeleição de Ricardo Nunes (MDB).
Nunes era vice de Bruno Covas e só virou prefeito depois do falecimento do tucano, em maio de 2021.
Mas a aproximação de Nunes com Jair Bolsonaro (PL) foi elemento decisivo para o divórcio da legenda da família Covas com o atual prefeito de SP.
Ricardo Nunes (MDB) ao lado do ex-prefeito de São Paulo Bruno Covas (PSDB), morto em 2021.
Reprodução/Instagram
A ideia dos tucanos é trabalhar um nome da própria legenda para o pleito de outubro, ou ainda apoiar a candidatura de Tabata Amaral, considerada mais outsider da política que o prefeito do MDB.
Porém, Tomás Covas, herdeiro do ex-prefeito Bruno Covas que tem assento na Executiva Municipal do PSDB em SP, já anunciou que vai apoiar a reeleição de Nunes.
O divórcio do PSDB e do atual prefeito deve levar sete dos oito vereadores tucanos eleitos em 2020 a deixarem a sigla até o fim da janela partidária.
O vereador Aurélio Nomura foi o primeiro a abandonar o ninho tucano e se filiou na semana passada ao PSD de Kassab. A filiação, claro, contou com a presença do próprio Nunes.
Os vereadores do PSDB eleitos em 2020 que devem deixar a sigla após a decisão de não apoiar a reeleição de Ricardo Nunes (MDB).
Montagem/g1/Rede Câmara
O líder do governo Nunes no Legislativo, o tucano Fabio Riva também já negocia o desembarque do partido e a ida para o MDB do prefeito de SP.
Os tucanos Rute Costa, Beto do Social, João Jorge Sandra Santana e o líder do PSDB na Casa, Gilson Barreto, também negociam a mudança de legenda a fim de continuarem apoiando a reeleição de Ricardo Nunes em 2024.
Em conversa com o g1, o vereador Xexéu Tripoli (PSDB) disse que vai contrariar a sigla e apoiar a reeleição de Nunes, mas afirmou que ainda não se decidiu se vai ou não continuar no partido.
Filiação do vereador Aurélio Nomura, que saiu do PSDB e migrou para o PSD de Gilberto Kassab, aliado de Ricardo Nunes (MDB).
Divulgação
Crescimento do MDB e PSD
Na eleição de 2020, o MDB de Nunes tinha eleito apenas três vereadores. Com as trocas partidárias desde o ano passado, a legenda já tem seis parlamentes na bancada da Câmara e pode chegar a oito até abril.
O último a chegar foi o vereador Paulo Frange, que deixou o PTB e foi para o partido do prefeito.
O PSD de Gilberto Kassab tinha feito em 2010 apenas três vereadores, mas até agora já ganhou outros dois: Thammy Miranda, que saiu do PL de Bolsonaro, e o próprio Nomura.
A expectativa da sigla é a de que pelo menos mais dois tucanos deixem o PSDB e migrem até o fim da janela partidária.
Vereadores que já mudaram de partido em 2024:
Adriano dos Santos (saiu do PSB e foi para o PT)
Jussara Basso (saiu do PSOL para o PSB)
Aurélio Nomura (saiu do PSDB e foi para o PSD)
Tammy Miranda (saiu do PL e foi para o PSD)
Paulo Frange (saiu do PTB para o MDB)
Vereadores que devem sair do partido até o fim da janela partidária:
Fabio Riva (deixará o PSDB para ir para o MDB)
Rute Costa (sairá do PSDB e pode ir para o PL)
João Jorge (deixará o PSDB)
Gilson Barreto (deixará o PSDB)
Sandra Santana (deixará o PSDB)
Beto do Social (deixará o PSDB)
Ainda não decidiu pela mudança:
Xexéu Tripoli (PSDB)
Mudaram de partido no ano passado:
Janaína Lima (saiu do Novo e foi para o MDB)
Marlon Luz (saiu do Patriota e foi para o MDB)
Fernando Holiday (deixou o Patriota e foi para o Novo)
Composição da Câmara de SP na eleição de 2010
Arte/G1

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