14 de outubro de 2024

Em 1 ano, pedidos de poda e extração de árvores crescem 42% em Campinas; solicitações em 2024 somam 5,4 mil

Para definir se a árvore precisa passar por poda ou remoção, equipes da prefeitura consideram aspectos visuais, laboratoriais e resultados de tomografias; entenda. Entre 2022 e 2023, Campinas (SP) registrou alta de 42,1% em solicitações de poda e extração de árvores, segundo levantamento da administração municipal. Em 2024, o total de pedidos de janeiro a setembro soma 5.466.
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🌳 Considerando somente os anos de 2022 e 2023, os pedidos de poda feitos à prefeitura passaram de 3.182 para 4.231, respectivamente. Já as solicitações de extração foram de 2.123 para 3.308 (veja no gráfico abaixo).

Atualmente, a prefeitura conta com 15 equipes dedicadas a esse tipo de serviço. Em entrevista ao EPTV 1, o secretário de Serviços Públicos, Ernesto Paulella, explicou que a análise feita nas árvores se divide em três níveis.
“Nível um: visualização, para ver se tem uma ferida. […] Furos que possam ter, ou ainda alguns parasitas que possam estar comprometendo. Folhas muito amareladas, queda de folhas pode indicar algum problema. Nível dois: é o exame visual mais laboratório. […] Nível três: tomografias. […] A tomografia faz uma análise interna da árvore, para medir o grau de comprometimento interno dessa árvore”, afirmou.
Segundo Paulella, foram registradas 1,1 mil quedas de árvores por conta de temporais em 2023. “Isso deve ter sido um ato provocador das pessoas buscarem a remoção de árvores. Em 80% dos casos, os pedidos não entram nos critérios de remoção de uma árvore”, disse.
Ainda de acordo com o secretário, são realizadas 1,3 mil podas de árvores por mês na metrópole, além da remoção de 400 árvores.
Reclamações
No Jardim Novo Campos Elíseos, a árvore que fica em frente à casa do auxiliar de rampa Marco Coral está seca, sem folhas ou casca. Segundo o morador, o problema começou há cerca de um ano.
“Teve um problema de água aqui, estourou um cano. A Sanasa veio com máquina, cavou. Depois que ela cavou, a árvore começou a morrer, morrer, morrer. Ela não teve mais. Ela ficou desse jeito. E agora tem mais medo, porque ela não tem raiz. Com esses ventos que faz, é perigoso ela cair mais rápido”, diz.
A árvore fica na Rua Vinhedo e também deixa os vizinhos preocupados. A diarista Clenice Francisca, esposa de Marco, conta que já perdeu as contas de quantas ligações fez e quantos protocolos abriu na prefeitura, pedindo uma avaliação da árvore.
“Tem uns dois meses que a gente anda ligando. E eles falam que tem que esperar pelo menos quatro meses, que eles têm bastante outras árvores também para ver. Eles sempre passam aqui no bairro podando as árvores em outras ruas, mas aqui nunca fizeram esse trabalho”, conta.
Árvore seca é alvo de reclamações no Jardim Novo Campos Elíseos, em Campinas (SP)
Reprodução/EPTV
O aposentado Jair Marques Correa diz que já cansou de juntar os pedaços que caíram da árvore e de ligar para a prefeitura relatando a situação. Foram várias ligações para o número 156 e até para a CPFL Paulista, porque várias fiações passam entre os galhos.
“Eu desisti porque a gente ligava num horário, aí não atendia. Quando ia ligar no outro horário, estava na hora do almoço, aí não atendia. Quando ligava no outro horário, já estava para fechar. Ficava quatro horas e não tinha mais jeito”, lamenta.
Em nota, a CPFL Paulista informa que a responsabilidade pela poda de árvores e o manejo da vegetação é das prefeituras, e que realiza podas emergenciais e preventivas quando há risco à população ou ao fornecimento de energia.
“A árvore no local indicado [Jardim Novo Campos Elíseos] não representa risco elétrico, mas uma equipe será encaminhada para avaliar a necessidade de poda para livramento da fiação”, destaca.
Segundo o secretário de Serviços Públicos, Ernesto Paulella, a árvore aparenta estar morta e, portanto, tem prioridade número um dentro da prefeitura. A previsão é que ela seja removida ainda nesta segunda-feira (14).
Últimos casos
No dia 3 de outubro, uma adolescente de 14 anos ficou ferida após ser atingida pelo galho de uma árvore no Parque São Quirino. O acidente aconteceu em meio a rajadas de vento de ao menos 42,2 km/h registradas na metrópole.
No vídeo (assista abaixo), é possível ver que a menina aguardava para entrar em um veículo após uma aula de natação quando o galho se desprendeu da árvore e a atingiu. Na sequência, um grupo de pessoas se mobilizou para ajudar.
A vítima foi socorrida e levada ao Hospital Vera Cruz com uma possível fratura no fêmur e escoriações.
Adolescente fica ferida após ser atingida por galho de árvore em Campinas
Já na última sexta-feira (11), uma árvore caiu em cima de uma mulher que estava a caminho do trabalho na Chácara Santa Margarida, distrito de Barão Geraldo. A vítima, de 56 anos, teve ferimentos na cabeça, braço e mão.
Maria Benedita da Silva é empregada doméstica e tinha acabado de ser deixada pela filha no local, que fica próximo do trabalho. Ela foi socorrida por uma professora de uma escola próxima e levada para o Hospital de Clínicas da Unicamp.
Árvore cai em mulher a caminho do trabalho em Campinas
Reprodução/EPTV
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