9 de outubro de 2024

Em 2024, brasileiros elegem mais prefeitas e vereadoras do que na eleição de 2020

De acordo com o TSE, o Brasil elegeu 724 prefeitas no domingo (6), um crescimento de 10% em relação ao primeiro turno de 2020. Apesar do avanço, as mulheres representam só 13% do total de prefeitos eleitos. Em 2024, brasileiros elegem mais prefeitas e vereadoras do que na eleição de 2020
Reprodução/TV Globo
Nas eleições municipais de 2024, os brasileiros elegeram um número maior de prefeitas e vereadoras do que na votação de 2020.
Uma mãe que viveu a dor de perder a filha assassinada e promete lutar pelas crianças. Uma mulher negra reeleita prometendo olhar pela periferia. Ana Carolina Oliveira, do Podemos, mãe de Isabela Nardoni, foi a segunda mais votada para a Câmara Municipal de São Paulo, cidade que deu um segundo mandato para Luana Alves, do PSOL. Duas mulheres que ajudam a aumentar o número ainda pequeno de mulheres na política.
“O ano que vem, estou preparada para entrar cheia de garra, cheia de vontade de fazer acontecer tudo que nós planejamos, lutando contra essa violência contra as nossas crianças, mulheres, vulneráveis”, diz Ana Carolina Oliveira, vereadora eleita em São Paulo.
“Ter mulheres nessas posições tem a ver com uma busca de representatividade que não é uma representatividade vazia, tem a ver com questões muito práticas da defesa da sua própria vida, das suas próprias condições de vida”, afirma Luana Alves, vereadora reeleita em São Paulo.
Em 2024, brasileiros elegem mais prefeitas e vereadoras do que na eleição de 2020
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A realidade parece ainda não refletir a lei que reserva 30% das candidaturas para as mulheres, criada há 27 anos. No domingo (6), a ministra Carmen Lucia, presidente do TSE, lamentou a baixa representatividade.
“Fico triste em saber que, em uma sociedade que tem pouco mais de 52% do eleitorado e da população brasileira, que nós sejamos tão poucas ainda no cenário da participação política. Eu acho uma pena”, diz a ministra.
De acordo com os dados do Tribunal Superior Eleitoral, o Brasil elegeu 724 prefeitas no domingo (6), um crescimento de 10% em relação ao primeiro turno de 2020. Apesar do avanço, as mulheres representam só 13% do total de prefeitos eleitos.
Nas câmaras municipais do país, as mulheres vão ocupar 18% das vagas de vereadores. Na eleição passada, elas eram 16%.
Em 2024, brasileiros elegem mais prefeitas e vereadoras do que na eleição de 2020
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Avançando, só que muito devagar. E a história mostra: direitos e igualdade só chegam com força política e representação nas câmaras, assembleias e no Senado Federal. E sempre foi assim.
O direito de votar e ser votada só foi conquistado em 1932, mas até o começo dos anos de 1960, casadas precisavam de autorização dos maridos para trabalhar e assinar contratos. Igualdade pegando a lei, só com a Constituição de 1988 escrita com ajuda de 25 mulheres parlamentares, menos de 5% do Congresso da época.
“Isso é muito recente na história do Ocidente de forma geral. As mulheres poderem ser eleitas e votarem e isso é uma questão muito importante quando a gente fala de candidaturas competitivas. Ter mais mulheres no parlamento, ter mais representatividade significa que mais pontos de vista e mais experiências sociais serão contempladas na hora da gente formular e implementar políticas públicas”, afirma Tathiana Chicarino, professora de sociologia e política da Fespsp.
Mulheres conquistaram direito de votar e ser votada só em 1932
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