Na mesma edição, vestibular terá lista de leituras obrigatórias composta por obras escritas apenas por mulheres. Estudante faz oração antes do início da Fuvest em Ribeirão Preto.
Érico Andrade/g1
O vestibular da Fuvest para 2026, que deve ser realizado no final do próximo ano, oferecerá rodas de conversa para auxiliar os candidatos a lidarem com a questão da ansiedade durante o período preparatório e nos dias de prova.
Os encontros serão promovidos por professores e alunos de pós-graduação do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP). Neles, serão ensinados exercícios e técnicas para os estudantes conseguirem fazer o vestibular de forma mais tranquila, prevenindo a ocorrência de ataques de ansiedade.
“A ideia é que nós deixemos na ficha de inscrição a possibilidade de o candidato requerer a participação nessas rodas de conversas”, explicou o diretor-executivo da Fuvest, Gustavo Monaco.
“Vão ser encontros online, disponíveis para todos os candidatos que desejarem. Se nós tivermos 120 mil inscritos e os 120 mil requererem, o Instituto de Psicologia garante que vai conseguir atender [todos] em horários coletivos”, afirmou Monarco.
Também no vestibular de 2026, a Fuvest terá, pela primeira vez na história, uma lista de leitura obrigatória só com obras escritas por mulheres autoras da língua portuguesa. Nomes tradicionais da prova, como Machado de Assis, ficarão de fora.
Segundo a Fuvest, a renovação se justifica pela necessidade de se valorizar o papel das mulheres na literatura, não apenas como personagens, mas como autoras.
“Muitas delas foram alvo de décadas de invisibilidade pelo fato de serem mulheres”, ressalta a presidente do Conselho Curador da Fuvest e Vice-Reitora da USP, Maria Arminda do Nascimento Arruda.
Aluísio Cotrim Segurado, Pró-Reitor de Graduação da USP e membro do Conselho da Fundação, acrescenta: “É uma mudança corajosa, necessária, mas que não se afasta da qualidade que a lista da Fuvest sempre teve”.
Leituras obrigatórias para a próxima edição do vestibular
Opúsculo Humanitário (1853) – Nísia Floresta
Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
Memórias de Martha (1899) – Julia Lopes de Almeida
Caminho de pedras (1937) – Rachel de Queiroz
O Cristo Cigano (1961) – Sophia de Mello Breyner Andresen
As meninas (1973) – Lygia Fagundes Telles
Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane
Canção para ninar menino grande (2018) – Conceição Evaristo
A visão das plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida