25 de dezembro de 2024

Em assembleia, professores da Universidade Federal do Acre decidem aderir greve

Docentes aprovaram a deliberação nesta segunda (29). Servidores técnico-administrativos da Ufac estão em greve desde 11 de março e do Ifac desde o último dia 5. Professores deliberaram pela greve durante assembleia geral nesta segunda-feira (29)
Reprodução/DCE/Ufac
Docentes da Universidade Federal do Acre (Ufac) aprovaram, nesta segunda-feira (29), a deliberação em favor do movimento nacional e devem entrar em greve por tempo indeterminado na próxima quinta (2). A categoria reivindica reestruturação de carreira, recomposição salarial e orçamentária e revogação de normas aprovadas nos governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL).
A deliberação foi divulgada pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE/Ufac) após assembleia geral da Associação dos Docentes da Ufac (Adufac). Os professores decidiram pela paralisação com 149 favoráveis, 11 contra e três abstenções.
No estado, os servidores técnico-administrativos da Ufac estão em greve desde 11 de março. Os servidores administrativos do Instituto Federal do Acre (Ifac) também aderiram à paralisação no dia 5 de abril.
Ao menos, 52 universidades e 79 institutos federais no Brasil estão em greve, de acordo com um levantamento realizado pelo g1.
Além das pautas nacionais, os professores do estado acreana defendem o funcionamento do Restaurante Universitário (RU) e a abertura das bolsas de assistência estudantil.
Ainda segundo a Adufac:
O governo federal negou reajuste para 2024 e ofereceu 4,5% para 2025 e o mesmo percentual para 2026;
Os professores tentaram negociar um reajuste de 22,71% ao longo de três anos;
A proposta da categoria é que esse reajuste reivindicado seja dividido em três parcelas iguais de 7,06%, com pagamento a partir de maio de 2024.
São destacados ainda outros seis motivos para a greve:
A não revogação das medidas que atacam servidores e serviços públicos. A PEC 32, repudiada publicamente, não foi retirada de tramitação do Congresso Nacional
Orçamento insuficiente para a educação federal – universidade receberam valores inferiores ao necessário para manter o patamar de despesas por matrículas (2010-2022)
Sem avanço na reestruturação na carreira – negociações iniciaram há cinco cinco meses e nada foi apresentado pelo governo Lula sobre a carreira docente
MEC se recusou a negociar as pautas específicas
Equiparação dos benefícios com os demais poderes – auxílio-alimentação de R$ 658 para R$ 1 mil, auxílio-saúde de R$ 144 para 215 por beneficiário e auxílio-creche de R$ 321 para R$ 484,90
Morosidade nas negociações
Acordo
No último dia 16, os servidores técnicos-administrativos da Ufac aceitaram a proposta do governo federal sobre os reajustes de auxílio alimentação, creche e saúde. contudo, a greve continou no estado acreano.
O texto que o governo colocou na mesa concedeu o reajuste já a partir de maio deste ano:
o auxílio alimentação de R$ 658 para R$ 1 mil (alta de 51,9%);
a assistência à saúde complementar per capita média (auxílio saúde) de R$ 144,38 para cerca de R$ 215;
a assistência pré-escolar (auxílio creche) de R$ 321 para R$ 484,90
A assembleia de greve para discutir as pautas do movimento ocorreu no anfiteatro Garibaldi Brasil, em Rio Branco. O movimento é organizado pelo Sindicato Estadual dos Trabalhadores em Educação de Terceiro Grau do Acre (Sintest/AC).
Já no último 20, os servidores participaram de uma reunião com o governo federal para debater sobre a proposta do reajuste salarial e reestruturação da carreira. Contudo, não houve avança e os servidores decidiram manter a paralisação.
Os técnicos-administrativos reivindicam as seguintes melhorias:
Recomposição salarial;
Restruturação do Plano de Cargas, Carreira e Remuneração (PCCR);
Recomposição do orçamento das universidades, que há bastante tempo vem sofrendo cortes e restrições;
Revogação de atos administrativos que foram criados no governo Bolsonaro e que precarizam o trabalho;
Contra reforma administrativa.
Já os servidores do estado acreano colocaram em pautas algumas necessidades locais, como:
Recomposição no quadro de servidores;
Construção do Hospital Universitário da Ufac;
Criação de uma moradia estudantil para alunos de cidades do interior;
Debate de política de combate ao assédio moral dentro da universidade.
Matrícula suspensas
Por conta da paralisação, as matrículas na Ufac estão suspensas e pode prejudicar o início do ano acadêmico, previsto para iniciar na segunda (23). À Rede Amazônica Acre, a pró-reitora de graduação, Ednaceli Damasceno, disse que já foi feita chamada regular, que é a primeira, contudo, nem metade das vagas foram preenchidas pelos alunos do primeiro período dos cursos.
Das 2,3 mil vagas, pouco mais de mil foram ocupadas.
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