12 de outubro de 2024

Em Belém, ex-ministro da Pesca diz que pescado amazônico é ‘a nova fronteira de expansão da aquicultura brasileira’

Altemir Gregolin participou do lançamento da 2ª edição do IFC Amazônia, evento internacional que vai discutir desenvolvimento sustentável na região, que enfrenta desafios como a seca provocada pelas mudanças climáticas. Lançamento da 2ª edição do IFC Amazônia, em Belem
Nilson Cortinhas / Divulgação
O ex-ministro da Aquicultura e Pesca, Altemir Gregolin, disse nesta quarta-feira (9), em Belém , que o pescado amazônico é “a nova fronteira de expansão da aquicultura brasileira”.
Gregolin esteve na capital paraense para o lançamento da segunda edição do IFC Amazônia, evento internacional do setor, que será realizada na cidade entre os dias 12 e 14 de novembro, no Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, o Hangar.
“A Amazônia é uma marca de produção de proteína da melhor qualidade, com baixa pegada de carbono e de forma sustentável. Isso vai abrir o mercado a nível mundial, pois comer um peixe da Amazônia significa contribuir para preservação do planeta, com certificação, regulamentação, é o que as empresas estão adotando para exportar pro mundo como objetivo estratégico”.
Estavam também no lançamento o secretário de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), Giovanni Queiroz; o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa), Carlos Xavier; e a CEO do evento, Eliana Panty.
Oportunidades
Presidente do International Finance Corporation (IFC) Brasil, instituição do Banco Mundial que financia projetos do setor privado, Gregolin explicou que o Pará é o destaque nacional no setor do pescado, pois “é a porta de entrada para a Amazônia e ator mais relevante dos estados do Norte a nível internacional na busca de alternativas econômicas”.
“A aquicultura e a pesca são uma grande alternativa de geração de trabalho e emprego, renda com sustentabilidade. Dados apontam que até 2050 o mundo vai precisar pelo menos de mais 50 milhões de toneladas de pescado para atender a demanda crescente, por outro lado, os espaços para produção estão esgotando no sudeste asiático responsável por 90% da produção mundial”.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com a Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM), aponta que a produção de peixes chega a 655,3 mil toneladas e atingiu recorde em 2023. O aumento foi calculado em 5,8%, resultando em R$ 6,7 bilhões de reais – crescimento de 16,8% em relação ao ano anterior.
“Com esse crescimento, o Brasil vem despontando para ocupar esse espaço a nível mundial e tem as melhores condições. Na Amazônia, por exemplo, aqui nós temos a maior reserva de água doce do mundo e um mercado muito promissor”.
Seca é desafio
Na Amazônia, um dos desafios é a seca, que atinge regiões como o oeste do estado. Gregolin avalia que as emergências climáticas são uma preocupação mundial e um painel no IFC Amazônia vai discutir o assunto.
“Você vê por exemplo hoje pescadores não tendo mais com que se alimentar em várias regiões da Amazônia, é algo que há uma década atrás era impensável, e hoje os impactos das mudanças climáticas chegaram também na Amazônia. A atividade da pesca e aquicultura tem esse objetivo de contribuir para a preservação, na medida que você pode produzir sem destruir a floresta, só que as mudanças climáticas causam impacto na atividade”.
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Segundo Gregolin, o setor desenvolve tecnologias flexíveis que possam se adequar às mudanças climáticas, que estão ocorrendo e que vão ocorrer, para manter o crescimento tanto da produção de pescado, quanto a exportação para outros países.
IFC Amazônia
Para o IFC Amazônia estão previstas discussões sobre desenvolvimento sustentável na região a partir da aquicultura e pesca, conectando palestras, workshops, feira de tecnologias e negócios, cozinha show, entre outros eventos paralelos.
O evento é um desdobramento regional do IFC Brasil, maior evento do setor de aquicultura e pesca do país, realizado em Foz do Iguaçu, no Paraná.
Para a segunda edição está prevista extensa programação com 40 horas de palestras, workshops e debates. A expectativa é superar o público de 2023 e chegar a mais de 5 mil participantes e visitantes.
O congresso internacional reúne especialistas da área de pesquisa, do setor produtivo e de instituições públicas e financeiras para apoiar o desenvolvimento da pesca e aquicultura na Amazônia, visando expandir a produção de pescado com sustentabilidade.
A realização tem ainda a Fundação de Apoio ao Ensino, Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação (Fundep) como co-realizadora; apoio do Governo do Estado do Pará; SEDAP (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuária e da Pesca); MPA (Ministério da Pesca e Aquicultura); ABIPESCA (Associação Brasileira das Indústrias de Pescados); PEIXE BR (Associação Brasileira da Piscicultura); FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura); Sistema FAEPA/Senar; FEPA (Federação dos Pescadores do Pará) e SINPESCA (Sindicato das Indústrias de Pesca dos Estados do Pará e Amapá).
Mais informações no site do evento: www.ifcamazonia.com.br/
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