15 de janeiro de 2025

Em busca de melhores condições de vida, imigrantes empreendem no interior de SP


Imigrantes da Colômbia e Venezuela apostam em pequenas empresas em Rio Preto (SP) para deixar para trás as dificuldades enfrentadas em seus países de origem. Estrangeiros buscam oportunidades em São José do Rio Preto (SP)
Reprodução / TV TEM
Em busca de melhores condições de vida, imigrantes que vêm para São José do Rio Preto (SP) se destacam no mercado de trabalho e apostam na criação de pequenos empreendimentos. Colombianos, haitianos e bolivianos são a maioria dos estrangeiros que buscam novas oportunidades na cidade.
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Um levantamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) apontou que os colombianos representam 17,4% de aproximadamente 350 estrangeiros microempreendedores individuais no município. Em seguida, estão haitianos (12%) e bolivianos (11,15%).
Colombianos, haitianos e bolivianos são maioria em São José do Rio Preto (SP)
Reprodução / TV TEM
A colombiana Judy Uribe Sanchez trabalha como manicure em um salão de beleza. À TV TEM, ela contou que paga aluguel para utilizar parte do espaço e tem o sonho de montar o próprio negócio na cidade. Judy ainda brinca que tem tentado se familiarizar com o idioma brasileiro.
“O trabalho tem sido muito bom, graças a Deus. Tenho a sorte de fazer o que eu gosto. Lentamente estou aprendendo a me comunicar com as clientes. Agora já entendo bem”, explica.
Já adaptado ao Brasil, o venezuelano Wuilmer Rafael Soto Lira se prepara para abrir uma oficina de estética automotiva em Rio Preto. Com ajuda da família, o colorimetrista pinta e organiza o galpão onde pretende oferecer os serviços de polimento e cristalização.
Ele, que está no Brasil há oito anos, conta que ainda pretende manter o trabalho com carteira assinada em outro lugar, até a consolidação do novo negócio.
“Se continuar do jeito que está indo, provavelmente vou trabalhar 100% na minha oficina”, afirma Wuilmer.
Wuilmer Rafael Soto Lira, microempreendedor, em São José do Rio Preto (SP)
Reprodução / TV TEM
Ainda, segundo o Sebrae, os imigrantes da América do Sul representam 60,5% do total de estrangeiros que possuem CNPJ ativo no Brasil. Para empreender no país, os refugiados contam com apoio de um programa do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), uma agência vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU).
O irmão mais novo de Wuilmer, o vendedor Jesus Manuel Maurera Lira abriu, em Rio Preto, o próprio negócio e comercializa produtos típicos da Venezuela. No início eram poucas encomendas. Hoje, ele atende diferentes clientes do Brasil, por meio de vendas pela internet.
Jesus Manuel Maurera Lira comercializa produtos típicos da Venezuela em Rio Preto (SP)
Reprodução / TV TEM
Jesus, que está há cinco anos no país e começou como servente de pedreiro, adquiriu experiência a partir do trabalho em uma fábrica. Nela, passou por diversos setores. Atualmente, aplica os conhecimentos no próprio negócio e ainda mantém um vínculo com a antiga empresa.
“O Brasil me abriu as portas, me ofereceu a chance de expandir minha mente e agora posso dar oportunidades a outras pessoas que precisam”, afirma Jesus.
Para começar do zero, imigrantes se tornam pequenos empresários no noroeste paulista
Terra de oportunidades
Os dados da ONU e do Sebrae mostram, também, que o número de estrangeiros que se tornaram microempreendedores individuais no Brasil cresceu 80%, nos últimos cinco anos.
No país, os venezuelanos lideram entre os imigrantes que se tornaram microempreendedores, respondendo por 16% do total. São 77 mil pessoas de outras nacionalidades que investiram nesse modelo de negócios. Em segundo lugar, estão os colombianos (13%). Os bolivianos (7,3%) e os argentinos (6,3%) aparecem em seguida.
Apesar das dificuldades para se adaptarem à língua, ao clima, ao mercado de trabalho e aos costumes, a maioria deles dizem não se arrependerem da mudança e estarem felizes com as novas conquistas.
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