9 de janeiro de 2025

Em Canoas, uma força-tarefa recolhe tambores de produtos químicos depois da inundação

De acordo com a FEPAM, o órgão ambiental do estado do Rio Grande do Sul, pelo menos 1,5 mil bombonas estão espalhadas no bairro Fátima. Militares recolhem toneis com produtos químicos espalhados pelas ruas de Canoas
Uma força-tarefa está fazendo um trabalho delicado em Canoas, no Rio Grande do Sul: retirar das ruas tambores que continham produtos químicos quando a inundação começou.
Em meio aos entulhos, os moradores do bairro Fátima, em Canoas, se assustaram com outro problema que a enchente provocou. Milhares de embalagens foram parar dentro das casas ou em cima dos telhados.
Como em um efeito dominó, um dique se rompeu, invadiu uma empresa de reciclagem e levou para a rua as bombonas e tonéis que servem para armazenar produtos usados por indústrias químicas, farmacêuticas, empresas que processam suco ou de refrigerantes.
Tanques de água e gás que chegam a pesar mais 4 mil quilos também foram levados pela correnteza ou arrancados do concreto. Recolher as embalagens se transformou em uma missão gigante para militares, que percorrem as ruas e carregam tudo para os caminhões.
De acordo com a FEPAM, o órgão ambiental do estado do Rio Grande do Sul, pelo menos 1,5 mil bombonas estão espalhadas no bairro. Algumas, em meio a vegetação, e outras já tiveram contato com a água.
“O nosso trabalho aqui é só para minimizar o contato dessas pessoas. Se elas não abrirem as bombonas, não começarem a mexer nelas, risco nenhum. E daí essa é a ideia, né? Evitar que as pessoas tenham contato com as bombonas”, explica Marcos Gerchman, analista ambiental da FEPAM.
Os militares estão usando um aparelho que mede a concentração de agentes químicos no ambiente.
“Não foi detectada nenhuma substância que pode ser prejudicial à saúde do cidadão que fez o chamado”, afirma o cabo Vinícius Alves de Oliveira, fuzileiro naval blindado.
Amostras de outros pontos testados também foram analisadas em laboratório.
“Pela baixa concentração, isso não causa risco. Por exemplo, se você olhar ao redor, o nível de proteção do pessoal que está trabalhando está um nível mais baixo de proteção. Então, não tem risco à saúde. A proteção é justamente para evitar o contato praticamente com a água, com a lama”, fala o major Carlos Eduardo Santos Bom Fim, assessor científico da operação.

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