25 de dezembro de 2024

Em conversa com Biden, Lula reitera posição do Brasil de seguir trabalhando pela normalização do processo político na Venezuela

A Casa Branca informou que Lula e Joe Biden concordaram sobre a necessidade da divulgação imediata dos dados de votação completos, transparentes e detalhados por local de votação. Biden conversa com Lula sobre Venezuela e fala em ‘momento crítico para democracia’
O presidente Lula recebeu nesta terça-feira (30) a ligação do presidente americano, Joe Biden, para discutir a crise na Venezuela.
A ligação durou meia hora. Segundo o Palácio do Planalto, Lula reiterou a posição do Brasil de seguir trabalhando pela normalização do processo político na Venezuela. A nota diz que o presidente também reiterou que é fundamental a publicação das atas eleitorais da votação do domingo (28).
A Casa Branca informou que Lula e Joe Biden concordaram sobre a necessidade da divulgação imediata dos dados de votação completos, transparentes e detalhados por local de votação. Os dois líderes também compartilharam a visão de que o resultado da eleição venezuelana representa um momento crítico para a democracia no hemisfério e prometeram estreita coordenação sobre o assunto.
Foi a Casa Branca que pediu a conversa com Lula. A reunião foi amigável e sem tom de cobrança. Uma autoridade do governo americano disse que o Brasil tem desempenhado um papel muito importante nesse processo. Os Estados Unidos contam com o Brasil para mediar a crise, porque o governo Lula tem mais diálogo com o regime de Maduro.
Nesta terça-feira (30), a Organização dos Estados Americanos declarou que não reconhece o resultado das eleições. Em comunicado, a OEA afirmou que ao longo de todo o processo eleitoral, o regime de Maduro levou a cabo um esquema repressivo e ações para distorcer completamente o resultado das urnas. Por isso, este resultado ficou vulnerável a manipulações anormais.
O Departamento de Observação Eleitoral da OEA divulgou um relatório de 23 páginas em que descreve uma estratégia coordenada do regime. O texto afirmou que os esforços começaram meses antes e destacou:
“A resistência ao monitoramento nacional e internacional, a intimidação e perseguição política, a supressão de candidaturas, os ataques à imprensa e ao direito à informação, os atrasos na abertura de locais de votação e na divulgação dos resultados e a proibição da entrada de testemunhas da oposição nos locais de votação”.
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Sobre o dia da eleição, a OEA afirmou:
“Mais de seis horas após o encerramento da votação, o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela anunciou que havia processado 80% das mesas de votação e declarou Nicolás Maduro o vencedor – sem dar detalhes das urnas processadas e sem publicar as atas”.
O relatório apontou ainda que os números publicados no canal oficial revelaram erros aritméticos.
Os observadores da OEA foram impedidos pelo regime de acompanhar a eleição. Por isso, as equipes coletaram as informações do relatório de conversas diretas com figuras importantes no processo eleitoral e também de organizações da sociedade civil.
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O chefe de direitos humanos das Nações Unidas, Volker Turk, pediu nesta terça-feira (30) que as disputas eleitorais sejam resolvidas de forma pacífica, com transparência completa. Sobre as manifestações, disse que está “extremamente preocupado” com os relatos de uso desproporcional da força pela polícia e da violência por indivíduos armados que apoiam o governo.
Nesta terça-feira (3), o ministro das Relações Exteriores do Peru disse que o governo peruano reconhece o candidato da oposição, Edmundo González, como vencedor da eleição e presidente eleito da Venezuela.
Nesta terça-feira (30), aliados de Maduro se manifestaram em defesa do presidente venezuelano depois que países questionaram o resultado das eleições.
A Rússia pediu que nações estrangeiras não interfiram e não inflamem a situação dentro da Venezuela. O porta-voz do Kremlin disse que a oposição deve aceitar o resultado. O presidente da China parabenizou Maduro. Xi Jinping reforçou que sempre vai apoiar a soberania da Venezuela e a luta contra a interferência externa.
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