25 de dezembro de 2024

Em entrevista exclusiva, presidente Lula comenta sobre ações de combate aos incêndios no Pantanal

O bioma, que está dividido entre os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, tem sofrido com a incidência de queimadas florestais. Presidente Lula cede entrevista exclusiva à TV Centro América, afiliada da Rede Globo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) concedeu uma entrevista exclusiva, nesta terça-feira (30), no Palácio do Planalto à TV Centro América, afiliada da TV Globo em Mato Grosso. Na entrevista, o presidente comentou sobre a ações que estão sendo tomadas para auxiliar no combate ao fogo no Pantanal, que atinge os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
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De 1º de janeiro até essa segunda-feira (29), foram 907.150 hectares queimados em todo o bioma. Segundo o presidente, os estados têm enfrentado a maior seca dos últimos 70 anos, além de uma baixa umidade relativa do ar, que aumenta a incidência dos incêndios.
O presidente afirmou que quer visitar o Pantanal para acompanhar mais de perto as ações de combate e propôs que os prefeitos entrem em um acordo para evitar que o fogo tome uma maior proporção.
“Quero ir lá para ver de perto o que que está acontecendo. Uma lei vai permitir que a gente consiga discutir no orçamento da União para gente evitar que as coisas aconteçam. E aí vai ter que ter um acordo com os prefeitos. Temos que ter um acordo também com os fazendeiros, por que preciso que todo mundo cuide. Não é daqui de Brasília que a gente vai cuidar. O dono [da terra] é o primeiro vigilante, depois é o prefeito, depois o estado e depois a República. Os três juntos para termos condições de resolver isso”, pontuou.
Entrevista exclusiva à TV Centro América, afiliada da Rede Globo
Flávia Rabelo e Marina Agostine
Ainda na entrevista, o presidente afirmou que já está em contato com os prefeitos de todas as cidades que sofrem com os incêndios no Pantanal.
“Estou convencido que não dá pra você ficar de Brasília, culpando prefeito, culpando governador do estado, não. Nós temos que sentar numa mesa, levar em conta que o problema é igual pra todos, que todos perdem, ninguém ganha, o Brasil perde”, destacou.
Questionado sobre a possibilidade da participação do Exército nas ações de proteção ao Pantanal, Lula afirmou que farão parte da equipes de combate os militares que tiverem experiência com incêndios florestais.
“Não dá pra gente pegar um monte de voluntário e falar vai lá apagar o fogo. Não. O que nós temos é que pegar gente especializada pra que a gente possa diminuir esse fogo o mais rápido possível e acabar”, pontuou.
Em junho deste ano, o Governo Federal, por meio do Ministério da Defesa, determinou que fossem disponibilizados seis helicópteros, dois aviões e embarcações para transporte de militares e brigadistas, além de equipamentos como rádios, rastreadores via satélite e antenas de internet.
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Neste mês, Lula deve cumprir agenda em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. De acordo com programação oficial, ele estará em Corumbá (MS), mais especificamente o acampamento das ações de combate aos incêndios florestais no Pantanal, na quarta-feira (31).
Ainda no dia 31, está previsto que o presidente também visite a capital Cuiabá e a cidade Várzea Grande.
Incêndios no Pantanal
Antes e depois do fogo no Pantanal em 2024.
Reprodução
A maior planície alagada do mundo está se transformando em um lugar cada vez mais seco e inflamável. Quase 60% do Pantanal já foram atingidos pelo fogo nos últimos 38 anos e é o bioma mais castigado pelas queimadas em todo o Brasil. Um estudo do Mapbiomas mostra como a área coberta de água vem diminuindo desde 1985. Em 2023, a área alagada ficou 61% abaixo da média histórica.
⚠️De acordo com o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LASA-UFRJ), o Pantanal teve mais de 900 mil hectares queimados pelo fogo neste ano. A área completamente destruída representa 6% de todo o território pantaneiro.
Um estudo do Mapbiomas mostra como a área coberta de água vem diminuindo desde 1985. Em 2023, a área alagada ficou 61% abaixo da média histórica.
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