17 de outubro de 2024

Em meio a queda de investimentos da Enel em SP, interrupções de energia elétrica cresceram 12% no ano passado

Em 2023, mais de 284 mil interrupções no fornecimento de energia foram registradas nas áreas de concessão da empresa distribuidora em São Paulo. Tempo médio de atendimento para emergências também cresceu sob gestão da concessionária. Quatro dias após o temporal que provocou um apagão em parte da capital paulista, equipes da concessionária ENEL realizam reparos e troca de postes para restabelecer o fornecimento de energia elétrica na Avenida Santo Amaro, zona sul de São Paulo, na noite de terça (15)
LEANDRO CHEMALLE/THENEWS2/ESTADÃO CONTEÚDO
O número de ocorrências de interrupção do fornecimento energia elétrica cresceu 12% entre 2022 e 2023 na área de concessão da Enel Distribuição São Paulo, que abrange a capital paulista e 23 municípios da região metropolitana.
Em 2022, foram registradas 254.043 ocorrências. No ano passado, foram 284.706 interrupções.
No mesmo período, os investimentos da Enel SP em atividades de manutenção e qualidade da rede tiveram uma redução de 16%. Em 2022, a empresa investiu R$1,95 bilhão na área de concessão em São Paulo. Em 2023, foram R$1,64 bilhão.
O levantamento foi feito pela Globonews com base em dados da Enel SP e da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), a Agência Nacional de Energia Elétrica.
Número de ocorrências com interrupção do fornecimento de energia elétrica
Vista do terminal de ônibus de Santo Amaro, na zona sul de São Paulo, que segue sem energia na madrugada desta segunda (14)
LEANDRO CHEMALLE/THENEWS2/ESTADÃO CONTEÚDO
2019: 223.024
2020: 200.783
2021: 212.922
2022: 254.043
2023: 284.706
2024 (até agosto): 224.046
A redução no valor investido vai na contramão do aumento de consumidores. Desde que assumiu a gestão, a Enel SP recebeu mais de 610 mil novos consumidores. O número saltou de 7,3 milhões em 2019 para 7,9 milhões no final do ano passado.
Também houve uma redução no número de colaboradores da empresa, que superava os 26 mil em 2020. Hoje, são 15.721 colaboradores.
Depois do apagão que atingiu a capital e cidades da região metropolitana em novembro de 2023, a empresa se comprometeu a aumentar o quadro de funcionários. De lá para cá, a empresa reduziu o número de empregados terceirizados e aumentou o número de funcionários próprios, mas o número total de colaboradores permanece o mesmo.
Tempo para atender emergências
Pátio da Enel na Zona Norte de São Paulo na manhã desta segunda (14).
Reprodução/TV Globo
O tempo médio de atendimento para ocorrências emergenciais também cresceu nos últimos anos. Em 2019, quando a empresa assumiu a gestão de energia elétrica em São Paulo, a média de espera dos consumidores pelo atendimento da empresa era de 9,1 horas. Em 2022, foi para 11,7 horas e, no ano passado, chegou a 13,7 horas.
Neste ano, até agosto, já foram registradas 224.046 ocorrências de interrupção no fornecimento de energia elétrica e o tempo médio para o atendimento está em 11,1 horas.
Tempo Médio de Atendimento a Emergências
Apagão em São Paulo
Reprodução/TV Globo
2019: 9,1h
2020: 11,1h
2021: 8,7h
2022: 11,7h
2023: 13,7h
2024 (até agosto): 11,1h
A qualidade do serviço prestado pelas concessionárias de todo o Brasil é medida por um ranking feito pela Aneel que leva em consideração a frequência e a duração das interrupções de energia elétrica. Desde o início da gestão, a Enel SP caiu seis posições nesse ranking. Em 2019, a empresa ocupava a 15ª colocação entre todas as concessionárias de energia do país. No ano passado, ficou na 21ª posição.
A reportagem pediu um posicionamento para a Enel SP e aguarda retorno.

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