5 de outubro de 2024

Em música autoral, artista de MG usa cantos de pássaros em extinção como forma de manifesto

Neste 5 de outubro, Dia da Ave, o g1 conversou com a cantora Luiza da Iola sobre o single ‘Yapuã’, que mistura elementos da cultura afro-indígena. ‘É uma denúncia acerca dessa realidade’, diz. Luiza da Iola lançou música com sons de pássaros ameaçados de extinção
Randy Vieira/Divulgação
Neste 5 de outubro, Dia da Ave, o g1 conversou com a cantora Luiza da Iola, de Carmópolis de Minas, que criou uma música autoral usando sons de pássaros ameaçados de extinção como um manifesto ambiental e cultural.
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No single “Yapuã”, Luiza mistura elementos da cultura afro-indígena e, com cantos de espécies ameaçadas, como o Japu e o Bicudo, critica a destruição dos ecossistemas e a perda de tradições culturais.
A música faz referência ao mito amazônico do guerreiro Japu, que traz o fogo à terra e se transforma em pássaro, estabelecendo um paralelo com a divindade iorubá Oxum, associada à água.
Para a cantora, o projeto resgata a memória ancestral e a biodiversidade, ao mesmo tempo que faz um apelo à conscientização.
“A inspiração de trazer o pássaro bicudo é porque ele está ameaçado de extinção. Então, imprimi-lo, seja na música, seja no clipe, é um lugar de resgate, um lugar de referência para as gerações que não estão tendo a oportunidade de vê-los. É também, uma denúncia acerca dessa realidade e, quem sabe, a construção de pontes, com projetos como o projeto Bicudo, que tem trabalhado muito na conservação desses poucos que estão na natureza, porque a maioria desses pássaros, hoje, estão em cativeiro. Quem sabe, a partir dessa produção, eles possam ser reintroduzidos na natureza”, ressaltou.
O lançamento de “Yapuã” ocorreu no fim de setembro nas plataformas digitais e também em escolas públicas, onde foi utilizado como material educativo para promover a conscientização ambiental e as relações étnico-raciais.
Disponibilizado desde então, o álbum já começa a gerar reflexões sobre a importância de preservar tanto a fauna ameaçada quanto o legado cultural que acompanha essas espécies. Ouça aqui.
Sobre a cantora
Luiza da Iola é natural de Carmópolis de Minas
Randy Vieira/Divulgação
Luiza da Iola, natural de Carmópolis de Minas, começou a carreira artística em 2001, se destacando em festivais de música no Centro-Oeste de MG. Além do trabalho solo, ela faz parte do projeto “Interioranas”, em parceria com a poeta Nívea Sabino.
Desde 2014, Luiza explora a influência africana na música das Américas, definindo seu estilo como Afropop, inspirado por Margareth Menezes, combinando ritmos afro-brasileiros com o pop global.
Em 2015, fundou o movimento “Nós Temos Um Sonho”, com a primeira ação sendo o canto manifesto “Deixa o Erê Viver”, envolvendo diversos artistas. Ela também participou do projeto “Terra Negra” em 2016.
Pedagoga e ativista, Luiza defende os direitos das crianças e juventudes, integrando o Nzinga Coletivo de Mulheres Negras e outras iniciativas voltadas à infância e juventude desde 2015.
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