10 de janeiro de 2025

Em pronunciamento, María Corina Machado diz que Maduro consumou golpe de Estado na Venezuela


Essa foi a primeira vez que a líder da oposição venezuelana se manifestou após ficar brevemente detida. Segundo ela, Edmundo González tomará posse como presidente no momento certo. Em pronunciamento, María Corina Machado diz que Maduro consumou golpe de Estado na Venezuela
A líder opositora venezuelana María Corina Machado afirmou que Nicolás Maduro consolidou um golpe de Estado ao tomar posse para um terceiro mandato, nesta sexta-feira (10), sem apresentar provas de que venceu as eleições de julho de 2024. Essa foi a primeira vez que a opositora se pronunciou após ter sido detida brevemente na quinta-feira (9).
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A oposição garante que Edmundo González venceu as eleições presidenciais com base em dados de votação das atas impressas pelas urnas eletrônicas. No entanto, as autoridades eleitorais, que apoiam Maduro, declararam que o atual presidente foi reeleito.
María Corina afirmou que Maduro se apoia nos “ditadores de Cuba e Nicarágua” para se manter no poder. Ela também acusou o presidente de violar a Constituição da Venezuela.
“Hoje, 10 de janeiro, Maduro consolida um golpe de Estado diante dos venezuelanos e do mundo. Decidiram cruzar a linha vermelha, oficializando a violação da Constituição Nacional. Pisoteiam nossa Constituição”, afirmou.
Sobre a própria detenção, María Corina disse que foi abordada por policiais enquanto deixava uma manifestação contra Maduro em Caracas, na quinta-feira (9). O governo venezuelano nega a prisão e chamou o episódio de “teatro”.
A opositora afirmou que foi interceptada enquanto deixava a manifestação em um comboio de três motos. Segundo ela, agentes armados da Polícia Nacional Bolivariana pararam o grupo.
A opositora relatou ter sido arrancada de forma violenta da moto onde estava e colocada em outra, entre dois homens. Segundo ela, houve disparos, e um membro da equipe dela foi ferido e preso.
“É assim que eles agem, atacando uma mulher pelas costas”, disse.
María Corina disse que foi levada para um local desconhecido. Em seguida, de acordo com ela, os agentes disseram ter recebido ordens para liberá-la, mas exigiram a gravação de um vídeo como prova de vida.
“Estou bem agora, embora sinta dores fortes e tenha contusões em algumas partes do corpo. É evidente que o que aconteceu ontem demonstra as profundas contradições dentro do regime. A atuação errática deles é mais uma prova de como estão divididos internamente”, afirmou.
Ela acredita que a repercussão internacional sobre sua detenção forçou o regime de Maduro a reconhecer o erro.
“Todos sabemos que, a partir de hoje, a pressão aumentará ainda mais, até que Maduro entenda que isso acabou. Ontem, o regime reprimiu brutalmente, perseguindo e prendendo mais de 20 venezuelanos.”
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‘Liberdade está próxima’
María Corina Machado durante protesto contra Maduro, em 9 de janeiro de 2025
AP Photo/Ariana Cubillos
González deixou a Venezuela em setembro e se asilou na Espanha. Recentemente, ele visitou países da América e foi reconhecido como presidente eleito por Estados Unidos, Argentina, Paraguai e nações da Europa.
Nos últimos meses, González declarou várias vezes que retornaria à Venezuela para tomar posse em 10 de janeiro. Contudo, isso não aconteceu.
María Corina Machado justificou que o retorno de González à Venezuela neste momento não é conveniente, por causa da “paranoia delirante do regime”.
“O mundo virá à Venezuela para que ele tome posse como presidente constitucional no momento certo, quando as condições forem adequadas”, disse a opositora.
Em um recado aos apoiadores, María Corina pediu para que a população continue se manifestando contra Maduro e afirmou acreditar que a “liberdade está próxima”.
“Venezuelanos, Maduro não poderá governar à força uma Venezuela que decidiu ser livre. Nosso país está mais unido do que nunca, tanto na política quanto em seus lares”, disse.
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