Edição dos Jogos será disputada em Milão e Cortina d’Ampezzo, na Itália. Brasil pretende levar uma delegação de até 20 atletas. Falta um ano para as Olimpíadas de Inverno, e Brasil tem chances de conquistar medalha na competição
Falta exatamente um ano para o início das Olimpíadas de Inverno. E, pela primeira vez, a delegação brasileira vai chegar na competição em condições de conquistar medalha.
Eles são como grãos de areia espalhados por um universo de botas, casacos e velocidade: difíceis de achar, mas existem. Atletas de elite do Brasil nos esportes de inverno. O Lucas Pinheiro Braathen tem 24 anos e é uma das grandes revelações mundiais do esqui alpino; dono de 12 medalhas em competições pelo mundo. Ele nasceu em Oslo e competiu pela Noruega até o fim de 2023. Em 2024, o Lucas resolveu defender o país da mãe, do sol, do mar, de experiências importantes na formação dele como atleta.
“Gostava de surfar, de pular na água, coisas acrobáticas, skate. Eu pude trazer essa experiência, todas essas coisinhas, para dentro do meu esporte, que é tão diferente”, diz Lucas Pinheiro Braathen, atleta do esqui alpino.
A Nicole Silveira pratica o skeleton. Ela tem 30 anos, nasceu no Rio Grande do Sul, mas se mudou com a família para Calgary, no Canadá, aos 7. Começou a descer as pistas de cabeça em um trenó a mais de 100 km/h em 2017. Cinco anos depois, estava em uma final olímpica, em Pequim.
Repórter: Como é que foi essa evolução até a gente chegar a esse ponto de realmente poder sonhar com uma medalha olímpica?
Nicole Silveira: Eu nunca imaginaria conseguir uma medalha da Copa do Mundo. Eu brincava que quando conseguisse uma medalha poderia me aposentar feliz.
Ela ganhou um bronze na etapa da Copa do Mundo de Pyeongchang, na Coreia do Sul, em novembro de 2024. Não se aposentou e repetiu o terceiro lugar na etapa de St. Moritz, na Suíça, em janeiro de 2025.
“Então, eu acho que só ajuda com a confiança”, afirma Nicole Silveira, atleta do skeleton.
Em um ano, Brasil chega às Olimpíadas de Inverno com chance de medalha pela primeira vez
Jornal Nacional/ Reprodução
Com eles, o Brasil pretende levar uma delegação de até 20 atletas para os Jogos que começam daqui a exatamente um ano. Nesta quinta-feira (6), o relógio com a contagem regressiva para o evento foi inaugurado na Itália. Essa edição vai ser disputada em Milão e Cortina d’Ampezzo, que já recebeu as Olimpíadas de Inverno de 1956. E, como disse o presidente do COI, Thomaz Bach, 85% das estruturas para competição já existem.
Em fevereiro, a temperatura média nas montanhas de Cortina d’Ampezzo, na Itália, varia entre 0ºC e – 9°C. E também venta e neva muito na sede das próximas Olimpíadas de Inverno. É um choque térmico para quem sai de um verão de 40ºC. Na verdade, para a maioria dos brasileiros, esse frio todo não é natural, mesmo para os que vivem longe da praia e do sol. Está quente no Rio, viu?
“A gente entra em umas friagens às vezes… Nossa! E o nosso aquecimento e essas coisas têm que ser tudo na rua. Aí, eu só penso: por que eu não estou em um esporte de verão?”, brinca Nicole Silveira.
Mentalizar o calor humano de quem vai ficar no Brasil, torcendo, ajuda a amenizar o frio.
“Para mim é especial também porque, agora, vovô e vovó em Campinas podem ver na televisão. Eu já tento há dez anos explicar o que é esqui alpino. Agora, talvez, eles vão entender” , diz Lucas Pinheiro Braathen.