19 de setembro de 2024

Empresa do interior de SP constrói camas de papelão para vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul

Empresa que produz e distribui máquinas agrícolas e tecnologias agrícolas de precisão também arrecada alimentos para abrigos e instituições das regiões afetadas pelas enchentes no estado gaúcho. Camas são produzidas com 100% de papelão e enviadas à cidade de Canoas (RS)
Divulgação
A enchente que atingiu o Rio Grande do Sul trouxe inúmeros desafios para as famílias da região. Canoas (RS), uma das cidades gaúchas afetadas pelo desastre natural, está participando de uma iniciativa de uma empresa de Jundiaí (SP), que, por meio do uso de papelão, constrói camas e fornece um pouco de conforto e dignidade aos atingidos.
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José Silvério e Maike Wunsch, funcionários da empresa que produz e distribui máquinas agrícolas e tecnologias agrícolas de precisão, tiveram a ideia juntos e contaram com a colaboração dos demais funcionários para ajudar o povo de Canoas, onde também há uma unidade da empresa.
“Foi um trabalho voluntário, e estamos vendo como podemos ajudar mais. Todo o material usado para fazer as camas é da nossa própria empresa”, comentam.
Funcionários da AGCO Jundiaí desenvolvem cama de papelão para vítimas das enchentes no RS
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A princípio, a iniciativa foi produzir 30 camas, que já foram entregues. José Silvério explica que o número inicial pequeno foi um piloto e que eles esperam receber feedbacks das vítimas das enchentes para melhorar a confecção das demais camas. “Em julho e agosto, a previsão é que entreguemos mais de 50 camas para Canoas”, diz.
As camas são produzidas com 100% de papelão e podem suportar até 130 quilos de peso. Em cada cama são usados 50 quilos de papelão e, em média, o tempo de construção é de duas a três horas.
Já a durabilidade da cama depende do cuidado e de não ficar muito tempo exposta a lugares com umidade. O transporte das camas já montadas é feito por uma empresa parceira.
‘Não tínhamos onde dormir’
Uma das famílias atendidas por essa iniciativa é a de Karine Alessandra Martins, moradora do bairro Mathias Velho, um dos mais populosos de Canoas. Ela perdeu tudo o que tinha em casa.
“No primeiro momento, não tínhamos onde dormir. Dormíamos em paletes, mas, com a cama de papelão, temos um pouco mais de conforto e ficamos longe da umidade”, comenta.
Karine diz que está tentando voltar à normalidade, mas reforça que ainda precisa conviver com o medo diário.
“Convivemos com o medo, principalmente à noite, quando começa a chover. Não sabemos se vai inundar tudo de novo”, desabafa.
Cama produzida de papelão suporta até 130 quilos
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Ponto de entrega de comida
Além das camas de papelão, após as enchentes, a unidade da empresa em Canoas tornou-se um ponto de entrega de comida para as vítimas da tragédia.
Até agora, foram distribuídas cerca de 82.500 refeições para abrigos e instituições da comunidade, ajudando cerca de 6.709 pessoas, incluindo colaboradores da empresa, terceirizados, concessionárias e associações.
*Colaborou sob supervisão de Júlia Martins
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