No Dia do Empreendedorismo Feminino, confira a história da Ana Ribeiro, que saiu de São Luís e hoje é destaque na América Latina. No Maranhão, 41,2% das empresas já são comandadas por mulheres. Ana Ribeiro nasceu em São Luís e é um exemplo de empreendedorismo feminino
Divulgação/Sebrae
No Dia do Empreendedorismo Feminino, celebrado nesta terça-feira (19), o Maranhão está com 41,2% das empresas ativas comandadas por mulheres. Os dados são da Receita Federal, de novembro de 2024, que contabiliza 291.969 empresas ativas no estado.
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A maior parte das mulheres em cargos de chefia, no Maranhão, está nas faixas etárias de 30 a 34 anos e 35 a 39 anos, a maioria no setor do comércio, conforme o ranking abaixo:
Comércio – 48,03%
Serviços – 42,62%
Saúde e Bem-Estar – 18,4%
Moda e Confecção – 14,3%
Supermercados, Hipermercados e Atacadistas de Alimentos, Bebidas e Fumo – 10,7%
Indústria – 6,12%
Segundo especialistas, os números representam um avanço, especialmente em setores tradicionalmente masculinos. Segundo dados da Abragames, apenas 15% dos profissionais na indústria de jogos online são mulheres, uma taxa que, embora baixa, já foi mais reduzida há uma década.
Maranhense destaque no setor de games
No entanto, o cenário vem mudando graças ao empenho de mulheres que decidem se arriscar em setores que ainda são pouco ocupados. É o caso da maranhense Ana Ribeiro, diretora criativa e sócia da Arvore Immersive Experiences, uma das empresas que têm se destacado na América Latina, no setor de jogos de realidade virtual.
“Apesar da estabilidade, eu sentia que algo estava faltando. Sempre amei videogames, mas nunca havia pensado nisso como uma carreira. Para mim, os jogos eram apenas um hobby, algo distante do mundo profissional”, relembra Ana, que antes de focar na área de games foi concursada no Poder Judiciário por cinco anos.
Ana Ribeiro nasceu em São Luís e é um exemplo de empreendedorismo feminino
Divulgação/Sebrae
Segundo Ana, foi durante um curso de imersão para empreendedores que a ‘ficha caiu’ e ela decidiu largar a ideia de investir na área de alimentos para fazer aquilo que amava.
“Eu planejava abrir uma casa de empadas. Mas, durante o curso, percebi que estava no caminho errado. Foi ali que a ficha caiu: meu sonho era trabalhar com jogos. Decidi, então, que precisava mudar de direção e seguir aquilo que realmente me fazia feliz”, conta a jovem empreendedora, que nasceu em São Luís.
Durante a jornada empreendedora, Ana mudou-se para a Inglaterra e se capacitou na área de Programação de Jogos e Game Design. No Vale do Silício, foi a única mulher da equipe em um acelerador de startups.
“O mercado parecia desconfiar da nossa capacidade, especialmente quando buscávamos investimento. Antes de encontrar a Arvore, passei três anos no Vale do Silício, onde participei de um acelerador chamado BoostVC junto com minha ex-sócia. Éramos 15 empresas e a nossa era a única com mulheres no time. Participamos de vários pitches para investidores-anjos, mas enfrentávamos barreiras para além da dificuldade de vender uma ideia. Descobrimos, por exemplo, que algumas festas promovidas por investidores, onde conexões importantes eram feitas, aconteciam sem que fôssemos convidadas. Era frustrante perceber que estávamos sendo excluídas de oportunidades cruciais, simplesmente por não fazermos parte do famoso ‘Clube do Bolinha’. Houve momentos em que senti que, se fôssemos homens, teríamos conseguido captar investimento com muito mais facilidade” relata.
Ana Ribeiro nasceu em São Luís e é um exemplo de empreendedorismo feminino
Divulgação/Sebrae
Apesar das dificuldades que passou durante o caminho, Ana persistiu e hoje se vê como uma empreendedora de sucesso. Danielle Abreu, coordenadora de Produtividade e Transformação Digital do Sebrae no Maranhão, também elogia a história de Ana no mundo do empreendedorismo feminino.
“Histórias como as de Ana e de mulheres que, ao empreender, buscam se diferenciar de um jeito próprio, com empreendedorismo, conhecimento e profissionalismo, mais do que retratar o sucesso de um empreendedor que busca realizar seus sonhos, servem de inspiração para outras mulheres. (…) Retratar essas histórias é fundamental para que a participação feminina cresça, não apenas na indústria de games, mas em todos os espaços”, destaca a coordenadora.
Para as mulheres empreendedoras, Ana aconselha sempre se diferenciar e nunca parar de aprender, pois , “o conhecimento abre portas”. Fazer parte de uma rede colaborativa também é importante.
“Mulheres, mesmo atuando em universos dominados por homens, não estão sozinhas. É importante construir uma rede de apoio com pessoas que te valorizam e te fortalecem. Isso faz toda a diferença para superar barreiras e conquistar nossos espaços”, ensina a empresária, que também é diretora criativa do Clawball, jogo multiplayer gratuito, no qual o jogador é um gato praticando futebol.