18 de janeiro de 2025

Empresário preso por descumprir medida protetiva contra namorada adolescente recorre ao STF, mas tem pedido negado; entenda

Defesa de Guilherme Augusto Reis Guimarães ajuizou ação no Supremo alegando que falta de documentos atrapalharam compreensão do processo. Guilherme Augusto Reis Guimarães em fotos nas suas redes sociais.
Reprodução/Redes Sociais
O empresário de 38 anos acusado de descumprir a medida protetiva contra a namorada dele, de 16, acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) para questionar o processo em Belo Horizonte que resultou em sua prisão. No entanto, o recurso foi negado pela corte.
Guilherme Augusto Reis Guimarães foi preso no último 9 de junho, depois que a família da jovem denunciou o desaparecimento dela. Eles estavam juntos.
De acordo com informações do boletim de ocorrência da Polícia Civil feito após o desaparecimento da menor, eles mantinham um “relacionamento abusivo” desde que ela tinha 13 anos.
Há registros policiais de “atritos entre eles” e, por isso, o Judiciário concedeu uma medida protetiva para que ele não se aproximasse dela. Os detalhes sobre a medida estão em segredo de justiça.
Guimarães acionou o STF alegando que a decisão da Vara Especializada em Crimes Contra Criança e Adolescente da capital mineira não incluiu no processo documentos importantes do caso, como o boletim de ocorrência e a decisão que converteu a prisão dele de flagrante para preventiva.
De acordo com os advogados, a ausência desses documentos prejudicou a compreensão do processo e, por consequência, a defesa dele. Além disso, para eles, a decisão da primeira instância havia desrespeitado um entendimento recorrente do Supremo de que a defesa sempre deve ter acesso às provas do processo.
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Em uma decisão monocrática, o ministro Flávio Dino, entretanto, negou o pedido do empresário. Ele entendeu que a instância inferior — no caso, a Vara de Belo Horizonte — não se manifestou especificamente a questão da falta de acesso aos documentos, mencionada pela defesa dele.
Por isso, a decisão de Dino entende que não houve desrespeito ao entendimento da corte e não deu prosseguimento à ação.
Em nota, a defesa de Guimarães informou que pretende recorrer da decisão, uma vez que acredita que “a decisão não foi a mais acertada”. Completa, ainda, que ajuizaram outras ações no próprio STF e no TJMG, que ainda estão pendentes de julgamento.
Por fim, diz que “mesmo sem a decisão que converteu a prisão em flagrante em prisão preventiva”, farão um pedido de habeas corpus para o empresário na Justiça mineira.
Guilherme em publicações nas redes sociais.
Reprodução/Redes Sociais
Desaparecimento da adolescente e prisão do empresário
A menina de 16 anos desapareceu no último 6 de junho. Aos pais, ela disse que iria a um shopping, mas não voltou.
Na noite do dia seguinte, Guilherme foi visto saindo com uma moto sem placa do prédio em que mora. No sábado (8), a polícia foi até a casa dele.
Inicialmente, Guilherme negou ter alguma informação sobre a adolescente, mas depois contou que ela estava com ele, em um barracão em Justinópolis, Ribeirão das Neves, na Grande Belo Horizonte.
Por lá, a polícia apreendeu 35 munições e dois carregadores de calibre 9 milímetros. Sem apresentar documentação, Guilherme disse que tinha autorização, já que era Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC). Procurado pelo g1, o Exército informou que não divulga informações sobre esses tipos de registros.
A menina foi localizada no tal barracão indicado por ele em Ribeirão das Neves. A garota confirmou que estava com Guilherme, mas que tentava contato com a mãe.
Ele foi preso em flagrante por descumprimento de medida protetiva. De acordo com o boletim de ocorrência, a Justiça concedeu a medida porque eles tinham histórico de “atritos” e um “relacionamento abusivo” desde que a menina tinha 13 anos.
Além das munições, o celular e a moto dele também foram apreendidos.
Qualquer ato de natureza sexual com menor de 14 anos é considerado estupro de vulnerável, independentemente do consentimento.
A pena prevista é de 8 a 15 anos de prisão.
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