De acordo com polícia, dois dos investigados chegaram a ameaçar cliente de morte após ele se negar a desistir de denunciar empresa. A partir da primeira denúncia, foram identificadas outras nove lojas de armas praticando mesmo crime. Operação da PCDF mira suspeitos de prática de sonegação fiscal e comércio ilegal de armas de fogo
PCDF/Reprodução
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou, na manhã desta terça-feira (19), uma operação para investigar empresas e pessoas físicas suspeitas de comércio ilegal de armas de fogo e sonegação fiscal.
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De acordo com a polícia, dois dos investigados chegaram a ameaçar um cliente de morte após ele se negar a desistir de denunciar a empresa. Os responsáveis pela loja – um despachante e um policial militar – emitiram uma nota fiscal falsa para o comprador que, por esse motivo, teve o registro de sua arma negado pelo Exército (veja detalhes abaixo).
Ao todo, 27 mandados de busca e apreensão foram cumpridos nesta manhã durante a operação “Processo Legal”. A partir da primeira denúncia, foram identificadas outras nove lojas de armas praticando o mesmo crime.
Ameaça
Munições apreendidas pela PCDF na operação “Processo Legal”
Reprodução/PCDF
Segundo a PCDF, as investigações foram iniciadas a partir de uma denúncia feita em agosto de 2023, de um atirador desportivo (CAC) que teria comprado uma arma de fogo em uma das lojas investigadas e , ao realizar o trâmite para o registro, o Exército negou, alegando que a nota fiscal era falsa.
A vítima procurou os responsáveis pela loja para tentar uma solução e eles ofereceram uma arma de fogo com numeração raspada e caixas de munições para que a vítima desistisse da investigação, o que foi recusado. Em seguida, os responsáveis pela loja teriam ameaçado a vítima de morte.
Além disso, a Receita do Distrito Federal apurou que as dez lojas envolvidas venderam armas não contabilizadas em seus estoques. Ou seja, emitiram notas fiscais de saída de mercadorias sem notas de entrada, o que também caracteriza comércio ilegal de armas de fogo.
A operação desta terça-feira é coordenada pela Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Ordem Tributária, vinculada ao Departamento de Combate a Corrupção e ao Crime Organizado (DOT/DECOR).
Crimes
De acordo com a Polícia Civil, se confirmados os crimes, os suspeitos podem responder por:
Associação criminosa;
Falsidade ideológica;
Falsificação de documento particular;
Lavagem de bens, direitos e valores;
Sonegação fiscal;
Comércio ilegal de armas de fogo e munições.
Caso condenados, eles podem pegar mais de 20 anos de prisão.
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